terça-feira, 27 de junho de 2023

ESQUECIDOS PELO TEMPO: Azulinho


Planalto - 1960: Azulinho é o quinto, agachado, da esquerda para a direita

Ernando Grillo, o Azulinho, nasceu em São Lourenço (MG), no dia 12 de novembro de 1940.
Azulinho foi um meia armador de muita categoria e de muita habilidade.
Chegou em Brasília no dia 13 de julho de 1960. Não demorou para ser contratado por um clube, no caso o Planalto, por onde foi registrado junto à Federação Desportiva de Brasília em 23 de novembro de 1960.
Participou por esse clube do Torneio Início realizado em 9 de julho de 1961.
No dia 13 de agosto de 1961, marcou seus primeiros gols (dois) com a camisa do Planalto, na goleada de 9 x 1 sobre o Sobradinho. Terminaria o campeonato brasiliense de 1961 com quatro gols.
No ano seguinte, disputou pelo Planalto o Torneio “Prefeitura do Distrito Federal”.
Emprestado pelo Planalto à Associação Esportiva Presidência, por esse clube disputou o Torneio Quadrangular “Antônio Barbosa”, promovido pelo Alvorada nos dias 30 de maio e 3 de junho e que contou com a presença do Cruzeiro do Sul, Guanabara e Presidência.
No primeiro dia, Azulinho marcou um gol na vitória sobre o Guanabara, por 3 x 1. Na decisão, contra o Cruzeiro, a Presidência voltou a repetir o marcador do primeiro jogo e Azulinho pôde comemorar o primeiro título de campeão em Brasília.
Não pôde disputar o campeonato brasiliense de 1962 pois o Planalto foi suspenso pela Federação Desportiva de Brasília e, logo depois, extinto.
Como era comum nessa época em Brasília, muitos jogadores também disputavam os campeonatos e torneios de futebol de salão espalhados por toda cidade. Aproveitando-se do fato de não disputar competições oficiais de futebol de campo, em 1962 Azulinho passou a integrar a equipe do Brasília Ecisa Clube.
Em 1963, teve uma breve passagem pelo Guanabara, disputando partidas amistosas, e foi contratado pelo Alvorada, onde fez sua estreia contra o Grêmio, no dia 26 de maio de 1963, com derrota de 2 x 1. O Alvorada jogou com Toinho, Ib, Brum, Marujo e Josias (Tomazine); Zeca e Azulinho; Batista, Baiano, Belém e Terêncio.
Marcaria seu primeiro gol com a camisa do Alvorada no dia 25 de agosto de 1963, no estádio Paulo Linhares, o da vitória de 1 x 0 sobre o Guará, a primeira do clube no campeonato brasiliense.
Azulinho teve papel decisivo nos dois jogos da melhor-de-três em disputa do direito de permanecer na Primeira Divisão. A Federação determinava que esses jogos envolveriam o último colocado da Primeira Divisão (Alvorada) e o campeão da Segunda, o Dínamo.
No dia 27 de outubro de 1963, cobrando pênalti, deu ao Alvorada a vitória de 1 x 0 sobre o Dínamo.
Uma semana depois, teve bela atuação na goleada aplicada pelo Alvorada, por 4 x 1, resultado que garantiu o clube na Primeira Divisão em 1964.
O ano de 1964 foi o de implantação do profissionalismo no futebol do DF. A primeira competição no novo regime foi o Torneio “Prefeito Ivo de Magalhães”, reunindo Colombo, Luziânia, 1º de Maio e Rabello.
Azulinho havia sido contratado pelo 1º de Maio e estreado nesse novo time em 12 de janeiro de 1964, na vitória de 5 x 2 sobre o Unidos de Sobradinho.
O primeiro jogo reuniu Rabello e 1º de Maio, no dia 8 de março de 1964, no estádio Israel Pinheiro.
Aos 44 minutos do 1º tempo, Azulinho abriu a contagem e entrou para a história ao marcar o primeiro gol em uma competição de profissionais em Brasília. Cascorel cruzou, Gaguinho tocou na bola, Luziné salvou em cima da linha e surgiu a cabeçada fatal de Azulinho.
O jogo terminou empatado em 1 x 1 e o 1º de Maio formou assim: Chicão (Gato), Geraldinho, Aderbal, Morales e Alfredo; Bolinha (Ailton) e Azulinho (Goiano); Raimundinho, Zeca, Cascorel e Manuel (Ceará).
