Antônio Montanari, o
Ipojucan, nasceu em 1933, no bairro de Indianápolis, em São Paulo (SP).
Defendeu diversos clubes amadores de São Paulo. Começou a carreira nos
infantis do São Paulo F. C., passando pelos juvenis do Nacional A. C. e jogou em
diversos clubes da várzea paulistana, assim como Infantil Tricolor e Fiação
Indiana, em Indianápolis, no Benfica e Flamengo, de Vila Maria. No interior
jogou no Fada F.C., de Santo Anastácio, no Grêmio, de Pequerobi, no E. C.
Corinthians, de Presidente Venceslau, e na Associação Bernardense.
No
futebol profissional jogou no Canto do Rio, de Niterói, em 1954, na Prudentina,
de Presidente Prudente, de 1957 a 1960, na Ferroviária, de Botucatu (de 1960 a
1962), no E. F. Sorocabana (em 1963 e 1964), e na A. A. Venceslauense, de
Presidente Venceslau.
Após o
término desses compromissos, voltou às origens, de novo jogando no futebol
varzeano, onde teve o privilégio de conseguir o gol que o levou ao Livro dos Recordes
(Edição Nacional), por ter marcado o gol mais rápido do futebol amador, com
apenas quatro segundos de jogo, na cidade de Santo Anastácio (SP), no jogo
entre Grêmio Mar Azul x Portuguesa Anastaciana. Com esse feito, Ipojucan
recebeu o troféu “Bola de Ouro” do jogador Pelé e honras de Jânio Quadros.
Iniciou a carreira vitoriosa de técnico no E. C.
Corinthians, de Presidente Prudente, em 1979. Passou pelo S.E.I.S., de Ilha
Solteira, em 1980, depois foi para Bandeirantes, de Birigui, em 1981. Em 1982,
foi campeão do grupo com o Tupã F. C., em 1983 passou pelo Radium, de Mococa. Em
seguida foi para o C. R. Guará, do DF, onde foi campeão do 3º turno. Em 1984
passou pela S. E. do Gama, também em Brasília, de onde voltou para C. A. Candidomotense,
da cidade de Cândido Mota, indo em seguida para o S. C. Internacional, de Lajes,
em Santa Catarina, onde o clube foi campeão invicto do segundo turno, em 1985,
conquistando a Taça Governador “Espiridião Amin”. Em seguida foi para Rio
Grande/RS, e no mesmo ano para o S. C. São Paulo, onde foi campeão da Segunda Divisão
de acesso e campeão da Taça Bento Gonçalves, homenagem aos 150 anos da
Revolução Farroupilha. Em 1987, voltou a Brasília para conquistar o título de
campeão invicto do 1º turno. Para encerrar a carreira, foi treinador do VOCEM,
de Assis, conseguindo a classificação para o torneio de acesso, despedindo-se
da profissão de técnico de futebol.
Morava em Campinas (SP) e era dono da Ipojucan
Ltda., empresa que vende chumbo para o balanceamento de rodas. Faleceu no dia 11 de novembro de 2019, aos 86 anos, em Campinas.
O
APELIDO
Corria o ano de 1952, num jogo em Santo Anastácio
(SP), quando jogava pela primeira vez no time da cidade. Esguio, alto e bom no
toque de bola, recebeu o apelido de Ipojucan após ter marcado um belo gol de
calcanhar. Acontece que, no Vasco da Gama, do Rio de Janeiro, o alagoano Ipojucan
Lins de Araújo, um jogador muito alto e esguio, fazia sucesso com jogadas de calcanhar.
Não foi difícil para o técnico Mário Rocha perceber a semelhança da jogada e o
apelido pegar.
PASSAGEM
PELO FUTEBOL BRASILIENSE
No dia
9 de junho de 1983 foi apresentado como novo treinador do Guará.
Estreou
no dia 12 de junho de 1983, no Pelezão, contra o Brasília, com empate de 1 x 1.
