O Grêmio Olímpico Tiradentes foi fundado por iniciativa do Coronel Carlos
Fernando Cardoso Neto, em 3 de fevereiro de 1979, após a fusão de três entidades
da qual era fundador e presidente. Inicialmente, entre o Grêmio de Tiro da Polícia
Militar do Distrito Federal e a Sociedade Esportiva de Tiro ao Alvo Tiradentes e,
posteriormente, com o Grupo de Escoteiros Dom Bosco, ficando a data de 3 de
fevereiro de 1967, pertencente ao Grêmio como a de fundação.
O curioso é que o Tiradentes passou a ter um escudo semelhante ao do Clube
de Regatas do Flamengo, do Rio de Janeiro, mas ao invés das iniciais de seu nome
(como é o de seu homenageado), havia uma estrela branca num fundo preto, idêntico
ao escudo do Botafogo de Futebol e Regatas, também do Rio de Janeiro.
O que viria a ser o time de futebol do Grêmio
Esportivo Tiradentes nasceu do embrião de um time de futebol formado por
Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal, moradores da Vila Militar,
situada na área dentro do Quartel do 2º Batalhão da PMDF, em Taguatinga, em
meados de 1973.
O nome Vila da Prata foi batizado por Dona
Rina, mãe de um oficial da PMDF, tirado da novela da Globo, cujo título era
Cavalo de Aço, onde havia uma região chamada Vila da Prata.
A equipe adotou também o nome de Vila da Prata
e mesclada de oficiais e praças do 2º BPM (os oficiais Tenente Léo Costa, Luís Annunciação,
Jorge Fialho, Ronaldo, Nascimento, Alvanir, Radaelli, Sérgio e Mihessen (o único
que não era morador da Vila) e os praças Cabo Givanildo, apelidado Bolinha, Cabo
Ribeiro, soldado Lourenço, soldado Lagares, soldado Gustavo e soldado César
Carvalho, dentre outros.
No início de 1975, o Tiradentes foi convidado
pelo Presidente da Liga de Taguatinga, Zé do Rio, para participar do campeonato
de futebol amador dessa cidade. Foi, então, que resolveu atuar com o nome do 2º
BPMDF e foi solicitada a aprovação do então Comandante, Major Actis, que concedeu
o nome fantasia, como é conhecido todos os segundos batalhões: DOIS DE OURO. E
assim ficou o nome. Participou, nesse ano, da Copa Arizona, e foi eliminado
pela Pioneira, futuro Taguatinga Esporte Clube, com uma equipe com a maioria dos
praças como titular e poucos oficiais, tendo como técnico e jogador o Tenente
Léo Costa.
Nesse ano de 1975 o Tiradentes foi campeão do campeonato
de Taguatinga, invicto, decidindo com a equipe do Royal Pneus e vencendo por 2 x
0, utilizando esses jogadores: Lagares, Ribeiro, Bolinha, Luís Annunciação,
Lourenço, Gustavo, Paulo Nilson, Léo Costa, Lindolfo, Pacheco, César Carvalho,
Nascimento e Nelinho.
Em 1976, tornou-se bicampeão de Taguatinga, invicto,
disputando a final com a equipe do Dom Bosco, da Ceilândia, com vitória de 2 x
1, numa virada sensacional. Também foi vice-campeão da Copa Arizona, perdendo a
final, nos pênaltis, para a Campineira, embrião da equipe profissional do
Sobradinho Esporte Clube. Alguns atletas que jogaram nesse ano, já com o nome
de Grêmio Esportivo Tiradentes: Lagares, Ribeiro, Nonato, Bolinha, Lourenço,
Gustavo, Dade Gabriel, Paulo Nilson, César Carvalho, Léo Costa, Dirnei Arno e
Nelinho.
No ano de 1977, a equipe foi cedida a Madeireira
Leal para a disputa do campeonato de futebol amador de Taguatinga.
