No dia de hoje, o atual Brasília Futebol Clube está completando 40 anos de existência. Estaremos homenageando o clube profissional mais antigo em atividade no Distrito Federal contando um pouco de sua história. Para não ficar uma leitura cansativa, estamos dividindo a história do Brasília em três partes: a primeira, no dia de hoje, compreendendo a década de 70; amanhã, 3 de junho, a segunda, relatando o que aconteceu na década de 80 e a terceira, no dia 4 de junho, com os principais fatos ocorridos na década de 90 e anos 2000.
Como Brasília Esporte Clube a nova agremiação foi fundada em 2 de junho de
1975, em reunião iniciada às 21 horas, na sede da Associação Comercial do
Distrito Federal. Inicialmente, por aclamação dos presentes, assumiu a
Presidência Vicente de Paula Araújo, que convidou José de Melo e Silva para
secretariar a reunião.
Também por aclamação logo depois foi escolhida a Diretoria Provisória, que ficou assim constituída: Presidente - Ricardo de Oliveira; Vice-Presidente - Ronaldo de Souza; 1º Secretário - José de Melo e Silva; 2º Secretário - Miguel Setembrino Emery de Carvalho; 1º Tesoureiro - Nabor César Siqueira; 2º Tesoureiro - Ildefonso Gadioli dos Santos; Diretor Médico - Paulo Motta Nardelli; Diretor de Relações Públicas - João Batista Olivieri; Diretor Social - Franklin Roosevelt de Oliveira; Diretor de Patrimônio - Vicente de Paula Araújo; Diretor de Esportes - Rubens Rodrigues da Cunha; Diretor de Futebol - Mário Trigo; Diretor Jurídico - Antônio Carlos Elizalde Osório e Diretor de Educação Física - José Luiz Melo Campos.
Também por aclamação logo depois foi escolhida a Diretoria Provisória, que ficou assim constituída: Presidente - Ricardo de Oliveira; Vice-Presidente - Ronaldo de Souza; 1º Secretário - José de Melo e Silva; 2º Secretário - Miguel Setembrino Emery de Carvalho; 1º Tesoureiro - Nabor César Siqueira; 2º Tesoureiro - Ildefonso Gadioli dos Santos; Diretor Médico - Paulo Motta Nardelli; Diretor de Relações Públicas - João Batista Olivieri; Diretor Social - Franklin Roosevelt de Oliveira; Diretor de Patrimônio - Vicente de Paula Araújo; Diretor de Esportes - Rubens Rodrigues da Cunha; Diretor de Futebol - Mário Trigo; Diretor Jurídico - Antônio Carlos Elizalde Osório e Diretor de Educação Física - José Luiz Melo Campos.
Essa diretoria estava incumbida de preparar e organizar a estrutura básica
inicial do Brasília Esporte Clube.
No dia 7 de agosto de 1975, o Brasília elegeu e empossou o seu Conselho
Deliberativo e Conselho Diretor. Este, era encabeçado por José de Melo e Silva,
Presidente que, motivos de doença, não pôde assumir o cargo, em seu lugar
exercendo as funções o vice-presidente Vicente de Paula Rodrigues da Cunha.
As cores vermelha e branca foram escolhidas como oficiais por sugestão de Mário
Trigo. O primeiro uniforme seria composto de camisa, calção e meias vermelhas,
com adornos brancos. Já no uniforme reserva a cor branca predominaria, com
adornos em vermelho.
Montar a Comissão Técnica foi a primeira preocupação do Brasília. Foram
contratados Cláudio Garcia para ser o treinador, Caranambu Bessa para
preparador físico, Airton Nogueira (treinador das categorias de base) e Edilson
Braga para supervisor. Em seguida foram colocados anúncios nos meios de
comunicação, convidando atletas para testes no Centro Desportivo Presidente
Médici (atual Mané Garrincha).
A primeira “peneira” aconteceu em 20 de junho de 1975, com 194 candidatos, dos
quais vinte foram aproveitados. Muitos desses jogadores haviam disputado o
campeonato do Departamento Autônomo da F. M. F.
Odair Caires Galetti, que já havia trabalhado com Cláudio Garcia no Ceub, foi o
primeiro jogador contratado. De fora de Brasília, o primeiro a chegar foi
Tereso, ex-lateral-direito do América, do Rio de Janeiro. Depois, vieram o
goleiro Norberto “Mão de Onça”, ex-Botafogo, de Ribeirão Preto (SP), o armador
Ercy, que estava no futebol português, Lenilson, ex-Madureira (RJ) e Osmar,
ex-Corinthians, de Presidente Prudente (SP).
