sábado, 16 de março de 2024

65 ANOS DA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO DISTRITO FEDERAL


Em homenagem à aniversariante do dia, um pouco de sua história.

No dia 16 de março de 1959, numa memorável reunião na Cantina do IAPI, com a presença de cerca de cinquenta esportistas, foi fundada a Federação Desportiva de Brasília, sendo considerados clubes fundadores os seguintes: Clube de Regatas Guará, Esporte Clube Planalto, Central Clube Nacional, Rabello Futebol Clube, Pacheco Fernandes Dantas Futebol Clube, ASSIBAN, Associação Atlética Brasília, Novo Horizonte Atlético Clube, Expansão Futebol Clube, Associação Esportiva EBE, Paranoá Clube e Iate Clube, em número de 12 fundadores.
A seguir, reproduzimos, “ippsis litteris”, a ata da primeira reunião da FDB, naquele distante 16 de março de 1959:

ATA DA PRIMEIRA REUNIÃO DA ASSEMBLÉIA GERAL DA FEDERAÇÃO DESPORTIVA DE BRASÍLIA, REALIZADA EM DEZESSEIS DE MARÇO DE MIL NOVECENTOS E CINQÜENTA E NOVE

Aos dezesseis dias do mês de março do ano de mil novecentos e cinqüenta e nove, reuniram-se na cantina do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), às vinte e uma horas, de acordo com o Edital de Convocação previamente divulgado, os representantes dos clubes desportivos de Brasília para o fim especial de aprovar os Estatutos e fundar a “Federação Desportiva de Brasília”, elegendo ainda o Presidente e Vice-Presidentes da referida entidade.
Inicialmente foi constituída a Mesa Dirigente, integrada pelos seguintes membros: Tenente Agenor Rodrigues ou Ribeiro da Silva, Dr. Rodrigo José Coelho de Albergaria e Dr. Acary de Oliveira, Comandante Orlando Gaglionone e senhores Ernesto Lenk e Osvaldo Cruz Vieira. A seguir foram verificadas as credenciais de cada delegado, comprovando-se a presença dos seguintes representantes: Antônio Efigênio Gomes, pelo Banco de Crédito Real de Minas Gerais S.A.; Edmundo Prado e Gabriel da Costa Filho, pelo Central Clube Nacional; Cláudio Espínola Leal Costa e Cyro Torres, pela Construtora Pacheco Fernandes Dantas Ltda.; Carlos Magno Maia Dias, pelo Novo Horizonte Atlético Clube (IAPETC-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas); Francisco José Meinberg, pelo Paranoá Clube e Aero Clube; Oswaldo Cruz Vieira, pelo Clube de Regatas Guará; Airton Pinheiro de Almeida, pelo IAPB-Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários; José Silva Laranjeira, pelo Rabello Futebol Clube, José da Silva Sobrinho, pelo Brasil Central Atlético Clube, Adonias Ferreira dos Santos pelo E.C. SAPS e ainda Duílio Costa, pela Construtora Planalto Ltda. participou da reunião.
Abertos os trabalhos pelo engenheiro Rodrigo José Coelho de Albergaria, foi dada a palavra ao Tenente Agenor Rodrigues, que fez circunstanciada exposição sobre os objetivos da reunião e agradeceu a presença dos representantes dos clubes que, assim, se propunham à criação da Federação Desportiva de Brasília.
Consoante a ordem do dia, foram colocados em discussão os Estatutos elaborados pela Comissão constituída pelos senhores Agenor Rodrigues, Rodrigo José Coelho de Albergaria e Inezil Penna Marinho, este último relator e, em seguida, submetidos à votação, tendo sido aprovados na íntegra. Imediatamente, por intermédio de seu representante, o Clube de Regatas Guará apresentou seu requerimento de filiação ao qual fez juntada de um exemplar de seus Estatutos, devidamente impressos.