Mas o 1º de Maio não conseguiu sobreviver no profissionalismo e desativou seu quadro de futebol no ano de 1964.
Depois do fim do 1º de Maio, passou para o Guanabara. Numa excursão a Patos de Minas, no dia 14 de junho de 1964, o Guanabara empatou com o Mamoré local, em 3 x 3, tendo Azulinho marcado dois gols.
Juntamente com o artilheiro Lula, Azulinho foi um dos destaques do time do Guanabara que conquistou o título de campeão brasiliense de futebol de 1964, na categoria de amadores. Lula foi o principal artilheiro do campeonato com oito gols; Azulinho marcou seis.
Também em 1964, já como jogador do C. C. Nacional, Azulinho foi convocado para a seleção brasiliense de futebol de salão.
Ainda em 1964, Azulinho foi convocado duas vezes para a seleção brasiliense de amadores que enfrentaria o Ceará e o Treze, da Paraíba. Em ambas as situações, não participou dos jogos.
Quase foi negociado com o futebol goiano. O jornal Correio Braziliense, em sua edição de 27.09.1964, destacava numa de suas manchetes: “VILA NOVA PRETENDE AZULINHO”, afirmando que o Vila Nova, de Goiânia, pretendia enviar na próxima semana um emissário a Brasília para tentar junto aos dirigentes do Guanabara, a cessão do jogador Azulinho. A negociação, no entanto, não foi concretizada.
O ano de 1965 foi mais um de muitas atividades de Azulinho. Defendendo a equipe do Ministério das Minas e Energia, participou do II Torneio Cidade de Brasília, que reuniu clubes independentes da Capital Federal.
Integrou a equipe do Motonáutica de futebol de salão nos Jogos Abertos de São Lourenço (MG).
No Guanabara, além de ficar com o vice-campeonato brasiliense na categoria de amadores, defendeu o clube na Taça Brasil, quando o rubro-negro brasiliense se tornou a primeira equipe do DF a disputar uma competição de âmbito nacional. No segundo jogo, Azulinho chegou a acertar uma bola na trave, mas não foi o suficiente para evitar a derrota para o Atlético Goianiense.
Em 1966, Azulinho se tornou jogador do Defelê. Disputou o Torneio Início de 1966. Quando ocorreu empate, como no primeiro jogo contra o Flamengo, de Taguatinga, Azulinho era o jogador destacado para cobrar os pênaltis. O Defelê ficou com o vice-campeonato, perdendo a final para o Rabello.
Em agosto de 1966, logo depois do revés sofrido diante do Flamengo, de Taguatinga, pelo campeonato brasiliense de profissionais de 1966, Azulinho foi um dos jogadores dispensados pelo Defelê.
Retornou, então, ao futebol amador, contratado pelo Civilsan, que disputava o campeonato do Departamento Autônomo da Federação Desportiva de Brasília. Também em 1967, disputou o campeonato brasiliense de futebol de salão pelo Motonáutica, geralmente com bastante destaque.
Voltou ao futebol profissional do DF ao ser contratado pela A. E. Cruzeiro do Sul, em 1968 e, nesse mesmo ano, disputou o campeonato brasiliense de futebol de salão do DF pela equipe da Bi-Ba-Bô.
Em 1969, transferiu-se para o futebol de campo (já amador) de Brasília, atuando pelo Alvorada, e para o futebol de salão do Minas-Brasília Tênis Clube, vice-campeão da cidade.
Em 1970, a pedido do técnico argentino Hector Gritta, Azulinho foi um dos contratados pela S. E. Serveng-Civilsan, equipe que ficou em segundo lugar na classificação final do campeonato brasiliense desse ano. Além disso, passou a defender o futebol de salão do Clube Social Unidade de Vizinhança.
Em 1971, encerrou sua carreira como jogador da Serveng-Civilsan.
Azulinho foi irmão de dois ex-jogadores que atuaram no futebol brasiliense: Leônidas e Zé Grillo.
Faleceu no dia 28 de maio de 2006, em decorrência de câncer.



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