domingo, 15 de março de 2015

FICHA TÉCNICA: Marco Antônio Pereira


Marco Antônio no CEUB em 1973

Marco Antônio Pereira nasceu a 26 de abril de 1955, em Araguari (MG), cidade onde começou a jogar futebol entre os juvenis do Fluminense local.
Com 16 anos de idade transferiu-se para Brasília, com a finalidade de procurar emprego. Quando estava no 3º ano científico e antes de prestar vestibular, passou a trabalhar como datilógrafo no Centro de Ensino Unificado de Brasília - CEUB, exatamente numa época em que esta faculdade estava formando um time para disputar o campeonato brasiliense de futebol amador (o que acabou acontecendo em fevereiro de 1971). Passou a trabalhar na faculdade e, depois do expediente, ia treinar no time de futebol.
Com 17 anos já era titular do time amador do Ceub (que formara duas equipes, uma amadora para disputar o campeonato brasiliense, e a outra, profissional, visando uma vaga no Campeonato Brasileiro). Sua estreia foi no dia 27 de agosto de 1972, na derrota de 1 x 0 para o Piloto, no Estádio Pelezão.
No jogo seguinte, contra o Grêmio, em 2 de setembro de 1972, marcou dois gols na vitória por 4 x 2.
Tornou-se artilheiro do campeonato brasiliense amador de 1972, com oito gols, junto com Celino, do Serviço Gráfico (posteriormente, um dos seus gols foi descontado por ter sido marcado em um jogo que foi cancelado). 
Vencedor do segundo turno, o Ceub qualificou-se para disputar a final do campeonato de 1972 com o Serviço Gráfico, ganhador do 1º.
Após o primeiro jogo da decisão (no dia 2 de dezembro de 1972, vitória do Ceub por 3 x 0, com um gol de Marco Antônio), o Serviço Gráfico entrou com um recurso na Federação Metropolitana de Futebol solicitando os pontos do jogo, baseando-se no fato de que o atleta Marco Antônio, do CEUB, não tinha condições de jogo. Foi constatado que o jogador ainda tinha vínculo com o Fluminense, de Araguari (MG), o que o impossibilitava de participar do campeonato do DF sem a devida transferência.
O CEUB deu o troco, entrando com um recurso contra a utilização pelo Serviço Gráfico dos jogadores Vavá e Carlos Gomes que, segundo o clube universitário, estariam filiados a Federação Fluminense de Futebol.
O Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Metropolitana de Futebol anulou as partidas realizadas em 2 e 9 de dezembro de 1972, mantendo, entretanto, os resultados das partidas realizadas em 16 de dezembro e 21 de dezembro de 1972.
A FMF recebeu o Ofício nº 2.336, de 02.03.1973, da CBD, comunicando que aplicou aos atletas Marco Antônio Pereira (inscrito pela Federação Mineira de Futebol), Lourival Ribeiro de Carvalho Filho (Vavá) e Carlos Gomes (inscritos pela Federação Fluminense de Desportos), a penalidade de suspensão de 90 dias para cada um, a partir de 7 de fevereiro de 1973.
Para a última partida da série decisiva, somente puderam participar os atletas que tinham condições legais até a data da realização dos encontros anteriores. A situação passou a ser: Serviço Gráfico, 3 pontos ganhos e Ceub, 1. Somente no dia 12 de setembro de 1973 aconteceria a decisão do campeonato de 1972. Um empate de 0 x 0 deu o título ao Serviço Gráfico, o Ceub ficou com a segunda colocação.
Independente de toda essa confusão, Marco Antônio foi escolhido para fazer parte da seleção dos melhores do ano de 1972 no Distrito Federal pelo jornal Correio Braziliense.
Passou para o time de profissionais do Ceub em 1973, estreando no amistoso realizado no dia 10 de fevereiro daquele ano, contra o Botafogo, do Rio de Janeiro. O Ceub perdeu por 3 x 0.