A fim de que pudessem ser coordenados os trabalhos para a eleição do Presidente da Federação Desportiva de Brasília, foi a sessão suspensa por dez minutos.
Reiniciados os trabalhos, o representante do Central Clube Nacional de Brasília propôs que a eleição do Presidente se verificasse por aclamação, o que não pôde ser aceito face ao disposto nos Estatutos, que estabeleciam votação secreta para a eleição presidencial. Procedida a votação na forma estatutária, foram designados para escrutinadores os representantes do Aero Clube, do Novo Horizonte e do Central Clube Nacional de Brasília, que apresentaram o seguinte resultado da eleição para Presidente: Dr. Rodrigo José Coelho de Albergaria, nove votos, Tenente Agenor Rodrigues, dois votos, e Dr. Inezil Penna Marinho, um voto. O Presidente recém-eleito foi imediatamente empossado, tendo dirigido palavras de agradecimento e prometido envidar todos os esforços para a grandeza da novel Federação. O representante do Aero Clube propôs uma homenagem ao Tenente Agenor, pioneiro e incansável batalhador da organização da Federação. Usou ainda da palavra o representante da CAPFESP-Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários e de Empresas do Serviço Público para congratular-se com o Presidente recém-eleito e augurar-lhe as maiores felicidades em sua gestão. Após vários outros oradores, foi iniciada a votação para os três Vice-Presidentes, que apresentou o seguinte resultado:
Primeiro Vice-Presidente: Luiz Gonzaga Contart e Orlando Gaglionone, empatados com quatro votos; Arthur Salviano, três votos, e Dr. Acary de Oliveira, um voto;
Segundo Vice-Presidente: Teodoro Bayma de Carvalho, cinco votos; Luiz Gonzaga Contart, dois votos; Dr. Acary de Oliveira e Arthur Salviano, um voto;
Terceiro Vice-Presidente: Capitão Kleber Gomes Ferreira, cinco votos; Eduardo Prado, Ernesto Lenk, Orlando Gaglionone e Oswaldo Cruz Vieira, um voto cada.
Como a votação para Primeiro Vice-Presidente estivesse empatada, novo escrutínio foi realizado, que apresentou o seguinte resultado: Orlando Gaglionone, seis votos; Luiz Gonzaga Contart, cinco votos e um voto em branco.
O Presidente proclamou então os Vice-Presidentes eleitos, também imediatamente empossados pela Assembléia Geral, a saber: Primeiro Vice-Presidente: Orlando Gaglionone; Segundo Vice-Presidente: Teodoro Bayma de Carvalho e Terceiro Vice-Presidente: Capitão Kleber Gomes Teixeira.
Pelo representante do Central Clube Nacional de Brasília foi proposto e aprovado um voto de louvor ao doutor Inezil Penna Marinho pela presteza com que elaborou os Estatutos da Federação Desportiva de Brasília e o esforço dispendido para que se efetivasse a organização da citada Federação.
Devido ao adiantado da hora, propôs o Presidente que a eleição dos membros do Conselho Fiscal ficasse para a próxima reunião da Assembléia Geral, marcando-a para o dia primeiro de abril de mil novecentos e cinqüenta e nove, às vinte horas, no mesmo local, isto é, cantina do IAPI.

