quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

PASSARAM POR AQUI: Ricardo ''Tuca'' Ferretti


Ricardo Ferretti de Oliveira, mais conhecido nos tempos de jogador como Tuca, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 22 de fevereiro de 1954. Hoje em dia é treinador de renome no México, onde, atualmente, comanda o Tigres.
Como jogador, Tuca começou no Botafogo - onde seu irmão Fernando Ferretti também jogou - e por lá permaneceu de 1971 a 1975 - chegando a fazer parte do elenco vice-campeão brasileiro de 1972. Em seguida, teve rápida passagem pelo Ceub (DF), em 1973, CSA, de Maceió (AL), em 1975, e pelo Vasco da Gama e Bonsucesso, ambos do Rio de Janeiro, respectivamente nos anos 1975/1976 e 1976/1977.
Com 23 anos e sem muito brilho no futebol carioca, ganhou uma oportunidade que mudaria a sua vida: pelas mãos do conterrâneo Nicola Gravina, ex-agente de jogadores, ele se mudou para o México e acertou com o Atlas, de Guadalajara, na metade da temporada 1977/1978. Na ocasião, o clube lutava contra o rebaixamento e nem os nove gols marcados por Tuca foram capazes de ajudar o clube a escapar da zona da degola.
Recém-chegado ao México e com um descenso no currículo, o atacante ainda por cima ficaria sem contrato ao término do campeonato nacional, o que o levou a procurar outras equipes. Ofereceu seus serviços a dois times locais, o Leones Negros e o Tecos, ambos do estado de Jalisco. No entanto, foi no Pumas que recebeu uma nova chance.
Então comandado pelo técnico sérvio Bora Milutinovic, o Pumas protagonizou uma temporada interessante e conseguiu chegar à decisão do torneio local, o que representou uma mudança drástica na carreira de Tuca. O título de campeão, porém, ficou nas mãos dos jogadores do Cruz Azul, potência do futebol mexicano na década de 70, quando o clube ganhou seis títulos nacionais.

Na temporada 1980/1981, quis o destino que o algoz do Cruz Azul fosse justamente o Pumas de Milutinovic e Tuca, este o autor do segundo gol na vitória de 4 x 1, no estádio Olímpico, na Cidade do México. A façanha garantiu o segundo título nacional da história do Pumas.
Ainda neste vitorioso ciclo, o Pumas também ganharia a Copa dos Campeões da Concacaf (atualmente conhecida como Liga dos Campeões da Concacaf) nos anos de 1980 e 1982 e a Copa Interamericana, definida em três jogos contra o Nacional, de Montevidéu (Uruguai). Nesta final, Tuca contribuiu balançando as redes no derradeiro triunfo por 2 x 1, no campo neutro do Los Angeles Memorial Coliseum, nos Estados Unidos.
Em 1985, já com dois títulos da Copa dos Campeões (o segundo referente ao ano de 1982) em sua galeria, Tuca traça novos rumos e muda de clube. Defendeu o Deportivo Neza e o Monterrey antes de retornar ao Pumas, em 1987/1988. Logo saiu para defender o Toluca, pelo qual ganhou a Copa México de 1989 e voltou para encerrar a carreira no Pumas, em 1991, com novo título da liga nacional.

Curiosamente, Tuca havia retornado ao Pumas para ser auxiliar técnico de Miguel Mejía Barón. Todavia, este acreditava que a experiência de Tuca, então com 37 anos, poderia ajudar a equipe na briga pelo título. A aposta deu certo e Tuca fez, de falta, o único gol do jogo de volta da final contra o América. O disparo foi tão forte que recebeu o carinhoso apelido de “Tucazo”.
Depois disso, Ferretti pendurou as chuteiras e passou a se dedicar ao ofício de treinador, cargo que ocupou no Pumas até 1996. Protagonizou sua última passagem pelo clube do qual é um dos maiores ídolos entre 2006 e 2010, vencendo o Clausura de 2009.
Também dirigiu Chivas (1996 a 2000), Toluca (2003 a 2004), Monarcas Morelia (2005) e o Tigres (2000 a 2003, 2006 e 2010 até o presente momento).
Embora não tenha alcançado a glória no início desta nova função, adquiriu experiência ao longo dos anos e sagrou-se campeão em 1997, com o Chivas Guadalajara. Voltou a saborear a volta olímpica em 2003, com o Toluca, na Supercopa do México, e na Liga dos Campeões da Concacaf.
No Tigres, foi campeão da primeira divisão mexicana, Torneio “Apertura” nos anos de 2011, 2015, 2016 e 2017; do Torneio “Clausura” de 2014 e da Copa dos Campeões de 2016 e 2017, além de ter conduzido esse clube até a final da Copa Libertadores da América de 2015, perdida diante do River Plate, da Argentina. Foi eleito o melhor treinador do Campeonato Mexicano da temporada 2010/2011.
Em 1994, participou da Copa do Mundo como auxiliar de Mejía Baron, então comandante do escrete nacional, e aprendeu a lidar com jogadores vaidosos. Desde então, adotou uma postura crítica e defende amistosos com seleções mais fortes.