Duas semanas depois (24 de fevereiro), o Ceub realizou um amistoso contra outro clube carioca, o Fluminense, empatando em 1 x 1. O gol do Ceub foi marcado por Marco Antônio. 
No dia 25 de agosto de 1973 fez sua estreia no Campeonato Brasileiro pelo Ceub, atuando ao lado de craques experientes como os goleiros Rogério e Valdir, Paulo Lumumba, Rildo, Oldair, Jadir, Dario Pantera, e Tuca (irmão de Ferreti), dentre outros. Começou como titular e aos poucos foi perdendo espaço na equipe.
Seu único gol na competição aconteceu no dia 5 de setembro de 1973, na vitória de 2 x 0 sobre o Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG), no Estádio Pelezão.
No dia 13 de março de 1974, Marco Antônio, do Ceub, estava entre os 17 jogadores convocados pelo treinador Antoninho para a Seleção Brasileira de Amadores que participou do XXIII Festival Internacional de Futebol Juniores de Cannes, na França.
A estreia no torneio aconteceu em 11 de abril, com vitória de 3 x 1 sobre a Hungria; Marco Antônio jogou.
Nos jogos seguintes, Marco Antônio esteve na reserva. Como Cláudio Adão era titular absoluto, queriam colocar Marco Antônio na ponta-direita, onde ele sabia não renderia o que podia. Preferiu ser reserva a ter que jogar numa posição que não era a sua. No time do Brasil que conquistou o tetracampeonato do torneio, Marcelo (hoje Marcelo Oliveira, técnico do Cruzeiro) foi o maior destaque, sendo considerado o melhor jogador da competição. Mas o time era formado por muitos outros jogadores que se destacariam mais tarde, tais como os goleiros Carlos (Ponte Preta) e Zé Carlos (Botafogo), Wanderley Luxemburgo (Flamengo), Batista (Internacional) e Cláudio Adão (Santos).
Essa convocação para a Seleção Brasileira de Novos levou o DEFER a entregar-lhe o prêmio de “Destaque do Ano” no futebol.
Nos dias 23 e 27 de março de 1975, ajudou o Ceub a vencer o Torneio Internacional “Osmar Cabral”, em Goiânia (GO), com a participação de Atlético Goianiense, Goiânia, Ceub e Nacional, de Montevidéu, Uruguai.
De 1º de maio a 13 de junho de 1975 esteve com o Ceub numa excursão que o clube fez por gramados dos continentes africano e europeu. Foram 16 jogos que tornaram o Ceub o primeiro time brasiliense a excursionar para o exterior.
No segundo semestre de 1975, disputou o Campeonato Brasileiro com o Ceub, sendo sua última participação em 5 de novembro de 1975, na derrota para o Bahia por 2 x 1. Marcou três gols na competição.
Em janeiro de 1976, o Goiânia foi até Brasília e levou de uma vez três jogadores do Ceub: Emerson, Péricles e Marco Antônio.
A estreia de Marco Antônio no Goiânia foi em 25 de janeiro de 1976, na vitória de 1 x 0 sobre o Fluminense, do Rio de Janeiro, gol de Péricles. O time do Fluminense era conhecido como “Máquina”, integrada por jogadores como Carlos Alberto Torres, Pintinho, Cleber, Rivelino, Gil, Doval e Dirceu. Além disso, Didi era o técnico.
No Goiânia passou a jogar ao lado de Bill e Heber, formando um trio atacante que quase levou o Goiânia ao título de campeão goiano. Um dos motivos da perda do título foi extra-campo: na semana da final, o adversário Goiás contratou o técnico Tomazinho, que dirigiu o Goiânia durante todo o campeonato. Por coincidência, o técnico Paulo Gonçalves, do Goiás, era irmão de Tomazinho! Todos reconheceram que essa saída foi de suma importância para o Goiânia perder a decisão.
