segunda-feira, 30 de março de 2015

O FUTEBOL NAS CIDADES SATÉLITES - 2º CAPÍTULO - Ceilândia - 4ª parte - Categorias de Base e o Estádio Abadião


CATEGORIAS DE BASE

O futebol sempre teve grande importância para o desenvolvimento social de Ceilândia. Para uma população com poucas opções de lazer, jogar bola, principalmente nas categorias de base, além de proporcionar lazer, ajuda a retirar a criançada das ruas.
Mesmo com todos os problemas enfrentados, a esses meninos é dada toda a assistência possível para o pleno desenvolvimento de suas potencialidades e, apesar das dificuldades encontradas os atletas perseguem seus objetivos e tentam superar qualquer obstáculo.
Em alguns casos é proporcionado aos atletas das categorias de base uma boa estrutura no seu departamento no futebol. Temos trabalhos sérios na Ceilândia, que leva em consideração a descoberta de novos talentos, priorizando o desenvolvimento individual e coletivo do atleta. Desta forma podem acompanhar o crescimento e o sucesso de alguns atletas oriundos das categorias de base.
Casos como o Botafoguinho Esporte Clube, fundado em março de 1979, é digno de registro. O Botafoguinho é um projeto social na área de futebol que trabalha com as categorias de base em Ceilândia. Atualmente trabalha com as categorias Sub-13, Sub-15 e Sub-17, com mais de cem crianças e adolescentes.
De 2009 a 2014 o Botafoguinho teve parceria com o Ceilândia E. C., participando da Copa AGAP (campeão infantil em 2012, campeão juvenil invicto em 2014), campeonato brasiliense nas categorias de base sempre com boas participações ao longo dos anos. O Botafoguinho chegou a ser ranqueado no 60º lugar junto à Federação Brasiliense de Futebol. Hoje está entre os três primeiros de Brasília. Além disso foram conquistados vários títulos nos campeonatos promovidos em Ceilândia em todas as categorias de base.
Em 2015 o Botafoguinho não renovou a parceria com o Ceilândia. Ainda procura por parceiros e patrocínio que ajudem a continuar o projeto social.
Quando a LECIC - Liga Esportiva das Categorias Independentes de Ceilândia foi criada, em 1977, era para organizar campeonatos das categorias de base. Até 1992 só realizava campeonatos nessas categorias. A partir de 1993 a LECIC passou a ser a liga oficial de Ceilândia, realizando campeonatos em todas as categorias. A Liga hoje conta com as seguintes quantidades de equipes nas categorias de base: 16 na Mirim, 16 no Infantil, 16 no Juvenil e 10 na Sub-20, todas disputando o campeonato de futebol amador de Ceilândia.
Nos campeonatos das categorias de base promovidos pela Federação Brasiliense de Futebol, a primeira grande participação do futebol ceilandense aconteceu em 1984, quando o Ceilândia venceu o primeiro turno e depois foi vice-campeão no geral, entre os juniores, após perder a decisão para o Taguatinga, vencedor dos dois outros turnos, por 1 x 0. A formação básica do Ceilândia foi Douglas (Silvinho), Pato, Silva (Julinho), Boni (Edson) e Elias (Marcão) (Wilsinho); Atos (Wanderley), Dorival (Carlinhos) e Lima (Melo); Mineirinho, Beto (Valdeni) (Índio) e Adão (Ronie). Técnicos: Antônio Gomes de Oliveira e Israel da Silva.
No ano seguinte, 1985, o Ceilândia venceu o campeonato brasiliense da categoria de infantis.
Em 1986, foi a vez da LECIC conquistar o título de campeão brasiliense infantil, de forma invicta, com 100% de aproveitamento: sete jogos e sete vitórias.
O primeiro título de campeão da categoria de juniores aconteceu em 1987. Após 25 jogos, o Ceilândia chegou ao título de campeão brasiliense da categoria de juniores. Formado por jogadores como o goleiro Josmar, os zagueiros Paulão e Jânio, e os atacantes Pacheco, Dirson e Tuta, o Ceilândia venceu 14 jogos, empatou 5 e perdeu 6.

O futebol de Ceilândia não mais conquistou títulos na categoria de juniores nos anos seguintes. Os dois melhores resultados foram os vice-campeonatos dos anos de 2005 e 2007.

