segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

CRAQUES DE ONTEM E DE HOJE: Edair (in memoriam)



Categorias de base do Botafogo


Edair Rosa de Souza nasceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 19 de fevereiro de 1950.
Começou nas categorias de base do Botafogo, em 1966, e por lá ficou até 1970. Em março deste ano, num trabalho de economia de despesas na folha de pagamento, o Botafogo dispensou Edair, que ganhou passe livre. Transferiu-se, então, para o Clube do Remo, de Belém (PA).
No campeonato paraense de 1971, o Paysandu havia conquistado o 1º turno e o Remo, o segundo. Na disputa pelo título, no primeiro e segundo jogos, empate em 0 x 0. Na terceira, no dia 13 de outubro de 1971, o Remo vencia o jogo por 2 x 0 até os 36 minutos da etapa final. O Paysandu conseguiu empatar e venceu a prorrogação por 1 x 0, tirando de Edair o seu primeiro título de campeão paraense. Edair participou dos três jogos. A formação do Remo no último jogo foi Dico, Jorge Mendonça, Edair, Valdemar e Lúcio Oliveira; Tito e Sirotheau; Leal (Cabecinha) (Carlitinho), Rubilota, Alcino e Neves. Técnico: Dequinha.
Edair não conquistou o campeonato paraense, mas teve participação em outras históricas campanhas do Clube do Remo.
A primeira delas a decisão da Copa Norte de 1971, envolvendo as equipes campeãs do Grupo 1 (constituído somente por clubes do Pará, do qual saiu vencedor o Remo) e do Grupo 2 (com clubes do Amazonas, vencido pelo Rodoviária).
No dia 25 de novembro de 1971, em Manaus, Remo 1 x 0 Rodoviária; no segundo, três dias depois, em Belém, Remo 4 x 2 Rodoviária. Neste jogo o Remo formou com Dico, Mendonça, Edair, Valdemar (Mesquita) e Edilson; Tito e Carlitinho; Ernani, Rubilota (Jeremias), Alcino e Neves. Técnico: François Thym.
De acordo com o regulamento estabelecido pela então CBD, as equipes campeãs das regiões norte e nordeste decidiriam o título do Campeonato Norte/Nordeste em duas partidas. Remo, campeão do Norte, e Itabaiana, de Sergipe, campeão do Nordeste, decidiram a competição.
No dia 5 de dezembro de 1971, em Aracaju-SE, empate em 0 x 0. No segundo, em Belém, vitória do Clube do Remo por 2 x 0 e o título de campeão do Norte/Nordeste de 1971.
A vitória contra o Itabaiana (SE) deu ao Remo a oportunidade de disputar a final do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão de 1971, contra o Villa Nova (MG), campeão da Copa Centro-Sul, e garantiu sua participação na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro em 1972.
Edair não participou do primeiro jogo (em Belém, dia 15 de dezembro de 1971, com vitória do Remo por 1 x 0) e nem do segundo (19 de dezembro de 1971, no Independência, em Belo Horizonte-MG, com derrota do Remo, por 3 x 0). No terceiro encontro, o de desempate, também no Independência, Edair integrou a equipe do Remo, mas não foi possível impedir a vitória do clube mineiro por 2 x 1. Formou o Remo com Dico; Chico, Edair, Valdemar e Edilson; Tito e Carlitinho; Ernani, Cabecinha, Jeremias (Rubilota) e Neves. Técnico: François Thym.

