sábado, 13 de abril de 2024

OS TÉCNICOS DO FUTEBOL BRASILIENSE: Jorge Medina - 2ª parte


Recebeu, então, o convite para comandar o Municipal, de Puntarenas, da Costa Rica.
Quando Jorge Medina chegou à Costa Rica, o Puntarenas estava em nono lugar. Ele recuperou a equipe, que chegou a liderar o campeonato nacional.
Com apenas uma temporada na Costa Rica, Jorge Medina surgiu como o favorito para assumir a direção técnica da seleção desse país da América Central, graças ao excelente trabalho realizado no Municipal de Puntarenas.
Desde 1985, quando havia conquistado o único título nacional, o Puntarenas não chegava tão longe. Estava relegado ao plano secundário, com colocações que oscilavam do sexto ao décimo lugar, numa prova que o comodismo dos treinadores o deixavam apenas como figurante.
Só que Medina revolucionou a maneira de atuar do time, tornando-o extremamente ofensivo. Calcado na juventude de uma equipe hábil e na experiência dos brasileiros Fernandez (zagueiro que atuou no Campo Grande e no Bangu) e do atacante Kleber, ex-Brasília, ganhou o status de surpresa do campeonato, deixando para trás equipes tradicionais.

Liderou 31 das 44 rodadas do longo campeonato de um ano, vencido pela Liga Alajuelense. Mereceu, por essa razão, diversas reportagens dos jornais e revistas especializadas.
Com grandes conhecimentos técnicos, conseguiu conquistar o elenco e os torcedores, que a cada jogo faziam questão de levar a bandeira do Brasil. Tudo isso levou o Puntarenas ao terceiro lugar, algo impensado antes da competição.
O prestígio de Medina alcançou pontos altos entre os dirigentes da Federação de Costa Rica, a ponto de ter sido convidado, em 1992, a fazer parte da Comissão Técnica da seleção costarriquenha.
Em 1993, Jorge Medina retornou ao Brasil, para ser o treinador do Uberaba (MG). Foi uma passagem relâmpago. Contratado no final do mês de junho de 1993, Medina dirigiu o time em três amistosos, o último deles 4 de julho de 1993. Medina, que havia acabado de chegar da Costa Rica, recebeu uma proposta irrecusável para voltar ao país e deixou o clube.
Um ano depois encerrou o ciclo no futebol da Costa Rica, retornou ao Brasil e passou a dividir seu tempo entre o futebol e a se dedicar à família.
Não demorou muito para voltar aos gramados. No dia 23 de julho de 1994, no Serejão, dirigiu novamente o Tiradentes na vitória de 3 x 1 sobre o Comercial, em jogo válido pelo segundo turno do Campeonato Brasiliense desse ano. O Tiradentes formou com Capucho, Flávio Negão, Adson (Kedmo), Wilton e Estevam; Divino, Helder e Júlio César; Jackson, Dário e Carlinhos (Gringa).
Em 1995, teve rápida passagem pelo Nacional, de Uberaba, que disputou o Módulo II do Campeonato Mineiro.
Nos anos de 1996 e 1997, foi Coordenador de uma escolinha de futebol em Formosa-GO, como núcleo do Vasco da Gama.
Foi o técnico do Bosque Formosa no Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão em 2001, mesmo ano em que esteve trabalhando na AGEPOL, nos anos de 2001 e 2002, com a divisão de base do clube, atendendo a convite de amigos. Em seguida voltou para a Costa Rica.

No começo de 2003 novamente foi treinador do Nacional, de Uberaba. Medina deixou o clube no dia 20 de fevereiro, após derrota por 1 x 0 frente ao América (MG), pelo Campeonato Mineiro.
Em 2005, dirigiu o Barra do Garça no campeonato mato-grossense e foi treinador do Sobradinho no Campeonato Brasiliense desse mesmo ano.
Foi convidado para apresentar um Curso de Futebol pelo governo da Tailândia, em 2006.
Com mais de 60 anos e dedicando mais tempo a família, Medina passou a não se aventurar tanto no futebol fora do Distrito Federal. Foi treinador do Paranoá, no Campeonato Brasiliense da Primeira Divisão de 2007 e foi convidado para ser Auxiliar Técnico de Edson Porto, na Sociedade Esportiva do Gama.
Após quase dez anos afastado do futebol, Jorge Medina viu, no projeto da Sociedade Esportiva Planaltina-GO, um bom motivo para retornar à modalidade no final de 2015. Chegou a trabalhar com a equipe na pré-temporada, mas decidiu deixar o clube na véspera do Campeonato Brasiliense de 2016, alegando falta de estrutura.

Já em 2018, aos 72 anos, o técnico Jorge Medina aceitou o convite do presidente Ricardo Martins para dirigir o tradicional Planaltina Esporte Clube, na segunda divisão do Campeonato Brasiliense. Mesmo com um elenco bastante jovem, Medina deu ao time, durante a pré-temporada, um bom padrão de jogo, implantou o esquema tático 3-5-2 e com o entrosamento adquirido levou o Planaltina a melhor campanha da primeira fase da competição com quatro vitórias e 1 empate em cinco jogos disputados.
Na semifinal, o Planaltina perdeu o duelo de ida por 2 x 1 e ficou no empate por 1 x 1 contra o Capital. A equipe terminou o campeonato na terceira posição, faltando um gol para obter o acesso para elite do futebol de Brasília.


Colaboradores:
Everson Cordeiro e Ruy Trida.