Na reunião seguinte (no dia 1º de abril de 1959) foram incluídos outros clubes na Federação, como filiados, a saber: Esporte Clube Brasília, Grêmio Esportivo Brasiliense, Esporte Clube Radium, Associação Atlética Bancária, Associação Desportiva de Taguatinga (ex-JK Futebol Clube), Brasil Central Atlético Clube (ex-Fundação da Casa Popular Futebol Clube), Brasil Esporte Clube (Coenge), Associação Atlética Kosmos, Associação Atlética Brasília Palace e CAPFESP Futebol Clube.
Com 12 fundadores e mais dez filiados, a Federação Desportiva de Brasília criou os seus departamentos especializados, tendo, para o Departamento de Futebol, sendo eleitos os seguintes esportistas: Tenente Agenor Ribeiro da Silva e Luiz Gonzaga Contart, os quais promoveram diversas reuniões com os clubes inscritos no Departamento, em número de 20, para a disputa do 1º campeonato de futebol da cidade.

O PRIMEIRO TORNEIO INÍCIO

Posteriormente, com a desistência do CAPFESP, este número ficou reduzido a 19 clubes, que disputaram o 1º Torneio Início de Futebol em Brasília.
O Torneio Início foi disputado no dia 24 de maio de 1959, no campo do Clube de Regatas Guará, denominado Estádio Provisório “Israel Pinheiro”, cercado de madeira em apenas poucos dias, dotado de alambrado e palanque.
Foi a festa esportiva mais empolgante já realizada em Brasília. Os 19 clubes disputantes realizaram o desfile inaugural, todos devidamente uniformizados, com a presença de autoridades e um numeroso público.
O Clube de Regatas Guará foi o vencedor do Torneio, denominado Torneio Início “Bernardo Sayão”, cabendo ao quadro da EBE o título de vice-campeã. Ao Grêmio foi conferido o título de campeão do Desfile, pois se apresentou como o melhor conjunto.

O PRIMEIRO CAMPEONATO

Uma semana depois, 31 de maio de 1959, teve início o primeiro campeonato de futebol de Brasília.
Os 19 clubes inscritos no primeiro campeonato de futebol de Brasília foram divididos em duas chaves: Zona Sul e Zona Norte. Da Zona Sul fizeram parte: Grêmio, Taguatinga, IPASE, EBE, Expansão, A.A. Bancária (IAPB), Guará, Brasil (Coenge) e Brasil Central; compuseram a chave da Zona Norte Planalto, Nacional, Rabello, Novo Horizonte, Assiban, A.A. Brasília Palace, Pacheco Fernandes Dantas F.C., E. C. Radium, A. A. Kosmos e E. C. Brasília.
O campeonato brasiliense chegou ao seu final nas disputas de zonas no dia 25 de outubro de 1959, quando foi realizada a última rodada.
O Grêmio venceu a Zona Sul e o Planalto a Norte. Os dois decidiram o título máximo do futebol de Brasília numa série “melhor-de-três”, da qual se saiu melhor o Grêmio Esportivo Brasiliense.
Com o nome de Federação Desportiva de Brasília permaneceu até o mês de dezembro de 1971.

A FEDERAÇÃO METROPOLITANA DE FUTEBOL

No jornal Correio Braziliense de 12 de dezembro de 1971, encontramos a seguinte manchete: FMF JÁ DIRIGE O FUTEBOL NO DF.
E segue em seu texto: “Federação Metropolitana de Futebol é o nome da entidade que rege os destinos do futebol brasiliense, em substituição à Federação Desportiva de Brasília. A decisão foi tomada ontem (11.12.1971), durante assembleia geral dos clubes inscritos oficialmente na FDB. Foram, igualmente, aprovados 42 dos 94 artigos dos estatutos da nova entidade, devendo os restantes serem apreciados pelos representantes dos clubes na próxima terça-feira (14.12.1971), quando será reiniciada a assembleia geral.
Presidida pelo dirigente máximo, Wilson de Andrade, a reunião teve início às 20 horas da sexta-feira, com a participação de sete dos oito clubes inscritos - mais uma vez ficou ausente o representante do Serviço Gráfico. Estiveram presentes Adolfo Rizza, do Colombo, Adelino Avelino, do Guará, Chagas Gomes, do Piloto, Sérgio Midosi Mey, do Carioca, Murilo Marques da Silva, do Grêmio, Amaro Freire Filho, do Ceub, e José Tôrres, do Jaguar.
No dia 7 o presidente Wilson de Andrade propôs a nova nomenclatura, assim como a reforma dos estatutos.
Nesse dia os representantes dos clubes filiados pediram vistas nos estatutos para uma análise mais apurada. Segundo alguns disseram, não havia nessa atitude desconfiança em relação ao trabalho elaborado pelo advogado Arlindo Ferreira Pinto, assistente de orientação da antiga FDB. Na sexta-feira, depois de analisarem detidamente o documento, aprovaram a maioria das mudanças, ficando de aprovar os restantes na próxima terça-feira.