Com seu Departamento Técnico pronto, o Brasília passou a disputar alguns
jogos-treinos, como contra o Colombo, quando venceu por 2 x 0.
No dia 10 de setembro de 1975 o Brasília disputou seu primeiro jogo oficial,
valendo pelo Torneio Incentivo (competição disputada em três turnos e que
reuniu, além do Brasília, Campineira e Humaitá, com os jogos sendo realizados
nas preliminares dos encontros do Ceub no Campeonato Brasileiro). Venceu o
Humaitá por 2 x 0, gols de Nei (o primeiro da história do Brasília) e
Mineirinho. Jogou com Daniel, Tereso, Jonas Foca, Luiz Carlos e Odair;
Raimundinho (Lindário), Bernardino (Ramilson) e Messias; Mineirinho, Humberto e
Nei.
Na Assembleia Geral Extraordinária de 12 de setembro de 1975, a Federação
Metropolitana de Futebol aprovou o pedido de filiação do Brasília Esporte
Clube.
O Brasília acabou tornando-se campeão do Torneio Incentivo, de forma invicta,
disputando seis jogos, vencendo quatro e empatando dois. Marcou oito gols e
sofreu três. Sob o comando do técnico Cláudio Garcia, atuou, basicamente, com
esta formação: Daniel (Norberto), Tereso, Jonas Foca, Junior e Odair;
Bernardino e Raimundinho; Mineirinho, Humberto, Nei e Ramilson. Airton Nogueira
era auxiliar de Cláudio Garcia.
Logo depois, no dia 20 de setembro de 1975, no Pelezão, o Brasília estreava
contra o CSU, em jogo válido pelo Campeonato Brasiliense de 1975 (categoria de
amadores). O Brasília formou com Roriman, Toninho (Osvaldo), Jacy, Carlos
Alberto e Robson; Capela, Wellington e Lindário; Vilmar, Tony e Joseorge
(Helber). Técnico: Airton Nogueira.
O Brasília terminou essa competição na quarta colocação, com a seguinte
campanha: 13 jogos, 5 vitórias, 6 empates e duas derrotas; marcou 23 gols e
sofreu 9; somou 16 pontos ganhos.
O primeiro jogo interestadual do Brasília foi a 28 de novembro de 1975,
vencendo o Fluminense, de Araguari (MG), por 3 x 1, gols de Lenilson (2) e Nei.
O time formou com Norberto, Tereso (Vilmar), Pedro Pradera, Odair e Juanito;
Ercy, Raimundinho e Osmar; Humberto, Lenilson (Mineirinho) e Nei. O jogo foi no
Mané Garrincha.
Enquanto aguardava o início do campeonato profissional de 1976, o Brasília fez
duas grandes partidas: no dia 11 de janeiro, empatou em 1 x 1 com o Goiás (gol
de Humberto) e no dia 5 de fevereiro, derrota de 2 x 1 diante do Flamengo, do
Rio de Janeiro (de novo, gol de Humberto).
Logo depois aconteceria o amistoso da Seleção de Brasília contra a Seleção
Brasileira. Quando ocorreu a convocação dos 22 jogadores brasilienses, oito
eram do Brasília: o goleiro Norberto, Tereso, Luiz Carlos, Sidney, Raimundinho,
Humberto, Mineirinho e Nei. O selecionado de Brasília foi derrotado por 1 x 0.
No dia 27 de abril o Brasília estreou no campeonato brasiliense profissional de
1976, empatando em 1 x 1 com o Canarinho. Aos 28 minutos do segundo tempo
Lindário marcou o gol de empate, o primeiro na história do campeonato
brasiliense de profissionais. Formou o Brasília com Rodolfo, Tereso, Luiz
Carlos, Sidney e Odair; Souza, Raimundinho e Joilson (Lindário); Mineirinho,
Humberto e Renê. Técnico: Rubens de Freitas.
Em 29 de junho de 1976, aconteceu a apresentação do técnico Velha no Brasília.
O campeonato transcorria normalmente, o primeiro turno havia sido vencido pelo
Ceub, quando a CBD exigiu a redução do prazo no calendário, no sentido de que
fosse apontado o campeão brasiliense 40 dias antes do início do Campeonato
Nacional, ou seja, a 18 de julho de 1976. Antes do encerramento do 2º turno
(também vencido pelo Ceub), a Federação teve de reformular a tabela do returno
e desmembrá-lo em duas chaves para atender o prazo estipulado.
