A EMPRESA
Para entendermos como
surgiu a Sociedade Esportiva Serveng-Civilsan, é preciso voltarmos no início da
formação dessas duas empresas.
Após participar da
construção de um novo bairro em Guaratinguetá (SP), trabalhando na Construtora
Nelson Luiz do Rego S. A., Pelerson Penido decidiu comprar a Pedreira Itaguassu
Ltda., em Aparecida (SP), para suprir a demanda de brita nas obras da região, plantando
a semente do que viria a ser o Grupo Serveng.
Com o crescimento dos
negócios iniciados pela pedreira, foi fundada em 29 de maio de 1958 a Serveng
Serviços de Engenharia Ltda., pelos sócios Vicente de Paula Penido, David
Fernandes Coelho e Luiz Alves Coelho.
Os negócios são
diversificados, com o início das atividades de transporte de passageiros no
final da década de 50.
Em 1960, a Serveng Serviços
de Engenharia Ltda. ultrapassou os limites do Vale do Paraíba para ajudar a
construir Brasília. Foi uma das primeiras empresas a acreditar na ideia da
capital federal, participando da construção de grande parte da infraestrutura
de água e esgoto, de rodovias, de diversos conjuntos residenciais de Brasília,
do Ministério da Justiça e do Superior Tribunal Militar, além de construir as
embaixadas do Chile, Paraguai, Venezuela e Líbano e trabalhar na restauração e
melhoria da pista de pouso do Aeroporto Internacional de Brasília (em São
Paulo, a empresa participou da construção do estádio do Morumbi - Cícero Pompeu
de Toledo, de propriedade do São Paulo Futebol Clube).
Em novembro de 1967, a
Serveng incorporou a Civilsan Engenharia Civil e Sanitária S. A., tornando-se
Serveng-Civilsan S. A. Empresas Associadas de Engenharia.
A Civilsan, Engenharia
Civil e Sanitária S. A. foi das primeiras empresas construtoras a chegarem a
Brasília. Sua presença data de agosto de 1957. Sua primeira obra foi a das
instalações elétricas do Hotel de Turismo (Brasília Palace), o que executou em
apenas 95 dias. Logo após, foi convidada a projetar e executar todo o serviço
de águas pluviais do Setor Sul, passagens e esgotamentos da Asa Norte, Estação
de Tratamento de esgotos sanitários e toda a rede de dutos telefônicos.
PARTICIPAÇÃO NO FUTEBOL DE
BRASÍLIA
Uma das primeiras notícias
sobre o futebol na Civilsan data de abril de 1961, bem antes de acontecer sua
filiação à Federação Desportiva de Brasília.
No dia 9 de abril de 1961,
a equipe do Civilsan Futebol Clube foi goleada num amistoso pela Associação
Atlética Imprensa Nacional, pelo placar de 6 x 2.
Logo depois, foi realizado
um torneio quadrangular como parte dos festejos do primeiro aniversário de
fundação da nova Capital Federal, no campo do Saturnino de Brito F. C., com a
participação das seguintes equipes: E. C. Brasília. A. A. Três Poderes,
Civilsan Futebol Clube e A. A. Imprensa Nacional. O curioso é que o torneio foi
dividido em duas etapas: pela manhã jogaram os segundos quadros e à tarde as
equipes principais. Não foi possível encontrar o desfecho desse torneio.
Como toda empresa que
atuava na construção de Brasília, a Civilsan também tinha o seu acampamento,
que ficava na atual Avenida das Nações, e onde não podia faltar um campo de
futebol para as peladas dos seus operários.
Não demorou muito para, em 21
de junho de 1964 serem inauguradas as novas instalações da sede social da
Associação dos Funcionários da Civilsan.
Ainda em 1964, a Civilsan
teve participação ativa na campanha de doação de material para a construção do
Estádio de Brasília (que seria inaugurado no ano seguinte), oferecendo, através
de seu engenheiro titular em Brasília, José Maia Leite, vários caminhões de
madeira para a construção do canteiro de obras.
De forma um pouco mais
organizada, a primeira competição que a Civilsan tomou parte foi o Torneio
Início da União dos Clubes Independentes, realizado no dia 11 de abril de 1965,
no campo do Nacional. Tomaram parte 13 equipes.
Fez sua estreia no sétimo
jogo do dia, derrotando o Flamengo por 1 x 0 e, no décimo, perdeu para o Esporte
Clube W-3 (que seria campeão do torneio), por 2 x 1.
Ao final do 1º turno, no
dia 27 de junho de 1965, o Civilsan era o oitavo colocado, junto com Flamengo e
Schindler, todos com 11 pontos perdidos.
No dia 29 de maio de 1966,
em prosseguimento aos preparativos para a disputa do primeiro campeonato de
futebol do Departamento Autônomo da FDB, o Civilsan enfrentou e venceu o
conjunto dos Economiários, por 2 x 1, gols marcados por Roberto e Ceará. Formou
com Sinval, Maracanã, Ferreira, Gil e Maurizan (Carabina); Bigode e Feio
(Martelo); Roberto, Ceará, Adilson e Albino.
