sexta-feira, 24 de junho de 2011

FICHA TÉCNICA: Lúcio



Lucimar da Silva Ferreira, o Lúcio, nasceu em Planaltina, cidade-satélite distante 43 quilômetros de Brasília, no dia 8 de maio de 1978.
Passou toda a infância em Planaltina, em uma família pobre. Sua mãe, Maria Olindina da Silva, sua maior incentivadora, era apenas mais uma das muitas nordestinas que escolheram o Distrito Federal para tentar melhorar de vida. Sem marido, com muita dificuldade, montou um barzinho na Vila Buritis, em Planaltina, de onde tirava o sustento de seus filhos.
Ainda com o nome de Lucimar, começou sua carreira no próprio Planaltina Esporte Clube, recebendo um salário de R$ 300,00.
Em 1996, apesar de ter apenas 18 anos, ele foi considerado o melhor quarto-zagueiro do Distrito Federal e jogou como titular da Seleção Brasiliense que disputou um amistoso contra os Amigos de Túlio, no Mané Garrincha.
Também foi destaque no campeonato brasiliense de juniors de 1996 (cujo artilheiro foi Warley, do Gama, com 27 gols), e foi convocado para a Seleção Brasiliense que disputou o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais Sub-19, em novembro, em Curitiba (PR).
Depois, fez teste e foi aprovado no União São João, de Araras (SP), clube pelo qual chegou a disputar a Taça São Paulo de Futebol Junior, entre os dias 5 e 12 de janeiro de 1997. O União São João não passou para a fase seguinte.
Ao retornar para Brasília, foi emprestado ao Guará, para a disputa da Copa do Brasil. E foi justamente o jogo que mudou toda a sua vida. No dia 18 de fevereiro de 1997, o Guará enfrentou o Internacional, de Porto Alegre, e foi massacrado pelo elevado marcador de 7 x 0 e desclassificado da competição.
Quem, em sã consciência, demonstraria interesse em contratar o zagueiro do time adversário que acabou de levar 7 x 0? Resposta: o Internacional, de Porto Alegre (RS).
Apesar da noite negra, o desempenho de Lúcio foi analisado detalhadamente e elogiado pelos dirigentes do Internacional. O que mais chamou a atenção dos gaúchos, além do futebol técnico e de muito vigor físico de Lucimar, foi sua altura de 1,87 m, apropriada para o futebol normalmente praticado no Rio Grande do Sul.
Antes disso, porém, seu passe foi adquirido pelo Gama junto ao Planaltina.
Não ficou muito tempo no Gama. Jogou um amistoso no dia 23 de fevereiro, na vitória de 2 x 0 sobre o Samambaia, no Serejão. Uma semana depois, enfrentou o Luziânia.
No dia 9 de março começou o campeonato brasiliense e Lúcio estava no time do Gama que empatou com o Ceilandense em 2 x 2, depois de estar vencendo por 2 x 0.
Uma semana depois, outro resultado ruim: derrota de 3 x 2 para o Brasília.
Antes da realização da terceira rodada, no dia 21 de dezembro de 1997 Lúcio assinou contrato com o Internacional, de Porto Alegre. Logo que chegou, foi incorporado ao time de juniors, até porque no time titular atuava um tal de Gamarra! Neste mesmo ano, o Internacional conquistou o título de campeão gaúcho.
Seu primeiro jogo no time de cima do Internacional só aconteceu em 1998, no dia 11 de fevereiro, num amistoso contra o Juventude, de Caxias do Sul, entrando no segundo tempo. Não demorou para firmar-se como titular.
Seu último jogo com a camisa do Internacional foi em 2 de dezembro de 2000, no Mineirão, na derrota de 3 x 2 para o Cruzeiro. Ganhou a Bola de Prata, da revista Placar, como melhor zagueiro do campeonato brasileiro.
Logo depois, mesmo cobiçado pelo Barcelona, negociou sua ida para o Bayer Leverkusen, da Alemanha. No clube alemão, onde jogou até 2004, disputou a final da Liga dos Campeões da Europa de 2002, marcando o único gol dos alemães na derrota de 2 x 1 para o Real Madrid, na final que ficou marcada por um gol antológico de Zinedine Zidane. Foram 122 jogos no Bayer Leverkusen e 21 gols marcados durante quatro temporadas.
Deixou o Bayer Leverkusen no final da temporada 2003/2004. Em maio de 2004, por 12 milhões de euros, foi contratado pelo Bayern Munich. Antes, chegou a ser pivô de um desentendimento entre Roma e Juventus, ambas da Itália, que estavam interessadas no zagueiro.

