quarta-feira, 7 de outubro de 2015

BATE BOLA COM MICHEL



Para começar, diga o seu nome completo e, caso tenha algum apelido, como surgiu esse apelido?
Meu nome é Michel Valeriano Teixeira e não tive apelido, sendo conhecido por Michel.

Qual o local e a data de seu nascimento?
Sou de Brasília, onde nasci no dia 15 de abril de 1980.

Quando você começou a jogar futebol?
Comecei aos oito anos de idade, na Escolinha de Futebol Candangos, da Candangolândia.

Quem foi seu primeiro treinador? Quem mais o incentivou a continuar na carreira de jogador de futebol?
Meu primeiro treinador na Escolinha foi o Jonas Foca, zagueiro várias vezes campeão brasiliense. Quem mais me incentivou foi um professor da Escolinha, Paulinho Seco, que sempre me colocou para cima. Depois, nos juniores, foi o Déo de Carvalho, que me colocava sempre para treinar junto com os profissionais. Agora, tive um treinador especial no profissional, que se chama Remo. Foi o cara que me deu oportunidade nos profissionais. Esse sim, me ensinou muito. Sou muito grato ao professor Remo.

Fale de sua trajetória no futebol, citando os clubes e os anos em que jogou.
Comecei nos juniores do Clube de Regatas Guará, onde disputei o campeonato brasiliense da categoria de 1998, quando chegamos na terceira colocação no final.
Ainda junior, transferi-me para o Dom Pedro II, clube que defendi no campeonato brasiliense de juniores de 1999. De um total de 30 gols marcados pelo Dom Pedro II, onze foram marcados por mim.
Minha estreia na equipe profissional do Dom Pedro II foi no dia 14 de maio de 2000, no Estádio Bezerrão, contra o Gama, pelo campeonato brasiliense daquele ano. Perdemos por 2 x 1. Entrei no segundo tempo, no lugar do Denilson. O técnico era o Remo.
Permaneci no Dom Pedro II nos anos de 2000 e 2001. Em 2002, disputei a Primeira Divisão pelo Brasília e a Segunda pelo Dom Pedro II. Nesta competição, fui artilheiro com oito gols, e ajudei o clube a voltar para a Primeira Divisão.
Em 2003, joguei a Primeira Divisão do campeonato brasiliense pelo Dom Pedro II. Depois desse campeonato, tive uma rápida passagem pelo futebol paulista, onde disputei a Série B-1 (uma espécie de 4ª Divisão) pelo Fernandópolis, tendo marcado sete gols em 11 jogos.
Retornei ao Dom Pedro II para disputar o Campeonato Brasiliense de 2004. Nesse campeonato, uma passagem interessante: até a terceira rodada (2 x 2 Luziânia, 2 x 1 Guará e 1 x 2 Gama), o Dom Pedro II marcou um total de cinco gols, todos eles de minha autoria. Acho que é algo inédito na história do campeonato brasiliense! rsrs
Depois fui emprestado ao Ceilândia para disputar a Série C do Campeonato Brasileiro de 2004.
No ano de 2005 voltei a participar do Campeonato Brasiliense pelo Dom Pedro II. Depois passei três meses na Sociedade Esportiva e Recreativa Juventude, de Primavera do Leste, que era comandado pelo técnico Everton Goiano, disputando o campeonato de futebol do Mato Grosso. No segundo semestre desse ano, fui vice-campeão pela Ceilandense na Segunda Divisão do DF, deixando escapar o título e a vaga para a Primeira Divisão para o Capital (apenas um clube subiu naquele ano).
Em 2006, novamente voltei a atuar por três times diferentes. Disputei o campeonato brasiliense pelo Dom Pedro II, no período de 15 de janeiro a 22 de fevereiro. A eliminação antecipada do clube abriu as portas para participar do Campeonato Acreano, de 26 de março a 28 de maio, defendendo a ADESG, de Senador Guiomard, interior do Acre. No segundo semestre, de 2 de setembro a 25 de outubro, participei de novo da Segunda Divisão do Campeonato Brasiliense atuando pelo Ceilandense.
Voltei a disputar o campeonato brasiliense da Primeira Divisão pelo Dom Pedro II em 2007, mesmo ano em que estive no Goianésia, na Segunda Divisão do Campeonato Goiano.
O ano de 2008 foi muito bom para mim. Pelo Dom Pedro II fui vice-campeão e artilheiro da Primeira Divisão do Campeonato Brasiliense. Depois fui convocado para a Seleção Brasiliense que disputou dois amistosos na África, em abril (detalhe: eu era o único convocado da seleção a ter nascido em Brasília). E tive minha primeira experiência fora do Brasil, ao ser contratado pelo Renacimiento Fútbol Club, da cidade de Malabo, capital da Guiné Equatorial, na África. Nessa equipe, conquistei o título de campeão nacional.
De volta ao Brasil e ao Dom Pedro II, disputei pela última vez por esse clube o campeonato brasiliense da Primeira Divisão. No segundo semestre desse ano, defendi o CFZ no Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão.
Em 2010, disputei o campeonato brasiliense da primeira divisão pelo Brasília e o da segunda pelo Cruzeiro. Neste clube, tornei-me artilheiro da competição, com 10 gols.
Comecei o ano de 2011 como jogador do Atlético Ceilandense no campeonato brasiliense da Primeira Divisão. Logo depois, a pedido do técnico Everton Goiano, fui contratado para reforçar o União Esporte Clube, de Rondonópolis, na fase de mata-mata do campeonato do Mato Grosso. Antes, no último jogo do segundo turno da competição, em minha estreia, marquei o gol do empate de 1 x 1 com o maior rival do União, o Vila Aurora, no dia 27 de março de 2011. Chegamos às semifinais, mas fomos desclassificados pelo Cuiabá, que acabou se tornando campeão daquele ano. Encerrei o ano de 2011 disputando o campeonato brasiliense da Segunda Divisão pelo Cruzeiro.
Em meu penúltimo ano de atividade, 2012, disputei o campeonato brasiliense da Primeira Divisão pelo Capital e o da Segunda pelo Cruzeiro.
Em 2013, só disputei o campeonato da Segunda Divisão do DF, pela equipe do Dom Pedro II. Quis o destino que eu parasse de jogar futebol no mesmo time em que comecei no profissionalismo, o Dom Pedro II.