Em 1972, quase ao mesmo tempo em que o zagueiro Pedro Pradera, zagueiro que iniciou no futebol do DF, chegava ao Remo, Edair resolveu mudar de ares, indo jogar no Moto Club, de São Luís (MA). Sua estreia de forma oficial foi no dia 21 de maio de 1972, no Torneio Início disputado no estádio Nhozinho Santos. Formou o Moto Club com Assis, Edair, Marins, Pinheiro e Carlito; Faísca e Jorge (Roberto); Tuíca, Vanderley, Zé Branco e Batistinha. Técnico: Sousa Arantes.
Durante o ano de 1972, pelo rubro-negro maranhense Edair ainda disputaria o campeonato estadual e o Nordestão (uma fase do Campeonato Brasileiro da Série B). Sua última participação em jogos pelo campeonato maranhense aconteceu em 23 de dezembro de 1972, na decisão do estadual, quando o Moto Club ficou com o vice-campeonato, após empatar com o Sampaio Corrêa em 1 x 1, no estádio Nhozinho Santos. Atuou o Moto Club com Ubirajara, Reinaldo, Marins, Sérgio e Edair; Faísca, Roberto (Marcos) e Joari; Vanderlei (Tuíca), Zé Branco e Batistinha (Roberto). Técnico: Antônio Pereira Preto.
Um dos últimos compromissos de Edair no Moto Club foi em 7 de fevereiro de 1973, ao marcar um dos gols do empate de 2 x 2 com o Ferroviário, pelo Torneio da Vitória.
Logo depois, se transferiria para o Flamengo, de Teresina (PI), onde estreou no dia 18 de março de 1973, exatamente num Rivengo (River x Flamengo), maior clássico do Estado do Piauí, válido pelo Torneio “Alberto Silva”. O Flamengo venceu por 2 x 1, com essa formação: Édson, Louro, Carlão, Matintim e Edair; Carlinhos e Décio Costa (Ercy); Ribeirinho, Mota, Tião e Roberto. Técnico: Moacir Bueno.
O campeonato do Piauí terminou no dia 22 de agosto de 1973, com o Flamengo fora da decisão, entre Tiradentes e River.
Assim sendo, Edair resolveu mudar novamente e transferiu-se para o quase desconhecido futebol brasiliense, mais precisamente para o Ceub, que era o único clube profissional no Distrito Federal e seu representante no Campeonato Brasileiro.
A estreia de Edair no Ceub aconteceu em 27 de abril de 1974, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, no Mineirão, com derrota de 1 x 0 diante do Cruzeiro. Formou o Ceub com Édson, Cláudio Oliveira, Edair, Emerson e Rildo; Renê e Douradinho (Juraci); Dilson, Péricles, Dario (Cardosinho) e Gilberto. Técnico: Cláudio Garcia.
De 18 a 25 de julho de 1974, o Ceub disputou o Torneio “Lamartine Reginaldo da Silva Junior”, no Estádio Pedro Ludovico, em Goiânia, contra três clubes goianos (Atlético Goianiense, Goiânia e Vila Nova). Deslocado para a lateral-direita, Edair participou dos três jogos e passou a compor a defesa do Ceub com Pedro Pradera. O Ceub sagrou-se campeão do torneio formando na última partida diante do Atlético Goianiense com Norberto, Edair, Pedro Pradera, Emerson e Nenê; Renê (Cláudio Oliveira) e Péricles; Julinho (Cardosinho), Humberto (Zequinha), Marco Antônio e Xisté.
Ficou no Ceub até 11 de agosto de 1974, quando disputou um amistoso contra o Rio Branco, em Vitória (ES).

No Ypiranga (BA)
Logo depois, foi anunciada a sua transferência para o futebol de Portugal. Jogou no União, de Tomar, na temporada 1974/75 e no Atlético, de Évora, na temporada seguinte.
Retornou ao Brasil em 1976, para jogar no recém-criado Taguatinga. Estreou na primeira rodada do 3º turno do campeonato brasiliense desse ano, o primeiro da nova era do profissionalismo no futebol do DF. No dia 31 de julho de 1976, no Pelezão, o Taguatinga venceu o Flamengo, do Cruzeiro, por 3 x 1, formando com a seguinte constituição: Carlos José, Edair (Maurício), Mauro, Júlio César e Mundinho; Nelson Martins, Bira e Elmo; Paraibinha, Rui e Dinarte (Zé Vieira). Técnico: Edvaldo Alves de Santa Rosa (Dida).
No dia 21 de agosto de 1976, a Federação Metropolitana de Futebol promoveu um jogo entre o Brasília e um combinado dos demais clubes (Grêmio, Humaitá, Cruzeiro, Canarinho e Taguatinga), com toda a renda revertida em benefício dos jogadores do Grêmio. Edair foi um dos jogadores do Taguatinga, juntamente com Dão, Nemias, Maurício, Elmo e Bira.
Logo depois, como parte das festividades do 16º aniversário da cidade do Gama, no dia 10 de outubro de 1976 foi realizado um amistoso entre a Seleção de Brasília e a Sociedade Esportiva do Gama. Novamente Edair foi um dos jogadores do Taguatinga convocado.
No dia 29 de agosto de 1976, Edair fez parte da equipe do Taguatinga que venceu o Vila Nova, de Goiânia (GO), na inauguração parcial do Serejão.
Depois do imbróglio que resultou na perda da vaga do futebol brasiliense no Campeonato Brasileiro para 1976 e a extinção do Ceub, vários jogadores de clubes do DF debandaram de Brasília. Edair aproveitou para fazer um período de experiência no Vila Nova, de Goiânia (GO).
Mas seu novo destino foi o futebol da Bahia, quando ele foi contratado pelo Ypiranga, de Salvador.
Fez sua estreia no dia 6 de fevereiro de 1977, em Feira de Santana (BA), no empate de 1 x 1 com o Fluminense local. O Ypiranga formou com Gato Félix, Rosário, Edair, Santos e Válter; Binha e Edinho; Édson, Ivan, Elmo e Severinho.
Apesar da fraca campanha do Ypiranga (ficou de fora do pentagonal final), Edair foi considerado o melhor zagueiro de área do futebol baiano no campeonato de 1977. Também integrou a Seleção da Bahia nos jogos contra a Seleção do Ceará.

