sábado, 6 de agosto de 2016

HÁ 50 ANOS NO FUTEBOL BRASILIENSE: A morte de Oswaldão


Na madrugada de 6 de agosto de 1966, morreu Oswaldo da Cruz Vieira, o Oswaldão.

Natural de Araguari (MG), antes mesmo de Brasília dar seus primeiros sintomas de vida, com a chegada dos primeiros tratores para devastar o cerrado para que fosse erguida a cidade, aqui estava Oswaldão.
Seu ingresso na Novacap data de 1º de novembro de 1956, na função de Condutor de Topografia do DOAM-Departamento de Organização e Administração Municipal.
Oswaldão fez os primeiros serviços de topografia (demarcação dos lotes e arruamento) da Cidade Livre, hoje Núcleo Bandeirante.
Em 30 de novembro de 1957, participou da reunião de congraçamento dos funcionários da Novacap que comemoraram um ano de trabalho em Brasília. Na ocasião, para marcar o fato, foi elaborado um Diploma que recebeu as assinaturas dos participantes e mais do Presidente Juscelino Kubitschek e dos diretores da Novacap.

Oswaldão plantou a semente do futebol em Brasília, logo conseguindo adeptos para dar mais corpo a sua ideia de fundar um clube de futebol.
Em dezembro de 1956, um grupo de desportistas, após um dia exaustivo de trabalho, reunido em uma simples cabana de lona, comentava sobre os campeonatos de futebol da terra natal de cada um. Cada qual contava uma passagem interessante de seus clubes. Oswaldão, desportista de escol, antigo defensor do Fluminense, de Araguari, do Goiânia e do Atlético Mineiro, contava, com orgulho, suas facetas esportivas e todos o ouviam com atenção.
A essa altura da conversa, surge a ideia da criação de um clube, sendo, nessa ocasião, constituída uma Diretoria provisória, na qual Oswaldão ficou como Vice-Presidente.
Passam-se os dias e, a 9 de janeiro de 1957, no Restaurante dos Engenheiros da Novacap, já agora com os planos feitos pela Diretoria provisória, é realizada a sessão solene de fundação do clube, a qual comparece grande número de adeptos, pois a notícia correu célere pelos acampamentos e, assim, Brasília foi tomada de curiosidade.
Procedida a eleição da diretoria, Oswaldão era o novo Diretor de Esportes do Clube de Regatas Guará.

O Guará realizou o primeiro jogo interestadual muito antes da inauguração de Brasília. Em 14 de setembro de 1958, em seu campo, o Guará foi derrotado pelo Atlético Goianiense, por 1 x 0.

Em 16 de março de 1959, vários desportistas se reuniram na cantina do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Industriários (IAPI), para fundar a Federação Desportiva de Brasília, Oswaldão fazia parte da Mesa Dirigente, além de ser o representante do Clube de Regatas Guará.
Logo após a aprovação dos estatutos da entidade, o Guará, por intermédio de Oswaldão, apresentou seu requerimento de filiação ao qual fez juntada de um exemplar de seus Estatutos, devidamente impressos.

Considerado por muitos como o dirigente mais “matreiro” entre os que passaram pelo futebol brasiliense na década de 60, Oswaldão contratava quase que exclusivamente jogadores para o Guará, prometendo-lhes emprego nos recém-criados órgãos do Governo do Distrito Federal.
Quando achou que tinha o time ideal, tratou de correr atrás de um treinador de nome. Em novembro de 1959, Oswaldão entrou em contato com o Coronel Osmar Soares Dutra, solicitando do mesmo que convidasse Augusto da Costa, ex-jogador do Vasco da Gama e Seleção Brasileira, militante da Polícia Especial do Rio de Janeiro, para servir na GEB - Guarda Especial de Brasília. Augusto da Costa então passou a desempenhar suas funções de polícia e técnico de futebol do Guará.

Em 5 de maio de 1960, Oswaldão, tomou posse no cargo de Presidente do Guará, em substituição a Carlindo Cruz. Passou a ser uma espécie de faz de tudo no Guará.
Em 30 de março de 1962, o Clube de Regatas Guará colocou em circulação o primeiro número do “Boletim Informativo do Guará”. Um dos maiores responsáveis por esse acontecimento foi Oswaldão, juntamente com Omar Martins e Carlindo Ribeiro da Cruz, então presidente do clube.

Todo o imenso esforço que Oswaldão fez pelo Guará, nos quase dez anos que militou no futebol brasiliense, rendeu apenas um título ao Guará, o de campeão do Torneio “Prefeito Paulo de Tarso”, em 1961.

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