terça-feira, 24 de maio de 2022

CRAQUES DE ONTEM E DE HOJE: Jânio



Meia-esquerda, canhoto, de bons lançamentos, batia bem para o gol e possuía uma boa visão de jogo. Essas eram as características de Jânio Pinto, ou simplesmente Jânio, que nasceu em Volta Redonda (RJ), no dia 16 de junho de 1959.
Veio para Brasília com apenas um ano de idade.
Começou sua carreira de jogador de futebol nos juvenis do Brasília, com o técnico Ercy Rosa.
Recém-fundado, o Corinthians, do Guará, estava montando uma forte equipe para disputar as competições oficiais da Federação Metropolitana de Futebol. O técnico era Joaquim Cristiano Araújo Neto, o Bugue, que o viu atuando e solicitou a sua contratação.
Sua primeira competição no novo time foi o Torneio Incentivo de 1978, quando o Corinthians chegou em terceiro lugar. Logo depois, o Corinthians daria lugar ao Guará.
Neste mesmo ano, o Vasco da Gama o levou para testes em sua equipe de juvenis. Ficou cinco meses no Rio de Janeiro. O clube carioca até pensou em ficar com ele, mas o Guará pediu muito dinheiro pelo seu passe e a transação não foi concretizada.
Com o Guará, no período de 4 de março a 8 de abril de 1979, sagrou-se campeão do Torneio Seletivo, realizado com a finalidade de escolher o clube que ocuparia uma vaga no Campeonato Brasileiro reservada para o Distrito Federal (as outras eram do Brasília e do Gama).
O Campeonato Brasileiro de 1979 teve o absurdo número de 96 participantes, 22 a mais do que a edição anterior.
A primeira fase foi disputada por oitenta equipes, divididas em oito grupos de dez cada. Os três clubes de Brasília integraram o Grupo C. Somente o Gama, primeiro colocado do grupo, alcançou classificação para a Segunda Fase. O Brasília foi o 9º e o Guará o 10º e último colocado do grupo.
No final de 1979, Jânio defendeu o Distrito Federal no II Campeonato Brasileiro de Seleções Sub-20.
A Seleção Brasileira se preparava para disputar o Campeonato Mundial Sub-20 na Austrália e realizou diversos amistosos no Brasil. Um deles foi contra o Guará, de Jânio, no dia 7 de setembro de 1981, no Estádio do CAVE, no Guará. O resultado final apontou Guará 3 x 1 Seleção Brasileira de Juniors.
Foi vice-campeão brasiliense de 1981, com o Guará perdendo a final para o Taguatinga, em 15 de novembro de 1981, por 1 x 0.
Em 1982, o Taguatinga pagou três milhões de cruzeiros pelo seu passe, a maior transação do futebol brasiliense até então.
Ficou três anos no Taguatinga. Logo depois, teve uma rápida passagem pelo São Bento, de Sorocaba, onde disputou apenas cinco jogos pelo Campeonato Paulista de 1984, o primeiro deles em 16 de setembro, com derrota de 2 x 1 para o Taubaté. Sua última participação aconteceu em 24 de outubro, no jogo Santos 2 x 1 São Bento. Não marcou gols em sua passagem pelo São Bento.
Em 1985 disputou o Campeonato Paulista pelo Noroeste, passou pelo Londrina, do Paraná, e retornou ao Gama.
No ano seguinte, 1986, defendeu o Tiradentes.
Neste mesmo ano de 1986, transferiu-se para o Equador, contratado para defender o América, de Quito. Logo,
passou para a Liga Deportiva Universitária – LDU, onde foi artilheiro do campeonato nacional de 1988, com 18 gols.
No ano seguinte, foi para o Barcelona, de Guayaquil, sagrando-se campeão equatoriano e artilheiro da equipe, com 14 gols.
O último time em que jogou no Equador foi o Delfín, de Manta, Equador.
Em 1990 se transferiu para o futebol da Bélgica e, no ano seguinte foi acometido de uma pubalgia, lesão essa pouco conhecida na época. Foi tratado pelo Dr. Mark Marteens e ficou curado sem ter que se submeter a uma cirurgia.
Em 1992 retornou ao Brasil, mais precisamente à Brasília, para jogar no Guará, onde disputou o campeonato brasiliense daquele ano e o de 1993. Ainda neste ano, disputou alguns jogos pelo Itumbiara, de Goiás.
Foram suas últimas participações como jogador.
Sua carreira de treinador começou em 1995, no Brasil. Foi técnico do Comercial, de Planaltina, no campeonato brasiliense de 1996.
Esteve à frente do Bandeirante e em 1999 dirigiu os juniors do Guará.
Passou a ser o treinador do Guará no campeonato brasiliense de 2000. Quando foi substituído por Mozair Barbosa, resolveu voltar ao futebol equatoriano.
Desde então, treina times no Equador. Logo que chegou, comandou as equipes do Panamá, Juvenil de Quinindé e Milagro Sporting.
Porém, seu maior feito ocorreu quando resolveu aceitar o convite para assumir o modesto Deportivo Azogues, criado em maio de 2005. A cidade de Azogues (a 405 km de Quito) queria ter um time de futebol profissional. Jânio foi chamado. Não havia nenhum jogador contratado. Jânio levou 14 atletas de Guayaquil e fez teste com vários outros para montar o plantel. O trabalho deu tão certo que o técnico brasileiro conseguiu levar o clube à elite nacional em apenas 12 meses. Ganhou a terceira divisão no segundo semestre de 2005 e a segunda divisão na metade de 2006. Com a campanha histórica, virou um herói na cidade.
No futebol, contudo, gratidão não segura ninguém no cargo. Ao chegar à elite, no Torneo Clausura, que começou em julho de 2007, a equipe fez água. No início de setembro, a equipe estava muito mal colocada e o brasileiro acabou demitido. De acordo com a imprensa local, os dirigentes alegaram que o treinador levava a campo uma formação ofensiva demais e, por isso, perdia muitas partidas: foram duas vitórias, dois empates e seis derrotas.
Jânio mal teve o dissabor do desemprego. Dias depois, era anunciado como comandante do Macará. Esteve à frente da equipe em duas vitórias, um empate e quatro derrotas, resultados suficientes para evitar o rebaixamento. Encerrada a competição, no entanto, ele se viu novamente sem trabalho. Não ficou por uma questão financeira: ele fez uma proposta e o clube fez outra.
Depois do Macará, foi treinador da Liga de Portoviejo e do Municipal Cañar.
Em 2009 levou o Independiente José Terán à primeira divisão.
No ano de 2010, Jânio esteve à frente das equipes do Deportivo Independiente Del Valle, Sociedad Deportiva Aucas, da Segunda Divisão, e voltou a treinar o Macará.
Em 2011 foi treinador do Imbabura Sporting Club.



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