Em 1978 disputou o campeonato de futebol
amador da Federação Metropolitana de Futebol, sendo vice-campeão. No ano
seguinte, participou do campeonato profissional da FMF, com o nome de Grêmio Olímpico
Tiradentes, equipe inicialmente formada somente com policiais militares e tendo
como primeiro Presidente o Major da PM, Carlos Fernando Cardoso Neto.
Sua estreia no Campeonato Brasiliense de Futebol aconteceu no dia 18 de maio
de 1980, no Estádio do CAVE, no Guará, sendo derrotado pelo Brasília, por 2 x 0.
Os
jogadores utilizados pelo Tiradentes em seu primeiro jogo foram: Jailson,
Joãozinho, Geraldo, Nonato e Anselmo; Aquino, Messias e Luisinho (Edmar); Marco
Antônio (Careca), Renato César e Vicente Biônico. Técnico: Léo Carlos Costa.
Entre nove equipes participantes, o Tiradentes ficou na penúltima colocação.
Foram 24 jogos e apenas cinco vitórias (teve ainda dois empates e sofreu 17 derrotas).
Com isso, disputou com Comercial, Ceilândia e Bandeirante, o que foi chamado
na época de “Torneio da Morte”, quando apenas o primeiro colocado da competição
permaneceria na Primeira Divisão em 1981. Vencendo o Ceilândia, no dia 16.11, por
1 x 0 (gol de Maurício), empatando com o Comercial em 1 x 1 (no dia 19.11), gol
novamente marcado por Maurício, e goleando o Bandeirante por 6 x 3, no dia 23.11
(gols de Cláudio-4, Ciso e Ribeiro), o Tiradentes garantiu sua permanência na Primeira
Divisão em 1981.
Foi terceiro colocado em 1982, atrás apenas de Brasília e Guará. Disputou
27 jogos, vencendo 12, empatando 9 e perdendo 6. Marcou 34 gols e sofreu 15.
Nos anos seguintes, de 1983 a 1985, ficou sempre entre a quinta e a sétima
colocação (entre os oito clubes participantes): 6º em 1983, 5º em 1984 e 7º em 1985.
Em 1985, para atender uma exigência do Conselho Nacional de Desportos – CND,
retirou o “Olímpico” de seu nome na Assembleia Geral que aconteceu em 28 de fevereiro
de 1985, passando de Grêmio Olímpico Tiradentes para Grêmio Esportivo Tiradentes.
Tiradentes - 1986 |
O novo nome deu sorte e chegou na quarta colocação em 1986. Voltou a fazer
campanha ruim em 1987, quando foi sexto.
O grande ano do Tiradentes foi o de 1988.
Primeiramente, resolveu investir pesado no time de futebol e fez grandes contratações:
só do Guará levou Moura, Touro, Zé Maurício e Ricardo. Zé Maurício era considerado
um dos três melhores jogadores de Brasília. Mas a aquisição mais famosa foi a do
veterano zagueiro Beto Fuscão, ex-Palmeiras e Seleção Brasileira. Beto Fuscão passou
a formar uma defesa muito experiente com o goleiro Déo e o zagueiro Kidão. No meio-de-campo
a raça de Touro e a classe de Zé Maurício. No ataque, a força de um trio atacante
formado por Moura, Bé (artilheiro do campeonato de 1987, com 18 gols) e Luizão.
Um grande time que levou o Tiradentes ao primeiro título de campeão brasiliense
em 1988, com essa campanha: 30 jogos, 13 vitórias, 11 empates e 6 derrotas; 44 gols
a favor e 27 contra.
Desta vez o artilheiro foi Moura, com 16 gols.
Na final realizada no dia 14 de agosto de 1988, contra o Guará de Ailton Lira
e Beijoca, quando ocorreu empate no tempo normal de jogo (2 x 2) e na prorrogação
(1 x 1) o Tiradentes formou com Déo, Beto Guarapari, Kidão, Beto Fuscão e Gilberto;
Touro (Ricardo) e Zé Maurício; Moura, Luizão, Bé e Pedrinho (Marco Antônio). O técnico
era o uruguaio Roberto Ruben Delgado.