Como você foi parar na Guiné Equatorial?
F
ui artilheiro do campeonato brasiliense em 2008, tinha uns empresários assistindo aos jogos e gostaram do meu futebol. Eles já tinham contratado o treinador Déo de Carvalho, que me ligou e acertamos tudo para ir jogar lá. Também foram contratados mais outros dois jogadores do futebol do DF: Flávio Katioco e Leandro. Tempos depois, percebemos a barca furada que embarcamos. Foi um campeonato bagunçado, aqui falaram uma coisa e lá foi outra completamente diferente. Foi cabuloso!

Quais os títulos que conquistou no futebol, tanto em Brasília quanto fora dela?
Campeão da Segunda Divisão do DF, pelo Dom Pedro II, em 2002; campeão acreano de 2006, pela ADESG e campeão da Guiné Equatorial em 2008.
Além disso, fui artilheiro da Primeira Divisão do Campeonato Brasiliense em 2008 e da Segunda em 2002, atuando pelo Dom Pedro II, e de 2010, pelo Cruzeiro.

Depois que encerrou a carreira de jogador, exerceu alguma atividade relacionada ao futebol, tais como treinador, dirigente de clube, árbitro de futebol, massagista, preparador físico etc.?
Quando parei, parei mesmo! Não surgiu uma oportunidade para continuar no mundo do futebol.

Qual sua opinião sobre o futebol de Brasília, sabidamente um futebol que não é valorizado pela imprensa brasileira?
Considero Brasília uma capital esquecida no mundo do futebol. Aqui não tem incentivo de nenhuma forma, nem de empresas, nem de empresários, do Governo, da CBF. Além disso tudo, não tem torcida.

O que o futebol de Brasília tem de fazer para se tornar um dos melhores do Brasil?
Os dirigentes precisam ser mais profissionais. Planejar e honrar seus compromissos com jogadores, treinadores e funcionários do clube, em geral. Tentar encontrar meios atraiam os torcedores para os jogos. Cuidar das categorias de base com uma estrutura de verdade.

