A Segunda Divisão do DF
teve seu início no ano de 1997.
A partir deste ano, o(s)
último(s) colocado(s) da Primeira Divisão eram rebaixados para a Segunda.
Deste ano até hoje, em apenas
uma oportunidade um clube foi último colocado em dois anos consecutivos: o
Brasília, em 2001 e 2002.
Em 2001, o campeonato
brasiliense da Primeira Divisão foi disputado no 1º semestre (de 11 de
fevereiro a 2 de junho), por dez clubes. O Brasília foi o décimo e último
colocado. Disputou 18 jogos e só venceu um: 2 x 0 sobre a ARUC (ainda empatou
três e perdeu 14). Marcou apenas 14 gols (menos de um por jogo) e sofreu 46
(média superior a 2,5/jogo).
Teve um ridículo
aproveitamento de 11,1%.
E quais foram os motivos
que levaram o Brasília a essa situação?
Apesar de ter sido
transformado em clube-empresa em dezembro de 1999, sob a responsabilidade de
oito sócios - que modificaram seu nome de Brasília Esporte Clube para Brasília
Futebol Clube Ltda. e suas tradicionais cores vermelha e branca para verde,
amarelo e azul -, foi, praticamente, abandonado à própria sorte.
Faltava material e campo
para treinar. Não havia transporte para o time (cada atleta ia aos jogos por
conta própria) e muito menos concentração. Sem reforços, o grupo que disputou o
campeonato de 2001 foi formado apenas por garotos (foram 22 atletas com média
de idade de 22 anos).
O técnico Paulo Roberto
Alves, o fisioterapeuta Aziz e o preparador físico Igor passaram a ser “colaboradores”,
já que continuavam no clube apesar de também estarem sem salários.
O resultado disso tudo pôde
ser conferido na classificação final do campeonato, quando foi definido que o
Brasília disputaria a Segunda Divisão pela primeira vez em 26 anos de história.
Virou motivo de piadas, sofrendo goleadas e, quando não as sofria, o adversário
considerava como uma derrota. No meio disso tudo, ninguém da diretoria aparecia
para dar satisfações.
Menos mal que o regulamento
da Segunda Divisão da época permitia que os clubes rebaixados disputassem o
Campeonato Brasiliense da Segunda Divisão no mesmo ano (segundo semestre) em
que ocorreu o rebaixamento.
Em uma Segunda Divisão abarrotada
de clubes (16, a maior de todos os tempos), o Brasília sagrou-se campeão após
adotar uma tática simples e eficiente: serviu de fachada para o time de
juniores do grande rival de outrora, o Gama. Entrou apenas com o nome. Todos os
jogadores e comissão técnica eram da equipe do tetracampeão da categoria de
juniores, o Gama, situação encontrada para o Brasília não paralisar suas
atividades. E deu certo, pelo menos, momentaneamente: venceu dez jogos, empatou
seis e perdeu apenas dois. Marcou 37 gols e sofreu 18.
De volta à Primeira Divisão
em 2002, o Brasília tornou a não se preparar para o campeonato brasiliense
(dias antes de iniciar o campeonato estava sem técnico, jogadores e data de
apresentação, pois ainda negociava parceria para disputar a competição),
novamente terminando em último lugar: desta vez, foi o 11º lugar, com três
vitórias, três empates e dez derrotas nos 16 jogos disputados. Marcou 12 gols e
sofreu 28.
Só voltaria a frequentar a
Primeira Divisão em 2009.
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