O CEILÂNDIA NA COPA SÃO PAULO DE FUTEBOL JUNIOR

Em 2008 o futebol brasiliense teve um novo representante na Copa, o Ceilândia. A outra equipe foi o Brasiliense.

O técnico Ricardo Antônio praticamente teve de montar outro time. Depois de fazer uma peneira desde setembro de 2007, filtrou mais de uma centena de candidatos para definir os 20 jogadores da viagem à São Paulo. Do vice-campeonato brasiliense Sub-20 de 2007, restaram apenas dois: os volantes Renan e André. O técnico teve à sua disposição um elenco formado apenas por oito atletas do Distrito Federal. O restante veio de outros estados (Goiás, Maranhão, Piauí e Acre), por indicação.
O outro destaque da equipe foi o zagueiro Ícaro, emprestado pelo Legião.
O Ceilândia fez parte do Grupo A, com sede em São José do Rio Preto, ao lado do local América, do Corinthians (SP) e do Sorriso (MT).
Talvez por falta de experiência, perdeu seus três jogos, marcando apenas um gol.
Seu batismo de fogo foi contra nada mais nada menos que o tradicional Corinthians, dono da maior torcida de São Paulo e recordista de títulos da competição. Resultado, no dia 5 de janeiro foi goleado por 3 x 0.
O Ceilândia até que fez uma partida razoável, principalmente no primeiro tempo. Apesar disto, foi o Corinthians que marcou primeiro: aos 33 minutos, Marcelinho chutou de fora da área e a bola enganou Eric. No segundo tempo o Corinthians foi melhor. Aproveitou-se da necessidade do Ceilândia de sair para o jogo, o que lhe ofereceu espaços. Desse modo, aos 10 minutos, com Marcelinho, e aos 19, com Caju, deu números finais ao jogo. Jogaram pelo Ceilândia Erick Gustavo, Erick Borba, Ícaro, Uilliam (David) e Vitor; Laerth, Betson, Bruno e Tiago; Guti (Kássio) e Herick Boleli (Gutemberg). Técnico: Ricardo Antônio.
Na segunda rodada, no dia 8 de janeiro, o Ceilândia pegou outra pedreira, o América, campeão em 2006 e time da casa. Com a obrigação de conseguir uma vitória, o Ceilândia fez uma partida sem inspiração e perdeu por 1 x 0. No primeiro tempo, o América dominou a partida completamente e perdeu seguidas oportunidades. O gol somente veio aos 32 minutos da etapa inicial, quando Cezinha chutou forte e Eric não conseguiu defender. No segundo tempo, o Ceilândia equilibrou as ações, mas não o suficiente para conseguir a vitória. Uilliam, do Ceilândia, foi expulso de campo. Com o resultado, o Ceilândia passou a não ter mais chances de classificação.
Nem contra o supostamente mais fraco adversário do grupo, o Sorriso, do Mato Grosso, o Ceilândia obteve um bom resultado. No 12 de janeiro, foi derrotado por 3 x 1.
O time matogrossense marcou primeiro com Juliano, aos 23 minutos do 1º tempo. No 2º tempo, ampliou a vantagem com o meio-campista Coquinho, aos 23 minutos. O Ceilândia diminuiu com Betson, cobrando pênalti, aos 26. No final da partida, Luciano fez o terceiro do Sorriso, aos 41 minutos, fechando a contagem.
O Ceilândia formou com Erick Gustavo, Erick Borba, Kássio, Ícaro e Bruno; Laerth, Betson (Guti), Iuri (Vitor) e Tiago; Herick Boleli e Gutemberg. Técnico: Ricardo Silva.





O ESTÁDIO ABADIÃO

O Abadião, ou melhor, Estádio “Maria de Lourdes Abadia”, é um dos poucos estádios brasileiros a ter nome de uma mulher.
A última edição (2014) do Cadastro Nacional de Estádios de Futebol - CNEF, da Confederação Brasileira de Futebol - CBF, afirma que a capacidade do estádio Abadião é de 3.000 espectadores.


