Hoje está completando 20 anos que o Paranoá conquistou a Taça Brasília.
I Taça Brasília foi o nome oficial que a Federação Metropolitana de Futebol deu à
seletiva brasiliense para a Série C do Campeonato Brasileiro de 2004.
Cinco
clubes disputaram a vaga: Ceilândia, Dom Pedro II, Paranoá e Sobradinho. O quinto
participante foi o Brasiliense, que já estava na Série B, e disputou a seletiva
com seu time B, formado por reservas e juniores. Os jogos do Brasiliense seriam
descartados na busca da vaga para a Série C, para evitar que interferissem na
disputa.
O
Paranoá contou com os reforços de vários jogadores do vice-campeão brasiliense,
o CFZ: o técnico Reinaldo Gueldini, o zagueiro Bruno Cabrerizo, os meias Maninho
e Marcelinho e os atacantes Leonardo e Bispo, artilheiro do Campeonato
Brasiliense com 12 gols. Além deles, trouxe Wellington Cássio, Coquinho e
Giovani, que estiveram no Luziânia, e os zagueiros Adriano, ex-Ceilândia, e
Gilson, ex-Brasiliense. Desta maneira, formou um time muito forte e não foi
muito difícil chegar ao título de campeão.
No
Brasiliense, treinado por Marquinhos Bahia, o grupo era formado por onze
jogadores do time bicampeão brasiliense de juniores, mais os reforços de
jogadores de renome, como o goleiro Donizeti, o zagueiro Padovani, os volantes
Rocha (ex-Flamengo) e Róbston e meia atacante Wellington Dias.
No primeiro
jogo, no dia 9 de maio de 2004, apenas 198 torcedores foram ao JK para ver a
vitória do Paranoá, sobre o Dom Pedro II, por 5 x 1. Os gols do Paranoá foram marcados
por Giovani, aos 6 minutos; Cubango, 8; Natan, 41; Marcelinho, 74 e Bispo, 90.
Claudinho, aos 40, marcou o único gol do Dom Pedro II.
O Paranoá
aplicou outra goleada no dia 22 de maio de 2004, jogando novamente no JK, desta
vez sobre o Sobradinho, por 5 x 0. O curioso é que o primeiro gol só saiu aos
28 minutos do segundo tempo. Marcaram: Anderson, 73; Zé Carlos, 77; Bispo, 85 e
87 e Marcelinho, 89.
Em
seu terceiro jogo pela Taça Brasília, no dia 30 de maio de 2004 o Paranoá
visitou o Ceilândia (que vinha de três vitórias na competição) e, em pleno
Abadião, aplicou uma nova goleada: 4 x 0. Marcaram os gols Bispo, aos 23
minutos; Maninho), 50; Bruno Cabrerizo, 53 e Coquinho, 90.
No
último jogo válido pelo 1º turno, no dia 5 de junho de 2004, no JK, o Paranoá
venceu o Brasiliense pela contagem mínima, gol de Zé Carlos, aos 44 minutos do
primeiro tempo.
O
segundo turno teve início no dia 13 de junho de 2004 e, assim como no primeiro,
o Paranoá enfrentou o Dom Pedro II e aplicou uma goleada, por 7 x 1. Marcaram
os gols do Paranoá: Zé Carlos, 12 e 20; Cubango, 22; Anderson, 34; Zé Carlos,
65; Cubango, 73 e Marcelinho, 88. Fabrício marcou o gol de honra do Dom Pedro
II, aos 41 minutos do segundo tempo.
Demonstrando
ser um incômodo visitante, no dia 27 de junho de 2004 o Paranoá foi até o
Augustinho Lima e venceu o Sobradinho, por 2 x 0, gols de Bispo, aos 29 minutos
do 1º tempo, e Leonardo, aos vinte do segundo.
Em
sua terceira apresentação, no dia 3 de julho de 2004, no Mané Garrincha, o
Paranoá aplicou nova goleada no Ceilândia: 5 x 0. Os gols foram assim marcados:
Maninho, 12; Gilson, 46; Bispo, 79 e Marcelinho, 81 e 89.