Naturalizado mexicano desde 2006, assumiu de maneira interina o selecionado local após a saída de Miguel Herrera. Como forma de retribuir o país que lhe deu tanto na vida, aceitou dirigir a equipe gratuitamente por quatro jogos e descartou permanecer por mais tempo, já que tinha contrato com o clube de Monterrey. Como técnico interino da seleção mexicana, ganhou a Copa da CONCACAF de 2015.
Aos 64 anos, Tuca Ferretti conserva uma postura rígida e personalidade forte. Em 2015, já discutiu com um árbitro e recusou-se a sair de campo ao ser expulso, escondendo-se depois atrás do banco de reservas. Também colecionou atritos com a própria torcida e raramente tem diálogos dóceis com a imprensa, além de ser visto comandando treinos aos gritos.
É de Tuca Ferreti a seguinte declaração:
“Não tenho o menor interesse em ser treinador no Brasil. Não posso estar onde não se respeita o trabalho dos técnicos”.

Fonte: site Alambrado.

PASSAGEM POR BRASÍLIA

Com 19 anos de idade, Tuca desembarcou em Brasília em meados de maio para ser um dos reforços do Ceub Esporte Clube no Campeonato Brasileiro de 1973, primeira vez que um clube do DF iria participar dessa competição. Chegaria a título de empréstimo até o final desse ano.
Pouco tempo antes, Tuca havia participado de um amistoso, no dia 10 de fevereiro de 1973, no Pelezão, quando o Botafogo venceu o Ceub por 3 x 0, atuou como ponta-direita no ataque do clube carioca com seu irmão Ferretti, Nilson Dias, depois Fischer, e Soares (Dirceu).
Era, nesse momento, um dos inscritos pelo Botafogo para a disputa da Taça Libertadores da América de 1973.
Aproveitando-se do bom relacionamento existente entre o Ceub, presidido pelo botafoguense Adilson Peres, e o alvinegro carioca, Tuca veio parar no Ceub.
Sua estreia aconteceu no dia 8 de julho de 1973, em Uberaba-MG, na derrota para o Uberaba S. C., por 2 x 1. O Ceub jogou com Valdir, Fernando, Paulo Lumumba, Emerson e Rildo; Rogério (Renê) e Cláudio Garcia; Julinho (Marco Antônio), Tuca, Da Silva (Péricles) e Dinarte.
Ainda como preparativos para a estreia na competição nacional, Tuca disputaria mais três amistosos com a camisa do Ceub:
08.08.1973 - Ceub 0 x 1 Atlético Mineiro-MG, em Brasília
11.08.1973 - Ceub 1 x 1 Grêmio-RS, em Brasília
14.08.1973 - Ceub 0 x 1 Grêmio-RS, em Brasília.
A estreia do Ceub seria justamente contra o Botafogo, no dia 25 de agosto de 1973, no Botafogo.
Um dia antes, o jornal Correio Braziliense divulga a seguinte nota: “Segundo informações vindas da Guanabara, o jogador Tuca, que no momento atua no Ceub, não está liberado pelo Botafogo, a não ser que a diretoria alvinegra mantenha novo entendimento com a representação de Brasília. O jogador não poderá ser utilizado amanhã, pois está sem a documentação necessária e não foi cedido pelo clube carioca ao Ceub. Notícias não confirmadas dão conta de que Tuca teria afirmado em Brasília que, caso o Botafogo não libere o seu passe, não mais voltará a jogar futebol”.
Como vimos acima, ele não parou de jogar futebol. Retornou ao Rio de Janeiro e deixou o Ceub sem o seu futebol.



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