Foi quando, novamente, um noticiário da CBD provocou segunda alteração nas
regras, visando a apuração do campeão até 10 de julho. Impossibilitada de
atender esta inesperada exigência, a Federação local entrou em contato com a CBD,
que sugeriu a realização de um torneio extra, nos moldes de Goiás, em que o
vencedor representaria Brasília em 1976 e o campeão regional da temporada seria
o representante em 1977.
No dia 5 de julho de 1976 foi realizada a reunião do Conselho Arbitral
comunicando que o representante de Brasília no Campeonato Brasileiro de 1976
seria o campeão de um torneio quadrangular que reuniu, além do Brasília, Ceub,
Humaitá e Taguatinga.
O Brasília venceu esse torneio. Porém, culminaram liminares de todos os lados,
acarretando na indefinição sobre quem seria o representante de Brasília no
Campeonato Brasileiro, no abandono do Ceub e na sua saída do futebol
profissional. Com tanta confusão, o Distrito Federal acabou ficando sem
representante naquela competição.
A Federação Metropolitana de Futebol determinou a marcação dos pontos em favor
dos adversários do Ceub no 1º e 2º turnos; proclamou o Humaitá como campeão da
Taça Brasília - 1º turno; proclamou o Grêmio como campeão do 2º turno e o
Brasília vencedor do 3º.
No triangular final que decidiu o campeonato brasiliense de 1976, depois do
empate de 1 x 1 entre Guará (novo nome do Humaitá) e Grêmio, no dia 12 de
outubro o Brasília venceu o Grêmio por 2 x 1 (gols de Duda e Rogério) e, no dia
16 do mesmo mês, o Guará por 3 x 0 (gols de Humberto, Rogério e Duda).
Já com Edilson Braga de treinador, o Brasília tornou-se campeão pela primeira
vez em sua história atuando no triangular final com Norberto, Sidney (Maurício
Pradera), Jonas Foca, Luiz Carlos e Odair; Uel, Rogério e Lindário (Ercy); Duda
(Ramalho), Humberto e Wellington (Mineirinho).
No amistoso realizado em 13 de novembro de 1976, no Pelezão, quando o Brasília
venceu o Gama por 1 x 0, quatro ex-jogadores do Ceub estrearam no Brasília: o
goleiro Paulo Victor, o zagueiro Emerson, o meia Péricles e o atacante Lucas.
BRASÍLIA x CEUB
Quando todos achavam que o mais novo clássico do futebol brasiliense passaria a
ser Brasília x CEUB, este paralisou as atividades no futebol profissional.
O confronto aconteceu apenas quatro vezes, todas em 1976. O primeiro jogo
aconteceu em 14 de fevereiro, com empate de 1 x 1, válido pelo Torneio Imprensa
(vencido pelo Grêmio Brasiliense). No segundo, válido pelo 1º turno do campeonato
brasiliense, em 5 de junho, vitória do CEUB por 2 x 1. No dia 3 de julho, pelo
2º turno desse campeonato, nova vitória do CEUB, por 2 x 0. A última vez
aconteceu uma semana depois, 10 de julho, pelo Torneio Seletivo, com novo
empate em 1 x 1.
Encerrando sua participação no ano de 1976, o Brasília tomou parte de seu primeiro
torneio interestadual, o Centro-Oeste, que foi patrocinado pelas federações de
Goiás e Mato Grosso e contou com a participação, além de clubes desses dois
Estados, do América, do Rio de Janeiro, Uberaba (MG) e o Brasília (DF), que
foram convidados.
Brasília - 1977 |
O ano de 1977 continuou sendo de predomínio do Brasília. Inicialmente, ficou
ainda mais forte quando trouxe de volta para o futebol brasiliense o craque
Ernâni Banana, que esteve emprestado pelo Taguatinga ao Vasco da Gama, do Rio
de Janeiro. Aproveitou-se dessa transferência para adquirir o passe do jogador.
O zagueiro Luiz Carlos foi convocado para defender a Seleção Brasileira de
Juvenis. Logo depois, venceu o Torneio Imprensa de forma invicta, com sete
vitórias e um empate nos oito jogos que disputou.
Depois tornou-se bicampeão brasiliense de profissionais e juvenis. Entre os
profissionais, não deu chances aos seus cinco adversários: foram 13 jogos, com
12 vitórias e um empate; marcou 38 gols e sofreu apenas cinco. Ou seja, se
juntássemos as duas competições profissionais realizadas em 1977, em nenhuma
delas um clube conseguiu derrotar o Brasília.