No dia 5 de junho de 1966,
participou do Torneio Início do Departamento Autônomo. No segundo jogo, venceu
o CSU, por 3 x 2 e, no 11º, foi derrotado pelo Taguatinga, pelo mesmo placar
(ambos nos pênaltis).
O Civilsan disputou o Campeonato
do Departamento Autônomo da Federação Desportiva de Brasília de 1966,
integrando na Primeira Fase a Série Plano Piloto. Entre os quadros principais,
o Civilsan ficou em terceiro, junto com o Flamengo, com 12 pontos perdidos,
entre nove clubes. Daniel, do Civilsan, foi o quarto artilheiro da competição,
com oito gols. A defesa do Civilsan foi a segunda menos vazada, tendo sofrido
18 gols, enquanto que seu ataque foi o quinto, com 26 gols marcados.
Na categoria de aspirantes,
o Civilsan foi o vice-campeão dessa série, com oito pontos perdidos. Por outro
lado, o Civilsan venceu o Supercampeonato de Aspirantes (disputado pelos dois
primeiros colocados das três séries). Na última rodada, no dia 20 de novembro
de 1966, venceu o Brasília, de Taguatinga, por 3 x 2, e sagrou-se campeão
invicto. Marcaram pelo Civilsan Adilson (2) e Celestino. Formou com Valdomiro,
Vilson (Elias), Zequinha (Wilson), Carabina e Zezinho; Dudu e Eduardo
(Raimundo); Feio, Rui, Adilson e Celestino.
No dia 4 de dezembro de
1966, o Civilsan tomou parte de um quadrangular que também reuniu Grêmio, do
Núcleo Bandeirante, e Vila Matias e Brasília, de Taguatinga, no campo da Metropolitana.
Primeiramente, venceu o Grêmio por 2 x 1, com dois tentos de Rui. Formou com
Sinval, Wilson, Zé Luís, Maracanã e Jaime; Zezinho e Azulinho; Ceará, Adilson,
Rui e Melro (Alemão).
No domingo seguinte, 11 de
novembro, o torneio teve prosseguimento e o Civilsan foi goleado pelo Brasília,
por 5 x 1, formando com Sinval, Wilson, Maracanã, Melro e Zezinho; Azulinho e
Ceará; Santos, Sabará, Rui e Adilson. Rui marcou o único gol do Civilsan.
Em 1967, mais uma vez
classificou-se entre os dois primeiros colocados da Série do Plano Piloto e, no
Supercampeonato do Departamento Autônomo (que só terminou em março de 1968)
ficou em quarto lugar entre sete equipes. O Brasília, de Taguatinga, foi o
campeão. Atuou mais vezes com Valdomiro, Totó (Geraldo), Carabina, Manoel e
Zezinho; Eduardo e Ceará; Adilson (Fafá), Paulinho, Azulinho e Guido.
No dia 14 de julho de 1968,
o Civilsan venceu o torneio de futebol promovido pela Confederação Nacional de
Indústria, que ainda reuniu as equipes da VASP, Codipe, SESI (com duas equipes)
e TCB, e foi realizado no Estádio Ciro Machado do Espírito Santo, campo do
Defelê.
Venceu a VASP por 2 x 1 e o
SESI A. C., na final, por 1 x 0. Formou com Moacir, Labine, Heitor, Elias e
Totó; Pierre e Ceará; Raimundo, Maracanã, Adilson e Zezinho (Cardoso).
Depois de vencer a série do
Plano Piloto, disputou o Supercampeonato do Departamento Autônomo de 1968. A fase
final reuniu Civilsan, Gaminha, Coenge, Brasília, Setor Automobilístico,
Manufatura e Meta.
Foi necessária uma
superdecisão entre Civilsan, Gaminha e Coenge, todos com três pontos perdidos,
para se conhecer o campeão de 1968, que acabou sendo o Coenge. Nos últimos
jogos, o Civilsan atuou com Sinval, Bira, Wilson, Fred e Zezinho; Eduardo e
Ceará; Jorge, Baiano, Silva e Adilson.
No dia 1º de maio de 1969,
o Civilsan promoveu e venceu o torneio realizado nas festividades comemorativas
do Dia do Trabalhador. Os jogos foram realizados no Campo dos Eucaliptos. No 1º
jogo, venceu a equipe da Rádio Alvorada, por WO. No quarto jogo, vitória sobre
o Minas e Energia, por 2 x 1, gols de A. Maria e Milton. Na final, 1 x 0 sobre
o Correio Braziliense, gol contra de Stuckart. Formou com Raspinha, Elias,
Virmondes, Paulo e Zezinho; Ceará e Nenen (Martiniano); Teixeira (Lott), A.