O
Paranoá perdeu os 100% de aproveitamento em seus jogos ao empatar em 0 x 0 com
o Brasiliense no dia 7 de julho de 2004, no Serejão, em seu último jogo válido
pela fase de classificação.
Conforme
previsto no regulamento da competição, o primeiro colocado (Paranoá) e o
segundo (Ceilândia) deveriam decidir, em dois jogos, quem seria o dono da outra
vaga do DF na Série C do Campeonato Brasileiro (a outra já era do Gama,
rebaixado da Série B no ano anterior).
No
primeiro jogo, no dia 15 de julho de 2004, no Serejão, pela terceira vez
consecutiva, o Paranoá goleou o Ceilândia: 3 x 0, e abriu uma boa margem de
gols para o segundo. Marcaram os gols: Bispo, 18 e 22 e Marcelinho, 85.
Foi
aí que aconteceram estranhos acontecimentos, os quais foram chamados pelo
jornal Correio Braziliense, de “Golpe Baixo”. A FMF publicou o Boletim Oficial
Extraordinário nº 001/2004, de 13 de julho de 2004, e acrescentou ao Art. 11 do Regulamento da I Taça Brasília 2004 um parágrafo único, com a seguinte redação:
“Parágrafo Único - Na fase final da competição, se após realizadas as duas
partidas previstas, for apurado igual número de pontos na fase entre as duas
equipes finalistas, será conhecida a equipe campeã pelo critério de cobrança de
pênaltis”.
Ou
seja, apesar de ter vencido por 3 x 0 no duelo de ida, ter feito o maior número
de pontos ganhos na Primeira Fase e de estar invicto até o momento (oito vitórias
e um empate), o Paranoá passaria a ter apenas a vantagem do empate na decisão. O
saldo de gols “evaporou”! Qualquer vitória do Ceilândia levaria a decisão do
título para as cobranças de pênalti. Segundo o Boletim Oficial, com o
regulamento “omisso quanto aos critérios para definição e proclamação do
campeão”, o 2º Vice-Presidente da Federação Metropolitana de Futebol,
respondendo pelo Departamento Técnico de Futebol Profissional e Amador da FMF,
José Beni Monteiro (ex-presidente do Ceilândia), decidiu implodir a goleada
numa canetada.
José
Beni Monteiro chegou a dizer que a medida foi tomada dois dias antes do
primeiro jogo. O site oficial da Federação, no entanto, não divulgou nada. Alegou,
ainda, que o Boletim foi afixado no mural da Federação. O Paranoá também não
foi avisado oficialmente.
Mas,
tudo isso foi colocado em segundo plano após o segundo jogo da decisão. No dia
18 de julho de 2004, no Mané Garrincha, pela quarta vez na competição, o
Paranoá goleou o Ceilândia, desta vez por 6 x 2, e ficou com o título do
torneio e com a vaga para a Série C do Campeonato Brasileiro.
Eis
a ficha técnica da decisão:
PARANOÁ
6 x 2 CEILÂNDIA
Data:
18 de julho de 2004
Local:
estádio Mané Garrincha, Brasília-DF
Árbitro:
Divino Enes
Renda:
R$ 192,00
Público:
192 pagantes
Expulsões:
Lúcio, do Ceilândia, e Bispo, do Paranoá
Bispo |
PARANOÁ:
Fernando, Wellington Cássio, Adriano, Gilson e Thiago Rocha; Cubango, Coquinho,
Maninho (Agenor), Marcelinho (Julinho) e Toca (Leonardo); Bispo. Técnico:
Reinaldo Gueldini.
CEILÂNDIA:
Bruno, Jhonny, Piu, Lúcio e Maranhão (Carlos Eduardo); Didão, Écio (Cassius),
Kabila, Paulo Henrique e Fabinho (Jonhes); Michel. Técnico: Pavão.
Bispo, do Paranoá, foi o artilheiro da competição, com 9 gols, dois a mais que Wellington Dias, do Brasiliense.
O goleiro menos vazado foi Fernando, do Paranoá, que sofreu apenas três gols nos nove jogos que disputou.
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