MANDATO DO PRESIDENTE

Por cinco votos contra dois, a assembleia aprovou o mandato de dois anos para o presidente da FMF, ficando contra a proposta inicial dos estatutos, que era de quatro anos. O Grêmio queria um mandato de quatro anos, o Jaguar de três, porém os cinco restantes aprovaram dois anos de mandato. O presidente do TJD terá, também, mandato de dois anos e os membros do Conselho Fiscal, um ano. Ficou decidido, ainda, que o Conselho Arbitral será composto pelos presidentes dos clubes ou, então por delegados nomeados por eles.
Um dos artigos mais discutidos foi o do direito a voto de clube na assembleia geral da FMF. A proposta da presidência era de que cada clube teria direito a um voto, ficando o Guará com direito a dois, por ser fundador da antiga FDB. Logo depois, porém, o Grêmio alegou que, por serem os sete clubes presentes os legítimos fundadores da FMF, deveriam eles ter direito a dois votos, o que foi aprovado por unanimidade. O Serviço Gráfico, ausente, tem direito a um voto, assim como os que vierem a se filiar a FMF.

Ainda assim, os boletins oficiais da Federação passaram todo o ano de 1972 prestando suas informações com o papel timbrado da Federação Desportiva de Brasília.

A explicação para tamanha demora para a modificação no nome da entidade veio no Correio Braziliense de 11 de julho de 1973:
“O processo que solicita ao CND a alteração dos estatutos da Federação Desportiva de Brasília está em poder do Ministério da Educação, no gabinete do ministro Jarbas Passarinho. A informação é do Sr. Dayrell Sobrinho, Chefe do Departamento de Relações Públicas da FDB.
Adianta o informante que o processo já foi aprovado pelo CND, e aguarda somente a homologação do ministro Jarbas Passarinho, para que a FDB possa ser denominada Federação Metropolitana de Futebol”.

A FEDERAÇÃO BRASILIENSE DE FUTEBOL

A primeira menção ao novo nome da federação de futebol do DF aparece numa matéria do Correio Braziliense de 19 de fevereiro de 2005. Nela está escrito: “Na primeira sessão do ano, na noite de quinta-feira (17.02.2005), o Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD) ... da agora Federação Brasiliense de Futebol (FBF) ...
Quase dois meses depois, encontramos no site da CBF, a seguinte nota:

“11/04/2005 às 19h00
Federação Metropolitana de Futebol passa a ser Federação Brasiliense de Futebol

11/04/2005

CBF NEWS

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, recebeu nesta segunda-feira um comunicado oficial da mudança de nome da federação de futebol de Brasília, antes Federação Metropolitana de Futebol, agora Federação Brasiliense de Futebol.
O comunicado à CBF foi enviado pelo presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Fábio Simão”.

A FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO DISTRITO FEDERAL

Em Assembleia realizada no dia 19 de novembro de 2015, o presidente da nova Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), Erivaldo Alves, juntamente com os representantes dos 24 clubes profissionais, aprovaram a mudança no estatuto da entidade.
Presidida pelo dirigente do Brasília Futebol Clube, Roberto Marques, a Assembleia teve como secretário o Diretor Financeiro da FFDF, Cícero Lima, além de Clever Rafael (vice-presidente da FFDF) e Elias Andrade (presidente do Paracatu-MG), que foram os mediadores das resoluções.
Na pauta estavam 82 artigos que foram lidos um a um, para que os representantes dos times pudessem opinar e, mudar o texto em consenso, caso fosse necessário. As medidas passaram a ser válidas a partir do término da Assembleia.
Eis os principais pontos modificados em relação ao estatuto anterior:
Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) será o nome da entidade a partir da mudança;
Extinção definitiva da Terceira Divisão do Campeonato Brasiliense;
Novas filiações de clubes serão possíveis somente a partir do ano 2020. A taxa de filiação será de 1.000 salários mínimos;
Somente presidentes, vice-presidentes e seus antecessores, além dos ex-presidentes e vices da FFDF poderão concorrer aos cargos de presidente e vice-presidente da entidade a partir do próximo pleito;
Para concorrer, os candidatos deverão ter no mínimo cinco anos de serviços prestados como dirigentes de futebol nos cargos citados no item anterior;
Para lançar uma chapa, o candidato deverá ser indicado por, no mínimo, cinco agremiações;
Somente candidatos “Ficha Limpa” poderão lançar candidatura à presidência e vice-presidência da FFDF;
O peso do voto de cada clube da Primeira Divisão passou a ser de 6 pontos. O voto dos clubes da Segunda Divisão passou a ser de 3 pontos. O voto será aberto nas eleições da entidade.



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