No dia 2 de junho de 1975, liderados por José de Melo e Silva e Vicente
de Paula Araújo, um grupo de empresários e profissionais liberais se reuniram
na sede da Associação Comercial do Distrito Federal, no Edifício Palácio do
Comércio, no Setor Comercial Sul, para fundar um clube esportivo.
Depois de terem sido discutidos os primeiros aspectos da vida do clube e
se chegado às primeiras conclusões de como fazer a sua sustentação através de
associados contistas e contribuintes, os empresários passaram a escolher
aqueles que iriam compor a primeira diretoria provisória, encarregada de
organizar a parte estatutária e social do clube que acabava de nascer para
disputar o profissionalismo da Capital da República, ao lado de Ceub e Taguatinga.
Ficou assim composta a primeira diretoria do Brasília Esporte Clube:
Presidente - Ricardo de Oliveira; Vice-Presidente - Ronaldo de Souza; 1º
Secretário - José de Melo e Silva; 2º Secretário - Miguel Setembrino Emery de
Carvalho; 1º Tesoureiro - Nabor César Siqueira; 2º Tesoureiro - Ildefonso
Gadioli dos Santos; Diretor Médico - Paulo Motta Nardeli; Diretor de Relações
Públicas - João Batista Olivieri; Diretor Social - Franklin Roosevelt de
Oliveira; Diretor de Patrimônio - Vicente de Paula Araújo; Diretor de Esportes
- Rubens Rodrigues da Cunha; Diretor de Futebol - Mário Trigo; Diretor Jurídico
- Antônio Carlos Elizalde Osório e Diretor de Educação Física - José Luiz Melo
Campos.
José de Melo e Silva foi escolhido Secretário e Coordenador das
primeiras atividades do novo clube.
Como não poderia deixar de acontecer, a escolha do nome do clube recaiu
no mais representativo e sugestivo que a população poderia esperar: Brasília
Esporte Clube.
As razões que levaram os fundadores a colocarem o nome de Brasília Esporte
Clube ao invés de Brasília Futebol Clube se basearam no fato de que o nome da
cidade deveria ser a bandeira do novo clube de futebol e também pelo fato de
deixar abertura para a criação de outras modalidades esportivas com o decorrer
do tempo e com o seu natural crescimento e necessidades.
Um dos primeiros debates da diretoria do novo clube foi a escolha das
cores oficiais. Alguns defendiam que as cores deveriam se basear nas cores da
bandeira de Brasília, que são o verde e o branco. Entretanto, já existia na
Federação um clube verde e branco, o Grêmio Esportivo Brasiliense.
Resolveu-se, então, fazer uma votação para escolha de novas cores.
Assim, foram apresentadas duas sugestões, a primeira com as cores rubro-anil e
a segunda toda vermelha, por sugestão do dentista Mário Trigo. Colocada em
votação, venceu facilmente a que opinara pela cor vermelha, à semelhança do América,
do Rio de Janeiro.
Posteriormente, um grupo se reuniu para começar a discussão dos
primeiros nomes que seriam consultados para iniciar as atividades esportivas do
Brasília.
Um técnico foi a primeira coisa que se cogitou, visto que o time teria
de iniciar imediatamente sua atividade para poder estar em condições de
disputar ainda em 1975 o campeonato da cidade. Então foi convidado para ser treinador
Cláudio Garcia, ex-jogador do Fluminense carioca e Ceub, que, juntamente com outros
três profissionais, o Professor de Educação Física Caranambu Bessa, considerado
pela crítica como dos melhores do Brasil, mais o Professor Banheti e o
especialista em medicina esportiva, Paulo Nardeli, passaram a compor o grupo
inicial responsável pela escolha e preparação dos atletas.
Foi promovida uma peneira que atraiu cerca de 600 candidatos, dos quais vinte
foram selecionados de imediato, entre eles o zagueiro Jonas Foca, que ganharia
oito títulos pelo clube.
O primeiro treino dos novos jogadores do Brasília teve início às 8 horas
da manhã do dia 19 de junho de 1975, no Pelezão. Sessenta e quatro atletas
apareceram para treinar nesse dia.
O Brasília passou a trabalhar com 30 atletas em treinamento, mas Cláudio
Garcia, embora achasse que conseguiria armar uma equipe razoável, pediu
reforços à diretoria do clube, pois considerava importante a presença de
jogadores mais experientes para poder mesclar com os novos valores que
constituíam a base do time.
Alguns que já despontavam para fazer parte do time titular, eram, dentre
outros, o goleiro Daniel, Junior, Jonas, Luciano, Luiz Carlos, Odair, Capela,
Raimundinho, Bernardino, Fernandinho, Ramilson, Wellington, Mineirinho, Nei e
Lindário.
Fora dos campos, em 7 de agosto de 1975 aconteceu a assembleia geral que
elegeu e empossou o Conselho Deliebrativo e o Conselho Diretor do Brasília. O
Conselho Diretoria seria encabeçado por José da Silva Neto, presidente que, por
motivos de saúde não pôde assumir o cargo. Em seu lugar, passou a exercer as
funções o Vice-Presidente Vicente de Paula Rodrigues da Cunha.
Em seguida vieram as primeiras contratações, como a do goleiro Norberto
"Mão-de-Onça", ex-Botafogo, de Ribeirão Preto, a do lateral-direito
Terezo, ex-América-RJ, a do armador Ercy, que estava no futebol português, e a
do atacante Lenilson, ex-Madureira.
Vieram também os primeiros amistosos contra times amadores. No mesmo
ano, o Brasília venceu o Torneio Incentivo, paralelo aos jogos do Ceub no
Campeonato Brasileiro, disputado contra Campineira e Humaitá.
No dia 10 de setembro de 1975 aconteceu a primeira apresentação oficial
do Brasília Esporte Clube contra o Humaitá, no estádio Presidente Médici, com
vitória de 2 x 0, gols de Nei e Humberto, nessa ordem.
O Brasília formou com Daniel, Tereso, Jonas Foca, Luiz Carlos e Odair;
Raimundinho (Lindário), Bernardino (Ramilson) e Messias; Mineirinho, Humberto e
Nei.
Após sucessivas e péssimas administrações, o clube hoje não é nem sombra
do Brasília que deteve a hegemonia no futebol brasiliense, com oito títulos
entre 1976 e 1987, permanecendo fora da Primeira Divisão do DF desde o ano de 2017.
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