sexta-feira, 30 de agosto de 2024

OS GOLEIROS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Gaguinho (in memoriam)


Recebemos a triste notícia que no último dia 22 de agosto de 2024 faleceu o ex-goleiro Gaguinho. Segue nossa homenagem póstuma.

José Nogueira de Souza, o Gaguinho, nasceu em 15 de dezembro de 1936, na cidade de Pirapora, Minas Gerais.
Até seus 14 anos batia bola com seus amigos, jogando na linha. Ao passar para o gol, tornou-se bom goleiro e foi defender o arco do Comercial, de sua cidade natal.
Os bons amistosos realizados contra clubes da região, a boa atuação na inauguração do campo do Ateneu, de Montes Claros, e outros jogos com bom desempenho, fizeram despertar o interesse de outros clubes na contratação de Gaguinho.
Apesar de nunca ter sido a favor de testes de experiências em outros clubes, ainda assim Gaguinho esteve no Atlético Mineiro, em 1957, e também no Bangu, do Rio de Janeiro, treinado pelo técnico Tim e onde conheceu outro goleiro que viria a atuar no futebol brasiliense: Otaziano. Ficou três meses e só não acertou seu ingresso porque o clube carioca não quis oferecer “luvas” no contrato.
No começo do ano de 1960, um tio seu o convidou para vir para Brasília. Relutante, aceitou e chegou à Capital Federal somente depois do carnaval daquele ano.
Naquela época, para despertar o interesse nos jogadores de fora da cidade, os clubes de futebol de Brasília ofereciam emprego nas construtoras ou nos órgãos do Governo do Distrito Federal que estavam sendo criados.
Dessa forma, Gaguinho assinou contrato com o Rabello F. C., time mantido pela Construtora Rabello, passando a morar no acampamento da construtora.
Gaguinho recebeu o Registro nº 135 junto à Federação Desportiva de Brasília.
Sua estreia no Rabello aconteceu em 21 de agosto de 1960, no Estádio Paulo Linhares, vencendo o amistoso contra o Brasil Central, por 4 x 2.
 
O Rabello formou com Gaguinho, Délio e Leocádio; Alaor, Capixaba e Remo; Babá, Matias, Baianinho, Nilo e Antônio. De 1960 até julho de 1966 foi titular absoluto no Rabello, conquistando três títulos de campeão brasiliense de profissionais (1964 a 1966), além de outras conquistas menores, como torneios início e da Prefeitura do Distrito Federal.
Em 1962, Gaguinho foi eleito o melhor goleiro do campeonato pela crônica esportiva de Brasília. No ano seguinte, o DC-Brasília o colocou como o goleiro da “Seleção do Ano”.
Depois do Rabello, foi para o Guará, para onde se transferiu no começo do mês de agosto de 1966. Neste clube, jogou o restante de 1966, em 1967 e um pouco de 1968, quando recebeu convite do radialista Wanderley Mattos para jogar na A. A. Serviço Gráfico, com a garantia de um emprego na gráfica do Senado Federal. Não pensou duas vezes para mudar de ares. Por lá jogou de 1969 a 1971.
Encerrou sua carreira nessa equipe, com problemas intermináveis em seu joelho.
Gaguinho sempre foi titular de todas as seleções formadas por jogadores do futebol de Brasília, a primeira em 16 de abril de 1961, na derrota para a seleção de Goiás. Teve o privilégio de defender os fortes chutes de Pepe, do Santos, de jogar contra Tostão, do Cruzeiro (em partida que foi considerado o melhor jogador em campo), de parar o ataque do Atlético Mineiro no dia 23 de agosto de 1964, no empate de 1 x 1 com o Atlético Mineiro.
Depois que abandonou o futebol oficial, por muitos anos desfilou sua categoria nas peladas jogadas nos campeonatos internos da ASSEFE – Associação dos Servidores do Senado Federal.