Você acredita que a reinauguração do Mané Garrincha trará evolução ao futebol brasiliense?
Não. É uma pena, pois em um estádio como esse e com a ajuda do governo, seria dado um grande passo para o definitivo crescimento do futebol brasiliense. Mas, na verdade, só vai ser aberto para os grandes times de fora e para shows. As despesas em um evento são muito grandes. Para valer a pena, tem que ter casa cheia. E qual time do DF vai encher esse estádio hoje em dia?

Você considera que os grandes jogadores do futebol de Brasília tem categoria suficiente para atuar em qualquer clube do Brasil?
Na minha opinião, sim. Brasília tem muitos craques de bola, o que falta é profissionalismo por parte dos clubes. A maioria dos jogadores que saíram cedo de Brasília deu certo no futebol. Para mim, jogador de futebol de Brasília tem que colocar a mochilinha nas costas e meter o pé daqui. Não dá para ficar se iludindo no futebol candango. Por experiência própria, o tempo passa rápido. Pena que não da para voltar no tempo. rsrsrs

Se você fosse formar a seleção brasiliense de todos os tempos, quais seriam os onze jogadores que formariam a equipe titular e os onze que seriam reservas imediatos?
Apesar de achar uma pergunta muito difícil, pois podemos cometer injustiças, vamos lá! A seleção titular formaria com Paulo Victor, Paulo Henrique, Emerson, Jonas Foca e Augusto; Sandro, Souza, Maninho e Iranildo; Dimba e Michel. A seleção suplente seria formada por Osmair, Amaral, Gerson, Rodrigo Mello e Rafinha; Didão, Mazinho Brasília, Allann Delon e Flávio Katioco; Washington e Juninho (do Dom Pedro II).

Quais foram os três melhores treinadores do futebol de Brasília com quem você pôde trabalhar?
José Lopes de Oliveira, o Risada, Everton Antunes Benevides, o Everton Goiano, e Carlos Alberto do Carmo Reis, o Remo.

E os três melhores dirigentes?
Cléver Rafael, Carlos Félix e Silva e Roberto Peres Patu.

Dá para se falar que existem grandes rivalidades no futebol de Brasília?
Para mim, só existe uma: Gama x Brasiliense.

Você tem aquele jogo que considera inesquecível?
Tenho sim. Final do campeonato acreano de 2006, no dia 28 de maio, no Estádio José de Melo, em Rio Branco, capital do Acre, entre ADESG e Independência. Nesse jogo saímos vitoriosos pelo placar de 3 x 0, com dois gols meus. Demos o primeiro título de campeão da história da Associação Desportiva Senador Guiomard e ainda por cima de forma invicta. Foi um dia de muita felicidade para todos naquela cidade do interior do Acre.

Esqueça um pouco a modéstia e fale de suas características dentro de campo.
Eu era um atacante de área. Gostava muito de fazer o pivô, para os meias que se aproximavam da área. Sabia me posicionar bem em campo. Tinha estilo “matador” rsrsrs

Quem era o seu ídolo no futebol? Teve oportunidade de estar em um campo de futebol ao lado dele?
Sempre fui fã do Romário, ele era diferenciado. Infelizmente, o mais perto que cheguei dele foi num jogo Vasco da Gama x Gama, não lembro mais o ano. Nesse jogo eu trabalhei de gandula e tive a felicidade de tocar nele e tirar uma foto ao seu lado. Momento inesquecível.

Lances e gols de Michel podem ser conferidos no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=OCJppcRX3tU

ACERVO ICONOGRÁFICO








Campeão acreano de 2006, pela ADESG




No União, de Rondonópolis (MT)

Na Seleção de Brasília que foi à África - 2008

4 comentários:

  1. Sobre a seleção do DF de todos os tempos: eu escalaria o Rochinha na lateral-esquerda. Bela entrevista. Abs,

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  2. Vc eh orgulho do futebol brasiliense. Um homem sem história não eh ninguém. Vc escreveu seu nome na história do futebol brasiliense. Isto ninguém tira de vc. Parabéns Michel.

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  3. Vc eh orgulho do futebol brasiliense. Um homem sem história não eh ninguém. Vc escreveu seu nome na história do futebol brasiliense. Isto ninguém tira de vc. Parabéns Michel.

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  4. michel o feraaa, grande artilheiro , meu parceiro escolinha do guara, já fui seu garçon em pai!!!! michel o feraaaa. DANIEL ARAÙJO

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