Os campeões de 1988 |
Logo depois, o Tiradentes também realizou uma boa campanha no Campeonato Brasileiro
da Série C.
Ao todo, o Tiradentes disputou 16 jogos, vencendo 9, empatando 2 e perdendo
5. Marcou 25 gols e sofreu 18, ficando com saldo de 7.
Paradoxalmente, o Tiradentes teve o melhor ataque do campeonato, com 25 gols,
um a frente do Esportivo, de Passos (MG), e a pior defesa, com 18 gols sofridos.
Na classificação geral do campeonato, ficou com a quarta colocação, atrás
do campeão União São João, do vice-campeão Esportivo, de Passos (MG) e do terceiro
colocado Botafogo, de João Pessoa (PB).
Aos atletas que disputaram o brasiliense, juntou-se outro experiente jogador,
o atacante Caio Cambalhota. Os técnicos foram Jair Marinho e Mozair Barbosa.
Para fechar com chave de ouro o grande ano, no troféu “Melhores do Esporte
Brasiliense” de 1988, promoção da Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos
– ABCD, três jogadores do Tiradentes concorreram ao prêmio de melhor jogador: Beto
Fuscão, Moura e Zé Maurício. Os demais eram Bocaiúva (Taguatinga), Josimar (Brasília)
e Pedro César (Guará). O vencedor foi Moura.
No ano seguinte, 1989, apesar de manter a base da equipe vencedora de 1988,
não conseguiu ficar entre os melhores colocados do campeonato brasiliense, acabando
na quinta posição.
Nesse mesmo ano, entrou para a história ao participar da primeira edição da Copa do Brasil representando o futebol do Distrito Federal.
Comandado pelo técnico Dario, o Dadá Maravilha, o Tiradentes passou pelo Atlético
Goianiense na primeira fase e conseguiu chegar até as oitavas-de-final, sendo eliminado
pelo Corinthians após dois jogos. Perdeu em São Paulo por 5 x 0 e venceu em Brasília
(1 x 0). Esta seria a sua única participação naquela competição.
Foi quarto colocado no brasiliense
de 1990 e deu vexame um ano depois, no de 1991, quando foi o último colocado entre
os oito participantes. Venceu apenas três dos vinte e oito jogos que disputou.
Recuperou-se em 1992, quando ficou
com o segundo lugar no brasiliense vencido pelo Taguatinga.
1994 |
No sobe e desce no brasiliense,
em 1993 foi o quinto colocado e em 1994, o sétimo.
Neste ano, conseguiu uma das vagas
disponíveis para Série B depois de ter vencido um qualificatório entre equipes do
Distrito Federal e de Minas Gerais. Porém, caiu num grupo fortíssimo (além do Tiradentes,
disputaram Ponte Preta, de Campinas, Mogi Mirim, Juventude, de Caxias do Sul, Coritiba
e Bangu) e não conseguiu passar para a fase seguinte, sendo rebaixado para a Série
C de 1995.
Entre 1995 e 1996, com o intuito de adquirir um maior número de torcedores,
o Grêmio Esportivo Tiradentes alterou seu nome para Flamengo Esportivo Tiradentes
de Brasília.
Essa mudança em nada alterou a sua irregularidade nas participações em campeonatos
brasilienses: foi 7º em 1995 (entre dez times) e 10º em 1996 (entre 14 times).
Ainda em 1996, infelizmente, o clube foi rebaixado para a segunda divisão
brasiliense, optando por ficar inativo até 2000, quando voltou disputando a Segunda
Divisão. Após disputar por dois anos seguidos a Segunda Divisão, sem conseguir o
acesso, e já atolado em dívidas, o clube resolveu paralisar suas atividades no futebol
profissional.
Após todos esses anos, o Tiradentes
nunca mais voltou a disputar um campeonato brasiliense. Também não se ouve falar
em uma possível volta do clube.
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