No Vitória (BA)
Ao término do campeonato baiano, Edair foi contratado pelo Vitória para a disputa do Campeonato Brasileiro de 1977, fazendo seu primeiro jogo em 6 de novembro desse ano, na Fonte Nova, em Salvador (BA), no empate de 1 x 1 com o Fluminense, do Rio de Janeiro. O Vitória formou com Gélson, Cláudio Deodato, Edair, Amadeu e Jurandir; Zé Alberto, Édson e Zé Júlio; Silvinho, Sena e Ademir.
No começo de 1978, o Vitória passou por uma séria crise financeira, inclusive atrasando os salários dos jogadores, Edair resolveu retornar ao futebol brasiliense.
Chegou de Salvador no início de fevereiro de 1978. Depois de disputar dois amistosos (18 de fevereiro, 0 x 0 com o Goiás, e 8 de março, derrota para o Flamengo-RJ, por 2 x 0), não conseguiu se tornar titular da equipe, permanecendo todo o Campeonato Brasileiro no banco de reservas.
Assim que terminou essa competição, Edair voltou para a Bahia, onde foi contratado pelo Atlético, de Alagoinhas, para a disputa do campeonato baiano.
Por lá permaneceu até o ano de 1979, seu último como jogador.
Encerrou cedo sua carreira, dedicando-se aos estudos.
Após quatro meses de duração, cinco horas de trabalho diário, muitas provas, muitas avaliações, no dia 3 de julho de 1981 Edair recebeu o diploma expedido pela Escola de Educação Física do Exército, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol, como participante do I Curso de Auxiliar Técnico de Futebol, que o credenciou a trabalhar como Auxiliar Técnico em todo o território nacional e no exterior. Desse curso tomaram parte 31 ex-atletas de futebol, dentre eles Nilton Santos, Félix, Altair, Silva, Calazans, Alcir Portela, Joel Santana e Dutra.
Juniores do Taguatinga
O primeiro trabalho de Edair como treinador aconteceu em 1984, quando o Taguatinga conquistou pela primeira vez o campeonato brasiliense da categoria de juniores. Os jogadores utilizados pelo Taguatinga foram: Elvis, Marcial (Bil), Adilson (Edson), João Carlos e Visoto (Moreira); Werley (Cirilo), Marcelo e Da Silva (Alceumar); Aguinaldo (Paulo Henrique), Mituca e Wilton (Carlos Antônio) (Ricardo).
Com algumas alterações na direção técnica do clube, algumas vezes treinado por seus irmãos Enir e Ercy Rosa, na categoria de juniores o Taguatinga chegaria ao tricampeonato brasiliense em 1986.
Ainda em 1986, Edair foi técnico do time principal do Taguatinga e auxiliar de seu irmão Enir na seleção do DF de juniores que participou do Campeonato Brasileiro de Seleções dessa categoria.
Em 1987 voltou ao Rio de Janeiro e no ano seguinte retornaria ao futebol do DF para, novamente, trabalhar com as categorias de base, sagrando-se campeão brasiliense de juvenis com o Brasília e ao se tornar treinador da Seleção do DF de juniores no campeonato brasileiro.
Trabalhou por muito tempo ainda com as categorias de base, infantil, juvenil e juniores, fazendo de tudo por onde passou, de roupeiro a supervisor. Quando cansou, parou de vez.
Seus últimos trabalhos como treinador de jogadores profissionais foram em 1997, quando dirigiu o Taguatinga, e em 1998, no Samambaia, ambas equipes participantes do Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão.
Depois que parou com o futebol, Edair curtiu sua merecida aposentadoria como funcionário público numa chácara na Colônia Agrícola Samambaia.

Colaboração: Édson Bonfim, ex-goleiro do futebol brasiliense.


3 comentários:

  1. parabens Jose Ricardo, foi uma bela honenagem a esse excelente amigo e um grande coraçao que é o professor Edair, homem simples mas de uma grande competencia, tanto como amigo, atleta e treinador. Merecidissima homenagem.

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  2. Me lembro do Edair no Flamengo do Piauí.Um grande Zagueiro.

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