quinta-feira, 29 de junho de 2017

OS CLUBES DO DF: Real de Brasília


O Esporte Clube Real de Brasília foi fundado em 29 de junho de 1960, na residência de Francisco Alves Vieira, localizada no Acampamento do Departamento de Viação e Obras - DVO.
O clube foi fundado em virtude do mal tratamento dado aos atletas do acampamento pelo Grêmio Esportivo Brasiliense.
Foram fundadores do Real Aldair da Silva Pacheco, Antônio Pereira Reis, Antônio Rodolfo Filho, Aristeu Aragão Filho, Edson Martins de Deus, Fernando Rodrigues Nunes, Francisco Alves Vieira, Getúlio Fernandes Pereira, José Carlos Lima Cauby, José Eufrásio Feitosa, José Fonseca Guimarães, José Honestino de Carvalho, José Nobre da Conceição, José Vieira de Paiva, Mires Lopes de Oliveira, Nilson Faria, Osiel Simão de Sousa, Raimundo Maia Filgueiras, Salvador de Sá Guimarães, Trajano Augusto Sento Sé, Walter Barnabé da Silva, Weldas Dias Alves e Wilson Faria.
O nome do novo clube foi uma homenagem ao Real Madrid, da Espanha.
No mesmo dia da fundação, foi eleita a primeira diretoria do Real de Brasília, que ficou assim composta:
Presidente - Trajano Augusto Sento Sé;
Vice-Presidente - Aldair da Silva Pacheco;
1º Secretário - Salvador de Sá Guimarães;
2º Secretário - Weldas Dias Alves;
1º Tesoureiro - Francisco Alves Vieira;
2º Tesoureiro - Wilson Faria; e
Diretor de Esportes - José Nobre da Conceição.

Foram aprovados dois uniformes: o primeiro, composto de camisa grená com punhos e golas em azul, calção azul com filete grená dos lados e meias grenás; já o segundo uniforme era assim: camisa azul, calção branco e meias azuis.
O primeiro jogo do Real foi um amistoso no dia 7 de agosto de 1960, empatando em 2 x 2 com o Brasil Central. Aldair marcou os dois gols do Real.
Três dias depois, 10 de agosto de 1960, teve o seu estatuto aprovado pela Federação Desportiva de Brasília.
No dia 4 de setembro de 1960, tomou parte da primeira competição oficial promovida pela Federação, o Torneio Início, para o qual solicitaram inscrição 16 clubes. Conforme previa o regulamento, os jogos foram realizados em dois tempos de dez minutos cada, sem intervalo. No caso de empate, haveria a decisão por pênaltis, três para cada equipe, na primeira série.