Maria, Adilson e Milton.
Aproveitou-se do momento de
transição no futebol brasiliense, após a bagunça do campeonato de 1969, que foi
disputado por times profissionais e amadores, para formar um grande time para
1970. Trouxe para técnico o experiente Otaziano. Passou a contar com jogadores
que trabalharam com Otaziano numa das melhores seleções profissionais que em
Brasília foram formadas: Bugue, Zé Walter (para revezar com Raspinha, no gol),
Cid, Baiano, Wilson, Melo, Pará, Paulinho, Sabará e outros que jogaram pelo
Rabello e Defelê.
Logo da empresa |
A definitiva fusão da
Civilsan e da Serveng no futebol aconteceu em 22 de fevereiro de 1970, quando
foi fundada a Sociedade Esportiva Serveng Civilsan.
Sua primeira diretoria foi
assim composta: Presidente – Milton Almeida Soares da Silva; Vice-Presidente –
Clorisval Gomes Pereira; Diretor Secretário – Luiz José de Oliveira; Tesoureiro
– Ênio Lumazzini; Diretor Social – Laíze de Freitas; Diretor de Desportos –
Hafes Hallal e Diretor de Futebol – João Wellington Moura.
No final do mês de maio de 1970,
o Civilsan realizou uma pequena excursão ao interior de Minas Gerais. No dia 30
de maio, obteve uma vitória em Paracatu, sobre o Amoreiras Esporte Clube, por 1
x 0, gol do lateral-direito Ditão. No dia seguinte, um empate em João Pinheiro,
sem abertura de contagem, com a A. A. Pinheirense.
Curiosidade: em Paracatu, a
equipe do Civilsan estranhou muito a irregularidade do gramado do estádio Frei
Norberto (que hoje é utilizado pelo Paracatu no Campeonato Brasiliense da
Primeira Divisão).
Jogou com Raspinha
(Ernâni), Ditão (Sir Peres), Zé Pedro, Alaor Capella e Wilson; Bugue (Nenen),
Heitor e Sabará; Manoelzinho, Moisés e Eduardo (Cid) (Baiano). Técnico:
Otaziano.
Logo depois, no dia 5 de
julho de 1970, fez sua estreia no Torneio “Governador Hélio Prates da
Silveira”. No estádio Pelezão, venceu o Gaminha, por 3 x 2, com dois gols de
Baiano e um de Moisés.
Terminou a competição na terceira
colocação (com a mesma pontuação do vice-campeão Coenge), entre oito equipes,
após a seguinte campanha: sete jogos, quatro vitórias, dois empates e uma
derrota; marcou 16 gols e sofreu 10.
Baiano, do Civilsan, foi o
principal artilheiro dessa competição, com seis gols.
Pelo campeonato oficial de
1970, fez sua estreia no dia 6 de setembro, vencendo o Grêmio por 2 x 0, no
Pelezão, com gols de Baiano e Da Silva.
Terminou a Primeira Fase na
terceira colocação, o suficiente para disputar a Fase Final com os demais cinco
melhores classificados. Foram nove jogos, com três vitórias, cinco empates e
uma derrota; 14 gols a favor e dez contra.
No turno final, ficou na
primeira colocação, junto com o Grêmio, ambos com nove pontos ganhos, com
quatro vitórias e um empate, com saldo de gols melhor que seu adversário.
O regulamento determinava
que nesse caso fosse disputado o título em uma série melhor de três.
No primeiro jogo, disputado
no dia 24 de janeiro de 1971, o Civilsan aplicou uma goleada no Grêmio: 6 x 2.
Arnaldo, quatro vezes, Manoelzinho e Eduardo marcaram os gols do Civilsan, que
passou a ser favorito para a conquista do título.
Mas o título de campeão não
veio. Nos dois jogos seguintes, 31 de janeiro e 7 de fevereiro, vitórias do
Grêmio pelo mesmo placar (2 x 1) e o sonho desfeito.
No último jogo, o Civilsan
atuou com Maracanã, Nazo, Triste, Didi e Wilson; Aldo e Nenê; Azulinho
(Baiano), Invasão, Eduardo e Adilson (Vilela). Técnico: Hector Gritta.
Arnaldo, do Civilsan, foi o
principal artilheiro da competição, com oito gols, e Invasão, o segundo, com
seis.
A última competição que o
Civilsan tomou parte foi o Torneio Governador do Distrito Federal, disputado de
21 de março a 13 de junho de 1971, no qual o Civilsan ficou na terceira
colocação, entre onze equipes. Seu último jogo aconteceu em 6 de junho de 1971,
com vitória de 3 x 1 sobre o Planalto, do Gama, no Pelezão. Eduardo,
Manoelzinho e Vilela marcaram os gols.
No dia 13 de agosto de 1971,
aconteceu a Assembleia que desfiliou seis clubes, dentre eles a Serveng
Civilsan.