Após a realização de dois turnos, cada um com duas fases, quatro clubes garantiram vaga nas semifinais do campeonato brasiliense de 1988: Gama, Guará, Taguatinga e Tiradentes. Estes dois últimos jogariam com a vantagem do empate para chegarem à decisão. Se perdessem, seus adversários seriam os finalistas.
Dos quatro semifinalistas, apenas Gama, em 1979, e Taguatinga, em 1981, haviam se tornado campeões brasilienses.
As duas semifinais foram realizadas no dia 7 de agosto de 1988, em programação dupla no estádio Serejão. Com dois gols de Moura e um de Luisão, o Tiradentes passou pelo Gama, vencendo pelo placar de 3 x 0. No outro jogo, o Guará derrotou o Taguatinga por 1 x 0, com um gol de Ailton Lira aos 40 minutos do segundo tempo.
Após esses resultados, o Tiradentes necessitava de um empate no tempo normal de jogo e na prorrogação, por ter somado mais pontos em todo o campeonato, para ser campeão brasiliense pela primeira vez em sua história. Seu adversário, o Guará, também lutava pelo primeiro título de campeão brasiliense. Para consegui-lo, bastaria vencer por qualquer diferença de gols.
A decisão brasiliense prometia muitas emoções e os dois times estavam confiantes no título, pois contavam com jogadores experientes e conhecidos. No Tiradentes, os destaques eram o zagueiro Beto Fuscão, ex-Grêmio e Palmeiras, e o atacante Luizão, ex-jogador do Bangu e de vários outros clubes. No Guará, os de maior expressão eram o temperamental Beijoca, que passou por vários grandes times brasileiros, e o veterano Ailton Lira, ex-Santos e São Paulo.
A decisão foi dramática e tumultuada.
No tempo normal de jogo, houve empate em 2 x 2 e na prorrogação, outro empate, agora em 1 x 1.
O jogo teve um final tumultuado, com o veterano Beijoca, depois de ser expulso, criar confusão no gramado, se recusando a deixar o jogo. Só com muito custo foi contido.
Aos 29 minutos, Beijoca abriu o marcador para o Guará. Pouco antes de terminar o primeiro tempo, Luizão empatou para o Tiradentes. Com 18 minutos de bola rolando no segundo tempo, Zé Maurício desempatou para o Tiradentes e o placar de 2 x 1 permaneceu até faltarem dois minutos para o término do jogo, quando Eusébio marcou o segundo gol do Guará, empatando em 2 x 2 o jogo e tornando obrigatória a realização de uma prorrogação de 30 minutos (15 x 15).
Aos nove minutos do primeiro tempo da prorrogação, Ailton Lira colocou o Guará em vantagem. No segundo tempo da prorrogação, aos quatro minutos, Luizão voltou a marcar e a provocar novo empate, resultado que permaneceu até o final do jogo, para alegria da torcida do Tiradentes.
TIRADENTES 3 x 3 GUARÁ
Data: 14 de agosto de 1988
Local: Serejão, Taguatinga (DF)
Árbitro: Tolistoi Batista (DF)
Renda: Cz$ 630.700,00
Público: 2.091 pagantes
Expulsões: Marco Antônio, do Tiradentes, e Beijoca, do Guará
Gols: Beijoca, 29; Luizão, 44; Zé Maurício, 63 e Eusébio, 88. Na prorrogação, Ailton Lira, 9 do 1º tempo e Luizão, 4 do segundo.
TIRADENTES: Déo, Beto Guarapari, Kidão, Beto Fuscão e Gilberto; Touro (Ricardo), Bé e Zé Maurício; Moura, Luizão e Pedrinho (Marco Antônio). Técnico: Roberto Ruben Delgado.
GUARÁ: Capucho, Bil, Décio, Rafael e Luís Fernando; Eusébio, Écio (Dionísio) e Ailton Lira; Ivonildo, Beijoca e Ribamar (Ricardo). Técnico: Nilton Ferreira da Paz (Niltinho).