No jogo
seguinte, 15 de junho de1983, no Bezerrão, sofreu sua primeira derrota, diante
do Vasco da Gama-DF.
Recuperou-se
plenamente, contra o Gama, novamente no Bezerrão, no dia 19 de junho, com
vitória de 3 x 0.
Terminou
o primeiro turno na quinta colocação entre os oito participantes.
Melhorou
no segundo turno, ficando a um ponto do campeão, Taguatinga, em empatado com o
Brasília.
Veio o
terceiro turno e, finalmente, o Guará tornou-se o primeiro lugar. Com isso,
garantiu participação no triangular final, quando ficou com o vice-campeonato,
atrás do Brasília e na frente do Taguatinga.
Na
madrugada do dia 19 de agosto de 1983, logo após o jogo contra o Ceilândia,
Ipojucan sofreu um derrame que deixou o treinador com metade do corpo
paralisado. Sentiu fortes dores de cabeça e depois da partida, sentiu-se mal.
Foi atendido no Hospital de Base e passou a ser substituído pelo técnico Didi
de Carvalho.
Passou
a ficar em repouso absoluto devido às ordens do médico que o estava tratando.
No dia
22 de agosto de 1983, Ipojucan pediu dispensa do cargo por quinze dias, indo
tratar-se em Presidente Prudente-SP. Retornou ao comando do Guará, no dia 3 de
setembro de 1983, no CAVE, com vitória de 1 x 0 sobre o Taguatinga.
Mas,
logo depois, deixaria de vez a direção do Guará. Entrou com um novo pedido de
licença médica. A última vez que dirigiu a equipe do Guará foi no dia 7 de
setembro de 1983, no Bezerrão, com derrota de 2 x 0 para o Gama.
No dia
21 de outubro de 1983, Ipojucan participou de uma reunião com a diretoria do
Guará, acertando a sua saída do clube. Esteve à frente do clube em 21 jogos.
Antes
mesmo do encerramento do ano de 1983, já surgiam conversações de que Ipojucan
estaria acertando seu retorno ao futebol do DF no ano seguinte.
E isso
realmente aconteceu. Já no dia 29 de janeiro de 1984, Ipojucan estava
comandando a equipe do Gama no amistoso contra o Disnes, de Formosa (vitória de
4 x 0), como preparativo para o Torneio Seletivo da CBF que apontaria o
representante do DF no Campeonato Brasileiro desse ano. Estrearia nessa
competição no dia 5 de fevereiro de 1984, no Bezerrão, com vitória de 1 x 0
sobre o Vasco da Gama. Depois, o Gama empataria com o Sobradinho (1 x 1) e com
o Taguatinga (0 x 0), não conseguindo passar para a decisão do torneio. A vaga
acabaria ficando com o Tiradentes. Seu último jogo foi no dia 12 de fevereiro
de 1984, no empate com o Taguatinga.
Com a
perda da vaga, o Gama ficaria três meses com suas atividades paralisadas,
aguardando o início do campeonato brasiliense. A diretoria do clube resolveu,
então, dispensar os serviços de Ipojucan.
Sua
terceira e última passagem pelo futebol brasiliense foi como treinador do
Brasília, no ano de 1987.
Estreou
no dia 1º de fevereiro de 1987, no estádio Mané Garrincha, com vitória sobre o
Planaltina, por 3 x 1. O Brasília chegaria a vencer o 1º turno.
Começou
o segundo turno e, após quatro rodadas, era o lanterna do campeonato. Nos
quatro jogos que havia disputado, empatou um e perdeu os demais. Foi então que
Ipojucan pediu demissão do cargo. Foi substituído por Raimundinho.
Seu
último jogo no comando técnico do Brasília foi no dia 26 de abril de 1987, na
derrota de 1 x 0 para o Taguatinga, no Serejão.
Foram
12 jogos à frente do Brasília, que acabaria se sagrando campeão brasiliense do
ano de 1987.
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