INAUGURAÇÃO

O Abadião foi inaugurado em 17 de julho de 1983 com um amistoso interestadual entre Ceilândia e Goiás, de Goiânia (GO).
Eis a ficha técnica desse jogo:

CEILÂNDIA 2 x 1 GOIÁS
Data: 17 de julho de 1983
Local: Estádio Abadião, Ceilândia (DF)
Gols: Emerson, nº 8 do Goiás, aos 11 minutos do 1º tempo marcou o primeiro gol do novo estádio. Chico empatou aos 35 minutos e Valmir deu a vitória para o Ceilândia aos 35 minutos do 2º tempo.
Árbitro: Luiz Carlos da Silva.
Equipes prováveis:
CEILÂNDIA: Ronaldo, Auro, Brito, Caio e Teixeira; Tião, Marquinhos e Chico; Chinézio, Joãozinho e Bill. Técnico: José Antônio Furtado Leal.
GOIÁS: Rodolfo, Maurício, Gilberto, Marques e Lourival; Adalberto, Tiãozinho e Emerson; Benevan, Bill e Mauricinho. Técnico: Triel.


PRIMEIRO JOGO OFICIAL

Quase um ano depois de ser inaugurado, aconteceu no Abadião o primeiro jogo oficial, válido pelo campeonato brasiliense de 1984. Os dados técnicos foram esses:


CEILÂNDIA 1 x 1 GUARÁ 
Data: 26.05.1984 
Local: Abadião 
Árbitro: Nilton de Castro 
Gols: Chicão, 60 e Zé Maurício, 65
CEILÂNDIA: Ronaldo, Evandro, Juscelino, Tião e Teixeira; Chico, Ricardo (Aquino) e Chinézio; Clerton (Oliveira), Joãozinho e Wadi. Técnico: Francisco Antônio da Silva (Chicão).
GUARÁ: Bocaiúva, Boni, Luiz Fernando, Luiz Carlos e Geraldo Galvão; Barão, Serginho e Zé Maurício; Mané (Niltinho), Cilinho e Éder. Técnico: Ivan Paixão Ferreira “Gradim”.


PRIMEIRO CLÁSSICO DA CIDADE

A primeira vez que os dois clubes de Ceilândia se encontraram no Abadião foi em 30 de março de 1996, em jogo válido pelo campeonato brasiliense daquele ano.
O Ceilândia estava retornando ao campeonato brasiliense, depois de solicitar licença em março de 1994 para não disputá-lo.
Nem assim o Ceilandense teve pena: sapecou uma goleada de 6 x 0. A ficha técnica desse jogo foi a seguinte:


CEILÂNDIA 0 x 6 CEILANDENSE 
Data: 30.03.1996 
Local: Serejão 
Árbitro: Nilson Carrijo 
Expulsões: Marquinhos e Ricardo, do Ceilândia
Gols: Miguelzinho, 3; Márcio, 44; Nildo, 63; Lucas, 85; Kedmo, 88 e Sílvio, 89
CEILÂNDIA: Barbosa, Dudinha (Ricardo), Jair, Adauto e Jânio; Marquinhos, Adailton e César (Gil); Ademar, Cassius e André (Vander). Técnico: Aguiman Ribeiro Santiago.
CEILANDENSE: Rildo, Axel, Carlão (Lucas), Wilton e Márcio; Sílvio, Divino (Juninho) e Wagner (Nildo); Miguelzinho, Kedmo e Wendel Brasília. Técnico: Jonas Foca.


CAMPEONATO BRASILEIRO

O primeiro jogo no Abadião válido pelo Campeonato Brasileiro aconteceu em 9 de setembro de 2004, entre Ceilândia e Tupi, de Juiz de Fora (MG):


CEILÂNDIA 1 x 0 TUPI
Data: 09.09.2004
Local: Abadião, Ceilândia (DF)
Árbitro: Sirlei Cândido (GO)
Renda: R$ 1.140,00
Público: 380 pagantes
Expulsão: Luciano, do Ceilândia
Gol: Cassius, 7
CEILÂNDIA: Fernando, Jhonny, Adriano, Gilson e Diogo; Leandro Leite, Didão (Flávio Katioco), Kabila (Almeida) e Fábio Neiva; Cristiano (Jonhes) e Cassius. Técnico: Sérgio Alexandre.
TUPI: Luciano, Rafael, David, Nildo e Esquerdinha, Carlinhos (Marques), Cacá, Hugo (Leandro) e Fabiano Guru; Henrique (Edilson) e Ney Fabiano. Técnico: José Roberto Portella.


Nota: Ao todo, foram disputados no Abadião 21 jogos válidos pelo Campeonato Brasileiro.


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