O Brasília disputou a última partida do campeonato com Déo, Fernandinho, Jonas
Foca, Luiz Carlos e Edvaldo; Uel, Banana (Robério) e Moreirinha; Julinho, Nei e
Bira.
Entre os juvenis, quase repetiu o feito dos profissionais, ao tornar-se campeão
com apenas uma derrota nos nove jogos que disputou (com oito vitórias).
Disputou seu primeiro jogo internacional no dia 29 de junho de 1977, perdendo
de 1 x 0 para a Seleção da Iugoslávia, no Pelezão.
E, pela primeira vez, o Brasília disputou o Campeonato Brasileiro em 1977, que
contou com a presença de 62 clubes, divididos em quatro grupos de 10 e dois de
11. Sua estreia foi fora de casa, no dia 16 de outubro. No Estádio Couto
Pereira, em Curitiba, surpreendeu o Atlético Paranaense, vencendo-o por 2 x 1,
gols marcados por Ernâni Banana e Nei. Formou com Déo, Edvaldo (Fernandinho),
Jonas Foca, Luiz Carlos e Geraldo Galvão; Uel, Moreirinha (Emerson) e Ernâni
Banana; Julinho, Nei e Bira. Técnico: Airton Nogueira.
Realizou uma boa campanha na Primeira Fase da competição, vencendo cinco jogos,
empatando um e perdendo três, classificando-se em quarto lugar.
Na Segunda Fase, ficou em quinto e último lugar ao perder os quatro jogos que
disputou contra Corinthians, São Paulo, América-RJ e Internacional.
Brasília - 1978 |
Em 1978, novamente conquistou os campeonatos das categorias profissional e
juvenil, chegando ao tricampeonato.
Continuou reforçando o time de profissionais, trazendo o experiente goleiro
Jonas, contratando o meia Péricles e promovendo a grande promessa dos juvenis,
o centro-avante Edmar. Com isso foi capaz de vencer os dois turnos disputados,
ganhando doze dos quinze jogos que disputou (com mais três empates). Marcou 37
gols e sofreu 6. Edmar foi o artilheiro do campeonato, com 9 gols, seguido de
Péricles, com oito.
Na última partida da Fase Final, o Brasília formou com Jonas, Ferreti, Jonas
Foca, Emerson e Luisinho; Paulinho, Raimundinho e Péricles (Odair); Banana
(Albeneir), Edmar e Nei. Técnico: Cláudio Garcia.
No Campeonato Brasileiro de 1978, disputado por 74 clubes, novamente o Brasília
fez uma boa campanha, classificando-se para a Segunda Fase. Nos onze jogos que
disputou, venceu quatro, empatou três e perdeu outros quatro, ficando com a
sexta e última vaga do grupo.
Como acontecera em 1977, classificou-se para a Segunda Fase (quatro grupos com
nove clubes), onde fez parte do Grupo J, ficando na nona e última colocação,
não conseguindo a classificação para a Terceira Fase.
A partir de 1979, o Brasília passou a ter a concorrência do Gama na busca do
título de campeão brasiliense. O Brasília venceu o primeiro turno e o Gama os
outros dois. Na decisão do campeonato, o Gama venceu o Brasília por 2 x 1.
Também entre os juvenis Brasília e Gama decidiram o campeonato e mais uma vez
deu Gama, após os dois jogos decisivos.
O Campeonato Brasileiro de 1979 teve o absurdo número de 96 participantes, 22 a
mais do que a edição anterior.
A primeira fase foi disputada por oitenta equipes, divididas em oito grupos de
dez cada. Os três clubes de Brasília integraram o Grupo C. Somente o Gama,
primeiro colocado do grupo, alcançou classificação para a Segunda Fase. O
Brasília foi o 9º e o Guará o 10º e último colocado do grupo.
A partir de 1979 e durante toda a década de 80 o grande clássico do futebol
brasiliense passou a ser Brasília x Gama.
Ernani Banana foi o primeiro craque surgido em Brasília. E talvez único com as características de um jogador que possa ser considerado "craque". Dimba era um artilheiro. O atleta merecia uma biografia.
ResponderExcluirSe me permite, tinhamos vários craques, além de Ernani tinhamos Edmar, Ney, Baianinho, Luiz Carlos. Que logo sairam de Brasilia para outros clubes.
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