Túlio Maravilha |
O Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão de 2009 teve
apenas sete clubes inscritos. Por outro lado, teve uma grande novidade e um dos
motivos de maior divulgação e expectativa: o surgimento do Botafogo-DF. O Botafogo, do Rio de Janeiro, e a empresa Brasília Holding firmaram parceria
para o desenvolvimento do projeto Clube Empresa Botafogo/DF. Inicialmente o projeto
contemplava a transformação do Clube Esportivo Guará, equipe da segunda divisão
do campeonato brasiliense, no Botafogo/DF. No elenco, estavam nomes conhecidos do
futebol local como o goleiro Donizeti, o meio campo Fábio Lima, os volantes Leís
e Bruno de Jesus e o lateral esquerdo Amaral. Se todos já aguardavam com ansiedade
o início da Segunda Divisão local, a expectativa aumentou ainda mais quando o Botafogo/DF
anunciou a contratação do artilheiro Túlio Maravilha para a disputa da competição.
É preciso destacar, ainda, o comando técnico de Marquinhos Bahia, eleito o melhor
treinador no ano de 2007, quando levou o Esportivo Guará ao vice-campeonato local,
juntamente com alguns dos atletas que retornaram para atuar com a camisa do novo
clube.
As sete equipes jogam entre si apenas
em turno. Os quatro melhores colocados se classificam para as semifinais. Nas semifinais
aconteceram jogos de ida e volta, com vantagem para os melhores colocados na primeira
fase. Já a final foi disputada em apenas um jogo. O campeão e o vice-campeão foram
promovidos para a Primeira Divisão de 2010 e os dois últimos clubes na Primeira
Fase foram rebaixados para a Terceira Divisão de 2010.
Nas semifinais, o Ceilandense passou pelo Unaí,
goleando no primeiro jogo (4 x 1) e empatando o outro jogo (3 x 3).
Já o Botafogo venceu o Brazsat duas vezes, ambas pelo
mesmo placar (2 x 1).
No dia 17 de outubro de 2009 aconteceu a decisão do
campeonato.
Toda a badalação do jogo final
entre Botafogo e Ceilandense, era, logicamente, em torno do Botafogo e do gol 900
de Túlio Maravilha. Mas o desfecho não foi bem assim. O Ceilandense, único time
a vencer os botafoguenses na fase da classificação, voltou a mostrar um bom futebol
e com gols de Geraldo e Iron, esse nos minutos finais da partida, ficou com o título
da competição.
Aproveitando o entusiasmo da torcida
que fazia festa nas arquibancadas, o Botafogo começou o jogo partindo para cima.
Logo aos dois minutos, China fez boa jogada pela direita e tocou na área para Túlio,
que chutou de primeira mascado e viu a bola sair a esquerda, perto da trave. A pressão
continuou três minutos depois, após escanteio cobrado, Alcione mandou uma bomba
de fora da área, a bola foi por cima levando perigo.
Após o abafa inicial, o Ceilandense
equilibrou a partida, principalmente graças a seu meio campo que ganhava a maioria
das jogadas e explorava a velocidade dos atacantes Edicarlos e Geraldo. Porém, a
maior posse de bola só foi resultar em perigo aos 35 minutos. Kabrine avançou livre
do meio campo e chutou forte obrigando o goleiro alvinegro Donizeti a espalmar e
salvar sua equipe. A marcação do time de Ceilândia era feita no campo do Botafogo,
por isso a equipe conseguia roubar muitas bolas e ligar rápido ao ataque. E foi
em uma dessas roubadas, aos 41 minutos, que saiu o gol. O atacante Geraldo tomou
a posse de bola no meio campo, avançou e passou por três marcadores até bater com
força no ângulo esquerdo do goleiro e fazer 1 x 0 para o Ceilandense. Aos 45 minutos
o Botafogo ainda respondeu com uma falta cobrada por Túlio que raspou a trave.
Iron, à esquerda, marcou o gol do título |
No segundo tempo o Botafogo voltou
com a mesma disposição dos dez minutos iniciais da primeira etapa. Aos dois minutos,
Léo Guerreiro dominou dentro da área e chutou, o goleiro Veloso espalmou e, no rebote,
Clein mandou para fora, desperdiçando uma boa chance. Quatro minutos depois Alcione
arriscou da intermediária, mas o arqueiro Veloso fez uma linda defesa impedindo
o empate.
Com 19 minutos saiu o que
seria o gol 900. Cruzamento da direita e Túlio Maravilha completou para o gol, mas
o árbitro anulou marcando mão do artilheiro.
Aos poucos o futebol das equipes
dava lugar ao nervosismo. Aos 26, Edicarlos disputou bola com o botafoguense Leís,
o árbitro marcou falta, aplicou o segundo cartão amarelo e, consequentemente, o
vermelho no atacante do Ceilandense. Com um atleta a mais o treinador do alvinegro,
Marquinhos Bahia, efetuou a entrada do centroavante Reinaldo no lugar do volante
Marcinho. A mudança fez o Botafogo perder mais ainda a disputa no meio campo. Com
isso a falta de criatividade e ligação fazia a equipe mandante rifar a bola para
a grande área adversária sem objetividade. Com 40 minutos, a situação piorou, Glauco
entrou de carrinho em Djalminha e recebeu o cartão vermelho.
Depois de muitas bolas alçadas
na área, o Botafogo achou seu gol de empate. Aos 45 minutos, houve um cruzamento
da direita. Depois do bate rebate na pequena área, Alcione cabeceou para o gol e
empatou, 1 x 1.
Com apenas mais quatro minutos
de jogo, a torcida alvinegra soltou o grito de campeã, já que o empate dava o título
ao Botafogo, devido à melhor campanha na primeira fase. Só que, aos 48 minutos,
o baixinho Iron resolveu estragar a festa. Em inacreditável cobrança de falta, próxima
a grande área, acertou o ângulo para fazer o gol do título do Ceilandense.
BOTAFOGO 1 x 2 CEILANDENSE
Data: 17 de outubro de 2009
Local: CAVE, Guará (DF)
Árbitro: Rodrigo Raposo
Renda: R$ 10.630,00
Público: 6.962 pagantes
Expulsões: Edicarlos, do
Ceilandense, e Glauco, do Botafogo
Gols: Geraldo, 41; Alcione,
90 e Iron, 90+3
BOTAFOGO: Donizeti, Clein (Diego
Portela), Lucas Souza, Luan e Rafinha; Marcinho (Reinaldo), Leís, Alcione e China
(Glauco); Léo Guerreiro e Túlio Maravilha. Técnico: Marquinhos Bahia.
CEILANDENSE: Veloso, Alex, Lídio,
André Nunes e Djalminha; Betson, Oliveira (Gustavo), Iron e Kabrine (Gleison); Edicarlos
e Geraldo (Keké). Técnico: Gérson Vieira.
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