No Bayern Munich, Lúcio viria a conquistar o tricampeonato alemão (2004/2005, 2005/2006 e 2006/2007), três Copas da Alemanha no mesmo período e duas Copas da Liga (2004 e 2007). Disputou um total de 218 jogos e marcou 12 gols.
Foi ídolo durante sua passagem pelo futebol da Alemanha, e conforme declarações do ex-treinador da seleção alemã, Jürgen Klinsmann, seria o brasileiro predileto dos alemães para jogar em sua seleção, caso se naturalizasse.
Preterido pelo técnico Louis Van Gaal (fato que causou muita polêmica entre os torcedores do clube, favoráveis à sua permanência), em 2009 Lúcio transferiu-se para a Internazionale, de Milão, onde logo em sua primeira temporada (2009/2010) foi um dos principais destaques na conquista da tríplice coroa (Liga dos Campeões, Série A do Campeonato Italiano e Copa da Itália). No total, conquistou o campeonato italiano de 2009/2010, duas Copas da Itália (2009/2010 e 2010/2011), a Supercopa italiana (2010), a Liga dos Campeões da Europa 2009/2010 e o Mundial Interclubes no ano de 2010. Curiosamente, na final da Liga dos Campeões, Lúcio enfrentou o seu ex-clube, o Bayern Munich, e foi fundamental na vitória da Internazionale pelo placar de 2 x 0.
Também em 2010 recebeu o FIFPro World XI, um prêmio anual instituído em 2005, onde votam treinadores e jogadores das 42 federações nacionais, resultando numa lista de onze jogadores por posição (um All-Star Team), composta de um goleiro, quatro defensores, quatro meio-de-campo e dois atacantes. Apenas sete brasileiros já receberam esse prêmio. Além de Lúcio, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, três vezes, Cafu, Maicon, Daniel Alves e Dida, uma vez cada.

Integrante da Seleção Brasileira desde 15 de novembro de 2000 (vitória de 1 x 0 sobre a Colômbia), e capitão da equipe desde 2006, Lúcio acumula uma série de conquistas importantes como a Copa do Mundo de 2002 e a Copa das Confederações de 2005 e 2009, quando marcou o gol do título.
Quase uma unanimidade entre os torcedores e jornalistas brasileiros, Lúcio é, juntamente com Taffarel, o terceiro jogador que mais vezes vestiu a camisa da Seleção Brasileira, com 101 presenças.
Após a Copa do Mundo de 2010, ficou durante alguns meses fora das convocações do novo treinador Mano Menezes.
No dia 3 de março de 2011, entretanto, Lúcio voltou a ser convocado. No dia 4 de junho de 2011, fez seu jogo de número 100 pela Seleção Brasileira, contra a Holanda, e superou essa marca no dia 7 de junho de 2011, na vitória de 1 x 0 sobre a Romênia, no amistoso que marcou a despedida de Ronaldo.
Está na lista de jogadores convocados para a Copa América de 2011, na Argentina, a ser iniciada em 1º de julho.

Um comentário:

  1. Excelente o blog, aproveitando isso, você poderia fazer história do Tiradentes e do Planaltina EC, além de colocar fotos de um estádio que nunca tive oportunidade de ver em imagens, que é o Municipal de Planaltina de Goiás.


    Muito bom mesmo, valeu, o futebol brasiliense agradece por pessoas que mantenham sua história viva.

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