A
Taça Brasília foi o nome oficial que a Federação Metropolitana de Futebol deu à
seletiva brasiliense para a Série C do Campeonato Brasileiro de 2004.
Cinco
clubes disputaram a vaga: Ceilândia, Dom Pedro II, Paranoá e Sobradinho. O quinto
participante foi o Brasiliense, que já estava na Série B, e disputou a seletiva
com seu time B, formado por reservas e juniores. Os jogos do Brasiliense seriam
descartados na busca da vaga para a Série C, para evitar que interferissem na
disputa.
Conforme
previsto no regulamento da competição, o primeiro colocado (Paranoá) e o
segundo (Ceilândia) deveriam decidir, em dois jogos, quem seria o dono da outra
vaga do DF na Série C do Campeonato Brasileiro (a outra já era do Gama,
rebaixado da Série B no ano anterior).
No
primeiro jogo, no dia 15 de julho de 2004, no Serejão, pela terceira vez
consecutiva, o Paranoá goleou o Ceilândia: 3 x 0, e abriu uma boa margem de
gols para o segundo. Marcaram os gols: Bispo, 18 e 22 e Marcelinho, 85.
Foi
aí que aconteceram estranhos acontecimentos, os quais foram chamados pelo
jornal Correio Braziliense, de “Golpe Baixo”. A FMF publicou o Boletim Oficial
Extraordinário nº 001/2004, de 13 de julho de 2004, e acrescentou ao Art. 11 do
Regulamento da I Taça Brasília 2004 um parágrafo único, com a seguinte redação:
“Parágrafo Único - Na fase final da competição, se após realizadas as duas
partidas previstas, for apurado igual número de pontos na fase entre as duas
equipes finalistas, será conhecida a equipe campeã pelo critério de cobrança de
pênaltis”.
Ou
seja, apesar de ter vencido por 3 x 0 no duelo de ida, ter feito o maior número
de pontos ganhos na Primeira Fase e de estar invicto até o momento (oito
vitórias e um empate), o Paranoá passaria a ter apenas a vantagem do empate na
decisão. O saldo de gols “evaporou”! Qualquer vitória do Ceilândia levaria a
decisão do título para as cobranças de pênalti. Segundo o Boletim Oficial, com
o regulamento “omisso quanto aos critérios para definição e proclamação do
campeão”, o 2º Vice-Presidente da Federação Metropolitana de Futebol,
respondendo pelo Departamento Técnico de Futebol Profissional e Amador da FMF,
José Beni Monteiro (ex-presidente do Ceilândia), decidiu implodir a goleada
numa canetada.
José
Beni Monteiro chegou a dizer que a medida foi tomada dois dias antes do
primeiro jogo. O site oficial da Federação, no entanto, não divulgou nada.
Alegou, ainda, que o Boletim foi afixado no mural da Federação. O Paranoá
também não foi avisado oficialmente.
Mas,
tudo isso foi colocado em segundo plano após o segundo jogo da decisão. No dia
18 de julho de 2004, no Mané Garrincha, pela quarta vez na competição, o Paranoá
goleou o Ceilândia, desta vez por 6 x 2, e ficou com o título do torneio e com
a vaga para a Série C do Campeonato Brasileiro.
O
passeio começou aos 20 segundos, com Toca. Bispo ampliou, de cabeça, aos 24
minutos. Nos acréscimos do primeiro tempo, o lateral-direito Jhonny descontou,
de pé esquerdo, colocando o Ceilândia no jogo.
No
segundo tempo, aos nove minutos, Julinho, de cabeça, ampliou para o Paranoá.
Aos 26, Michel voltou a diminuir a diferença para o Ceilândia, mas foi só. Um
minuto depois desse gol, Julinho, novamente de cabeça, marcou o quarto gol do
Paranoá. Aos 42 minutos, na cobrança de falta de Cubango, o goleiro Bruno
falhou e sofreu o quinto gol do Paranoá. Já nos acréscimos do segundo tempo,
Leonardo definiu a goleada em favor do campeão Paranoá: 6 x 2.
A
TV Record transmitiu ao vivo a decisão da Taça Brasília.
PARANOÁ
6 x 2 CEILÂNDIA
Data:
18 de julho de 2004
Local:
estádio Mané Garrincha, Brasília-DF
Árbitro:
Divino Enes
Renda:
R$ 192,00
Público:
192 pagantes
Expulsões:
Lúcio, do Ceilândia, e Bispo, do Paranoá
Gols:
Toca, aos 20 segundos; Bispo, 24; Jhonny, 45+1; Julinho, 54; Michel, 71; Julinho,
72; Cubango, 87 e Leonardo, 90+3
PARANOÁ:
Fernando, Wellington Cássio, Adriano, Gilson e Thiago Rocha; Cubango, Coquinho,
Maninho (Agenor), Marcelinho (Julinho) e Toca (Leonardo); Bispo. Técnico:
Reinaldo Gueldini.
CEILÂNDIA:
Bruno, Jhonny, Piu, Lúcio e Maranhão (Carlos Eduardo); Didão, Écio (Cassius),
Kabila, Paulo Henrique e Fabinho (Jonhes); Michel. Técnico: Pavão.
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