Em 1977, faltando um mês para o fim do seu contrato, Marco Antônio esteve envolvido com uma transferência complicada no futebol goiano. Por falta de experiência, assinou um pré-contrato com o Vila Nova. O Goiânia descobriu e criou o maior caso. Nessa confusão, surgiu o Goiás e levou Marco Antônio para defender suas cores. O Vila Nova não gostou de ter perdido o jogador, recorreu a justiça desportiva, mas não adiantou: Marco Antônio foi mesmo para o Goiás.
Em seu novo clube tornou-se artilheiro do campeonato goiano de 1977, com 17 gols. No entanto, o Goiás perdeu o título para o Vila Nova, apesar dos dois gols marcados por Marco Antônio no confronto entre esses clubes (derrota de 3 x 2).
Em 1978 foi para o Santos, integrado por um monte de garotos que viria a ser chamado de “Meninos da Vila”. Teve até um bom começo, mas não conseguiu se firmar como titular.
Estreou no dia 3 de fevereiro, no Maracanã, na derrota de 1 x 0 para o Vasco da Gama, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro de 1977, substituindo João Paulo. Contra o Flamengo, no Pacaembu, em 16 de fevereiro, pela primeira vez entrou em campo como titular (resultado: 0 x 0). No jogo seguinte, 18 de fevereiro, contra o Caxias, marcou seu primeiro gol com a camisa santista, no empate de 3 x 3. Voltaria a marcar (desta vez, dois gols), no amistoso contra o Internacional, de Lages (SC), em 21 de fevereiro de 1978, e disputou, como titular, mais outros quatro amistosos. Quando começou o Campeonato Brasileiro de 1978, em 25 de março, o titular passou a ser Juari, que não mais perdeu essa condição. Percebendo que passaria o restante do campeonato na reserva, resolveu retornar para o Goiás, que se preparava para disputar o Campeonato Brasileiro. No dia 12 de abril de 1978 reestreou com a camisa do Goiás, na vitória de 1 x 0 sobre o Comercial, de Campo Grande (MS), substituindo Antônio Carlos.
No jogo seguinte, em 16 de abril, contra a Anapolina, começou como titular e marcou um dos gols da vitória de 2 x 0. No total, foram oito gols no campeonato, que ajudaram o Goiás a ficar com a 14ª colocação entre 74 equipes.
Em 1979 sofreu uma grave contusão no joelho esquerdo, que passou a dificultar muito a sua mobilidade no restante de sua carreira. 
Conquistou o título de campeão goiano de 1981, atuando pelo Goiás.
Disputou o último jogo com a camisa do Goiás em 7 de março de 1982, no estádio Ítalo Del Cima, no Rio de Janeiro, quando o Goiás foi goleado pelo Campo Grande e foi desclassificado da Taça de Prata do Campeonato Brasileiro.
Quis o destino que seu último gol pelo Goiás fosse marcado no Distrito Federal, no dia 17 de fevereiro, na derrota de 3 x 1 para o Taguatinga, no estádio Serejão, em Taguatinga, ainda válido pela Taça de Ouro (o regulamento definia que os dois últimos de cada grupo passasse a disputar a Taça de Prata).
Ainda em 1982, saiu do Goiás e foi para o Vila Nova, onde disputou o primeiro turno do campeonato goiano daquele ano, vencido por seu clube. Logo depois, transferiu-se para o Comercial, de Campo Grande (MS), onde se sagrou campeão sul-matogrossense de 1982. Tornou-se um dos poucos jogadores a sagrar-se campeão no mesmo ano atuando por clubes de dois Estados diferentes.
No campeonato sul-matogrossense de 1982 marcou cinco gols. Também pelo Comercial disputou o Campeonato Brasileiro de 1983.
Depois passou pelo Mogi Mirim (SP), nos anos de 1983 e 1984, e encerrou sua carreira no União Bandeirante, do Paraná, em 1984.
Depois que largou o futebol, terminou a faculdade e passou a trabalhar num laboratório farmacêutico, na área de medicamentos, onde está até hoje, agora com menos intensidade.

Fonte complementar: site Futebol de Goyaz.

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