segunda-feira, 14 de novembro de 2016

HÁ 50 ANOS NO FUTEBOL BRASILIENSE: fundação do Coenge Futebol Clube


Logotipo da empresa
A COENGE S.A. - Engenharia e Construções era uma empresa com sede na Avenida Graça Aranha nº 957, 11º andar, na cidade do Rio de Janeiro.
Essa construtora foi uma das pioneiras na capital da República. Segundo o engenheiro Cirilo Gonçalves Castro, a empresa começou a operar em Brasília no dia 9 de novembro de 1956. Conta-se que dentre os dez primeiros operários que chegaram para trabalhar na construção, seis eram da Coenge.
Como o futebol é o esporte da paixão, do entusiasmo e da alegria, não foi difícil conseguir entre os componentes da firma a cooperação necessária para se formar uma equipe. A ideia pouco a pouco foi tomando corpo e o clube surgia para a alegria de todos.

No dia 14 de novembro de 1966, Edvaldo Batista Gesteira, ou simplesmente “Seu” Edinho, um baiano que saiu da cidade de Conceição do Almeida, em 1958, para ser Encarregado na Coenge e que se mudou para a cidade do Gama, em 1963 (para a “Quadra da Coenge”, na 22 do Setor Oeste), reuniu em sua residência, no Lote 19, vários desportistas com a finalidade de fundar o Coenge Futebol Clube, uma agremiação para manter vivo o clima de amizade e a união de todos os funcionários e operários da Coenge.
Entre eles estavam Abdias Alves Machado, Antônio Raimundo Gesteira Filho, Francisco Alves Pereira, Francisco Matheus “o Chiquinho”, Geraldo Augusto da Fonseca, Indalício de Souza Pinto, João Batista Fiel, Júlio César de Oliveira e Reveldin Dutra Carneiro.
Chiquinho presidiu e Reveldin foi o secretário da reunião que iniciou às 20 horas. Enery Remy Maciel, diretor da Coenge, foi saudado pelo apoio oferecido em nome da empresa.
Foi formada uma diretoria provisória que ficou assim constituída: Francisco Matheus (Presidente), João Batista Fiel (Vice-Presidente), Reveldin Dutra Carneiro (Secretário), Abdias Alves Machado (Tesoureiro), Umberto Vitalino Damásio (Diretor de Esportes), Francisco Alves Pereira (Diretor Social), José Mateus (Fiscal Geral) e Durval Torres (Conselheiro Geral).
A diretoria provisória ficou com a missão de legalizar a entidade que acabara de ser criada. 
A reunião foi encerrada aos 24 minutos do dia 15 de novembro de 1966.
Alvenir Pereira e Márcio Olimpio Souza (Márcio Minhoca) apresentaram sugestões do nome para a equipe, sendo que a proposta do Márcio Minhoca foi a vencedora: Coenge Futebol Clube e sigla C. F. C.
Logo depois o Coenge inauguraria a sua Sede Social à Quadra 9, Lote 10, Setor Comercial no Gama, onde promoveu suas reuniões para decisões e medidas a serem adotadas em relação ao clube. Além do futebol, o clube possuía quadros de voleibol, futebol de salão e grande parte recreativa, oferecendo, assim, diversão para os cerca de 400 associados.
Mesmo ciente das inúmeras dificuldades, o Coenge nunca esmoreceu e enfrentou crises e problemas com grande disposição.
Sua primeira diretoria foi constituída dos seguintes membros: Edvaldo Batista Gesteira (Presidente), Antônio de Sena Lopes (Vice-Presidente), Júlio César de Oliveira (1º Secretário), Genilson Almeida Alfena (2º Secretário), Geraldo Augusto Fonseca (1º Tesoureiro) e Indalício de Souza Pinto e Francisco Matheus, respectivamente Diretor de Esporte e Diretor Social.
O Coenge não demorou para inaugurar sua sala de troféus. No ano seguinte, 1967, e por mais dois anos (1968 e 1969), conquistou a taça de tricampeão do Torneio de Aniversário do Gama.
Em 1968 foi campeão do Gama, mesmo ano em que se tornou campeão invicto do Supercampeonato do Departamento Autônomo da Federação Desportiva de Brasília.
Mas, o maior troféu seria conquistado em 1969, quando venceu o campeonato oficial amador do Distrito Federal, do qual participaram 24 clubes do Distrito Federal.
A campanha do clube foi excelente em todos os aspectos.

Uma das formações de 1969
Na campanha pela conquista da Taça Brasília o Coenge contou com os seguintes jogadores: Hugo e Tonho (goleiros), Márcio Minhoca, Xixico, Ferraz, Wilson, Mauro, Tatá, Pelezão e Esutáquio (defensores), Divino, Pedrinho e Assis (armadores) e Elias, Noé, Pelezinho e Oscar (atacantes). Os treinadores foram Mauro (na primeira fase) e Carlos Morales, na segunda.
Esses, depois de uma campanha ao longo de seis meses, conseguiram o título de campeões brasilienses, quando todos acreditavam que o título ficaria de posse do Grêmio. Foi o prêmio pelo esforço despendido, pela luta e pela convicção de que conseguiriam o cobiçado troféu.

Vice-campeões do Torneio
"Hélio Prates da Silveira" - 1970
O dia 11 de abril de 1971 marcaria a despedida da equipe em jogos oficiais da Federação. Perdeu para o Colombo, no Estádio Adolfo Rizza, no Núcleo Bandeirante, por 1 x 0. Depois desse dia, perdeu dois jogos por WO, foi multado e, posteriormente, excluído do Torneio Governador “Hélio Prates da Silveira” e proibido de disputar amistosos.
Em 13 de agosto de 1971, aconteceu a assembleia da Federação Desportiva de Brasília que desfiliou seis clubes, dentre eles o Coenge.
Em 1973, com o ritmo de obras e pavimentações diminuindo de forma sensível, o Presidente da Coenge, Antônio de Carvalho Lage Filho, verificou que não mais justificava manter a Coenge e resolveu se concentrar na outra empresa do grupo, a Minasgás. Vendeu a empresa para o Banco Ipiranga e, um mês depois, quis o destino que, após uma cirurgia, ele falecesse.

Fonte: livro Coenge Futebol Clube - Campeão Brasiliense de 1969, de Márcio Almeida.



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