No quarto jogo do dia, o Real foi derrotado pelo Sobradinho, por 1 x 0, gol contra de Zé Pateta. Formou com Weldas, Baganha, Walter, Hugo e Zé Pateta; Nilson e Norberto; Silva, Hildemar, Joãozinho e Hildeu. Técnico: José Nobre da Conceição.
Duas semanas depois, em virtude do elevado número de clubes inscritos (16), teve começo o torneio que determinaria as oito equipes que disputariam o campeonato da Primeira Divisão e as oito que comporiam a Segunda.
O Real fez parte do Grupo D, com jogos no campo do Rabello, juntamente com o clube anfitrião, o Alvorada e o Nacional.
Na primeira rodada do torneio classificatório, no dia 18 de setembro, o Real empatou em 1 x 1 com o Alvorada.
Uma semana depois, 25 de setembro de 1960, não resistiu ao poderio do Rabello, sendo goleado por 6 x 1.
Na terceira e última rodada do torneio classificatório, no dia 9 de outubro, aconteceu a primeira vitória do Real: 2 x 1 sobre o Nacional.
Após estes resultados, Nacional e Real estavam com três pontos ganhos na classificação do Grupo D. A goleada sofrida diante do Rabello fez com que ficasse em terceiro, no critério de desempate saldo de gols.
Aguardando pelo início dos jogos do campeonato da Segunda Divisão, em 16 de outubro de 1960 realizou um amistoso no campo do Grêmio. O Real venceu o Defelê, por 1 x 0, gol de Valentim.
Antes disso, em 13 de outubro de 1960, um dos clubes classificados para disputar a Primeira Divisão, a A. E. Edilson Mota encaminhou ofício a F.D.B. comunicando a sua extinção.
Para preencher a vaga na Primeira Divisão, a F.D.B. promoveu um torneio eliminatório entre os clubes da Segunda, iniciado em 30 de outubro de 1960. O Real não deu sorte e teve pela frente a fortíssima equipe do Defelê (que acabaria vencendo o campeonato daquele ano de 1960). Resultado: 6 x 1 a favor do Defelê e o sonho de passar para a Primeira Divisão desfeito.
Voltando a se preparar para disputar o campeonato da Segunda Divisão, em 21 de novembro disputou um amistoso com o Brasil Central, vencendo-o por 3 x 0.
O campeonato da Segunda Divisão contou com a participação de seis equipes. Além do Real, estiveram presentes: Guanabara, Brasil Central, Industrial, Sobradinho e o Trópicos. Foi disputado em turno único e o Real ficou com o vice-campeonato, apresentando a seguinte campanha: cinco jogos, três vitórias, um empate e uma derrota. Marcou 13 gols e sofreu 6. Somou sete pontos, dois a menos que o campeão Sobradinho.
Os resultados do Real foram: 04.12 – 2 x 0 Industrial, 11.12 – 3 x 0 Brasil Central, 18.12 – 2 x 2 Guanabara, 15.01.1961, 1 x 3 Sobradinho e 22.01.1961, 5 x 1 Trópicos.

Bugue, o segundo da esquerda para a direita, em pé
O jogador Bugue (que mais tarde seria treinador de destaque no futebol de Brasília) foi a revelação do Real.
Veio o ano de 1961 e a primeira participação do Real no ano foi o Torneio Início da Segunda Divisão. Ele aconteceu em 9 de julho de 1961. Logo no primeiro jogo, foi derrotado pelo Colombo, por 1 x 0.
No campeonato da Segunda Divisão, de 6 de agosto a 22 de outubro de 1961, não foi nada bem, vencendo apenas um jogo nos seis disputados (sofreu cinco derrotas nos demais).
A situação no Real não era nada boa no ano de 1962. Primeiramente, não enviou representante para a Assembléia de Clubes realizada no dia 12 de janeiro de 1962. Logo depois, através do Ofício nº 6/62, de 23 de maio, o Real solicitou dispensa do campeonato de futebol de 1962.
Com isso, perdeu seus dois melhores atletas para o Grêmio Brasiliense: o goleiro Weldas e o já citado Bugue.
Resolveu retornar em 1963 e disputou o campeonato da Segunda Divisão com outros quatro clubes: Clube de Regatas Barroso, Vila Matias E. C., Dínamo F. C. e Pederneiras F. C.
O campeonato teve início no dia 13 de julho e término em 5 de outubro de 1963.

O Real teve um péssimo desempenho, ficando na última colocação. O campeão foi o Dínamo, time da Polícia Militar.
No dia 8 de novembro de 1963, aconteceu a Assembléia Geral que aprovou a implantação do profissionalismo no futebol de Brasília. Na mesma reunião também foi decidida a desfiliação do Real.
Uma tentativa de reativar o Real aconteceu no dia 3 de maio de 1967, quando foi realizada uma Assembleia, tendo em vista que os antigos diretores abandonaram suas funções. A diretoria ficou assim composta: Valdivino Pereira de Melo (Presidente), Lúcio Lima Rey (Vice-Presidente Patrimonial), Gonçalo da Costa Neto (Vice-Presidente de Esportes), Venerando Vieira Filho (Vice-Presidente Social), João Batista Ferreira (Vice-Presidente Financeiro), Abílio José Neto (1º Secretário), Raimundo Maia Filgueiras (2º Secretário), Nilson Faria (1º Tesoureiro) e Aristeu Aragão Filho (2º Tesoureiro).
Mas o Real não voltou a disputar competições oficiais no futebol brasiliense.




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