terça-feira, 2 de junho de 2020

BRASÍLIA ESTÁ COMPLETANDO 45 ANOS DE VIDA


No dia 2 de junho de 1975, liderados por José de Melo e Silva e Vicente de Paula Araújo, um grupo de empresários e profissionais liberais se reuniram na sede da Associação Comercial do Distrito Federal, no Edifício Palácio do Comércio, no Setor Comercial Sul, para fundar um clube esportivo.
Depois de terem sido discutidos os primeiros aspectos da vida do clube e se chegado às primeiras conclusões de como fazer a sua sustentação através de associados contistas e contribuintes, os empresários passaram a escolher aqueles que iriam compor a primeira diretoria provisória, encarregada de organizar a parte estatutária e social do clube que acabava de nascer para disputar o profissionalismo da Capital da República, ao lado de Ceub e Taguatinga.
Ficou assim composta a primeira diretoria do Brasília Esporte Clube: Presidente - Ricardo de Oliveira; Vice-Presidente - Ronaldo de Souza; 1º Secretário - José de Melo e Silva; 2º Secretário - Miguel Setembrino Emery de Carvalho; 1º Tesoureiro - Nabor César Siqueira; 2º Tesoureiro - Ildefonso Gadioli dos Santos; Diretor Médico - Paulo Motta Nardeli; Diretor de Relações Públicas - João Batista Olivieri; Diretor Social - Franklin Roosevelt de Oliveira; Diretor de Patrimônio - Vicente de Paula Araújo; Diretor de Esportes - Rubens Rodrigues da Cunha; Diretor de Futebol - Mário Trigo; Diretor Jurídico - Antônio Carlos Elizalde Osório e Diretor de Educação Física - José Luiz Melo Campos.
José de Melo e Silva foi escolhido Secretário e Coordenador das primeiras atividades do novo clube.
Como não poderia deixar de acontecer, a escolha do nome do clube recaiu no mais representativo e sugestivo que a população poderia esperar: Brasília Esporte Clube.
As razões que levaram os fundadores a colocarem o nome de Brasília Esporte Clube ao invés de Brasília Futebol Clube se basearam no fato de que o nome da cidade deveria ser a bandeira do novo clube de futebol e também pelo fato de deixar abertura para a criação de outras modalidades esportivas com o decorrer do tempo e com o seu natural crescimento e necessidades.
Um dos primeiros debates da diretoria do novo clube foi a escolha das cores oficiais. Alguns defendiam que as cores deveriam se basear nas cores da bandeira de Brasília, que são o verde e o branco. Entretanto, já existia na Federação um clube verde e branco, o Grêmio Esportivo Brasiliense.
Resolveu-se, então, fazer uma votação para escolha de novas cores. Assim, foram apresentadas duas sugestões, a primeira com as cores rubro-anil e a segunda toda vermelha, por sugestão do dentista Mário Trigo. Colocada em votação, venceu facilmente a que opinara pela cor vermelha, à semelhança do América, do Rio de Janeiro.
Posteriormente, um grupo se reuniu para começar a discussão dos primeiros nomes que seriam consultados para iniciar as atividades esportivas do Brasília.
Um técnico foi a primeira coisa que se cogitou, visto que o time teria de iniciar imediatamente sua atividade para poder estar em condições de disputar ainda em 1975 o campeonato da cidade. Então foi convidado para ser treinador Cláudio Garcia, ex-jogador do Fluminense carioca e Ceub, que, juntamente com outros três profissionais, o Professor de Educação Física Caranambu Bessa, considerado pela crítica como dos melhores do Brasil, mais o Professor Banheti e o especialista em medicina esportiva, Paulo Nardeli, passaram a compor o grupo inicial responsável pela escolha e preparação dos atletas.
Foi promovida uma peneira que atraiu cerca de 600 candidatos, dos quais vinte foram selecionados de imediato, entre eles o zagueiro Jonas Foca, que ganharia oito títulos pelo clube.
O primeiro treino dos novos jogadores do Brasília teve início às 8 horas da manhã do dia 19 de junho de 1975, no Pelezão. Sessenta e quatro atletas apareceram para treinar nesse dia.
O Brasília passou a trabalhar com 30 atletas em treinamento, mas Cláudio Garcia, embora achasse que conseguiria armar uma equipe razoável, pediu reforços à diretoria do clube, pois considerava importante a presença de jogadores mais experientes para poder mesclar com os novos valores que constituíam a base do time.
Alguns que já despontavam para fazer parte do time titular, eram, dentre outros, o goleiro Daniel, Junior, Jonas, Luciano, Luiz Carlos, Odair, Capela, Raimundinho, Bernardino, Fernandinho, Ramilson, Wellington, Mineirinho, Nei e Lindário.
Fora dos campos, em 7 de agosto de 1975 aconteceu a assembleia geral que elegeu e empossou o Conselho Deliebrativo e o Conselho Diretor do Brasília. O Conselho Diretoria seria encabeçado por José da Silva Neto, presidente que, por motivos de saúde não pôde assumir o cargo. Em seu lugar, passou a exercer as funções o Vice-Presidente Vicente de Paula Rodrigues da Cunha.
Em seguida vieram as primeiras contratações, como a do goleiro Norberto "Mão-de-Onça", ex-Botafogo, de Ribeirão Preto, a do lateral-direito Terezo, ex-América-RJ, a do armador Ercy, que estava no futebol português, e a do atacante Lenilson, ex-Madureira.
Vieram também os primeiros amistosos contra times amadores. No mesmo ano, o Brasília venceu o Torneio Incentivo, paralelo aos jogos do Ceub no Campeonato Brasileiro, disputado contra Campineira e Humaitá.
No dia 10 de setembro de 1975 aconteceu a primeira apresentação oficial do Brasília Esporte Clube contra o Humaitá, no estádio Presidente Médici, com vitória de 2 x 0, gols de Nei e Humberto, nessa ordem.
O Brasília formou com Daniel, Tereso, Jonas Foca, Luiz Carlos e Odair; Raimundinho (Lindário), Bernardino (Ramilson) e Messias; Mineirinho, Humberto e Nei.
Após sucessivas e péssimas administrações, o clube hoje não é nem sombra do Brasília que deteve a hegemonia no futebol brasiliense, com oito títulos entre 1976 e 1987, permanecendo fora da Primeira Divisão do DF desde o ano de 2017.



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