Frederico Chimiti Neto, o Dico, nasceu em 12 de março
de 1949, em Colatina, no Espírito Santo.
Dico foi um goleiro que compensava sua baixa estatura
(1,75 metros) com muita agilidade debaixo das traves. São raros os casos de goleiros
de baixa estatura que conseguem ter sucesso nos times e confiança da torcida,
treinadores e dirigentes. Dico foi a prova que tamanho não é documento!
Ele iniciou sua carreira no Colombo, do Núcleo
Bandeirante (DF), clube que defendeu nos anos de 1964 e 1965, sempre com
grandes atuações. Sua estreia aconteceu no dia 11 de outubro de 1964, no
estádio Ciro Machado do Espírito Santo, na vitória do Colombo sobre o 1º de
Maio, por 2 x 0. Formou o Colombo com Dico, Natal, Vonges, Sir Peres e Nilo;
Índio e João Dutra; Mauro Viegas, Tião I, Baiano e Paulista (Tião II). Técnico:
Edvard Brandão.
Logo depois foi, pela primeira vez, convocado para a
Seleção do Distrito Federal. O jogo foi realizado no dia 5 de dezembro de 1964,
contra uma seleção dos Veteranos Paulistas. A seleção brasiliense venceu por 3
x 0. O árbitro dessa partida foi Luiz Matoso, Feitiço.
No ano seguinte, continuou tendo suas oportunidades na
Seleção do Distrito Federal, com destaque para os dias 5 e 12 de dezembro de
1965, quando atuou como titular nos dois amistosos contra o Rabello (empate em 1
x 1 e vitória de 2 x 1) com o Rabello.
Também em 1965, foi vice-campeão brasiliense atuando
pelo Colombo.
Foram três em 1966: no dia 15 de maio, em Luziânia
(GO), contra o clube do mesmo nome,
Em 1966, foram mais três participações: fez parte do
amistoso em benefício das obras do Estádio de Brasília, entre as seleções do
Distrito Federal e de São Paulo, no dia 11 de maio, no dia 15 de maio, atuou no
amistoso contra o Luziânia (GO) e no dia 23 de novembro disputou o amistoso da Seleção
do DF contra a Seleção de Goiás.
Sua constante presença na seleção brasiliense
despertou o interesse do Rabello, que o contratou em 1966. No alvinegro,
começou na reserva de Zé Walter mas, aos poucos, foi conquistando seu espaço. Fez
sua estreia no dia 28 de agosto de 1966, em jogo válido pelo campeonato
brasiliense desse ano, contra o Guará, no estádio deste, o Israel Pinheiro. O
jogo terminou 2 x 0 a favor do Rabello, que formou assim: Dico (Zé Walter), Didi,
Mello, João Dutra e Aderbal; Zé Maria e Beto Pretti; Zezé, Zoca, Roberto e
Reinaldo.
Pelo Rabello, sagrou-se bicampeão brasiliense
profissional nos anos de 1966 e 1967.
No período de 15 a 30 de abril de 1967, o Rabello
realizou excursão ao norte do Brasil. Na cidade de Belém (PA), o Rabello
disputou três amistosos contra Remo e Paysandu. Pela primeira vez, seu
desempenho no gol chamou a atenção dos dirigentes paraenses.
Ainda em 1967, foi titular do gol do Rabello na IX
Taça Brasil, 1º Subgrupo Centro. Suas boas atuações fizeram com que Zé Walter se
transferisse para o Guará.
Ficou mais um ano no Rabello, teve uma breve passagem
pelo Uberaba (MG) e depois transferiu-se para o futebol paraense, contratado
pelo Sport Club Belém.
Ficou no S. C. Belém até 1969. Neste ano, chegou a
acertar seu ingresso no Paysandu com o Diretor de Futebol Raul Aguillera.
Entretanto, como Aguillera teve de viajar para a Argentina, o negócio acabou
não se concretizando e Dico foi parar no Clube do Remo, levado pelo dirigente Fernando
Pinto.
Dico conquistou seis títulos paraenses (1973, 1974,
1975, 1977, 1978 e 1979), foi bicampeão do Torneio do Norte de Clubes Campeões
em 1969 e 1970, venceu o Torneio Cidade de Belém em 1970, foi vice-campeão do
1º Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão em 1971, disputando todas as sete
partidas da competição, se tornando o goleiro mais vitorioso da história do
Remo desde que o futebol estadual foi profissionalizado.
Com Dico no gol, o Remo foi convidado pela CBD e
entrou nas disputas do Campeonato Brasileiro de Futebol da Divisão Especial de
1972. Esteve muito próximo de ganhar a Bola de Prata, de Placar, premiação dada
aos melhores jogadores do campeonato brasileiro, o que só não aconteceu devido
não ter participado de uns poucos jogos. De qualquer maneira, Dico ficou
conhecido em todo o Brasil e alguns dos maiores clubes do país se interessaram
por ele, dentre eles o Guarani, de Campinas (SP), que chegou a mandar um
emissário a Belém.
Em 1973 o goleiro chegou a deixar o Remo, pois o Bahia
desejava contratá-lo. A transação não foi concluída, pois a torcida do Remo,
sabendo que seu ídolo ia ser vendido por míseros Cr$ 50.000,00 ficou revoltada
e pressionou a diretoria, conseguindo a volta imediata do atleta. Depois desta
situação, nenhuma outra vez o atleta saiu do clube, encerrando sua carreira em
1981.
Em 1982, chegou a jogar no gol do Taguatinga.
Ao pendurar as chuteiras, Dico passou a trabalhar como
treinador das divisões de base do Clube do Remo, nos anos de 1988 e 1989, mas a
experiência não deu certo.
Em 2000, Dico foi eleito pela crônica esportiva
paraense como o melhor goleiro do Século XX do futebol paraense.
Jogou 139 partidas pelo Remo no Campeonato Brasileiro
da primeira divisão.
Em 2014, quando o Clube do Remo elegeu os novos
membros dos Conselhos Fiscal e de Futebol, Dico foi o mais votado para integrar
o Conselho de Futebol.
Dico atualmente reside em Belém, onde trabalha como empresário.
Possui uma empresa direcionada à distribuição de alimentos para várias
entidades, entre as quais escolas da capital paraense.
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