No Guará |
Em muitos sites e blogs espalhados por toda a internet,
consta que Carlos Moura Dourado, ou simplesmente Moura, teria nascido em
Correntina (BA), no dia 17 de agosto de 1964.
Quando esteve no estádio Abadião, na Ceilândia, no dia 22
de julho de 2017, como Gerente de Futebol do América, de Natal (RN) -
adversário do Ceilândia pelo Campeonato Brasileiro da Série D - fez questão de
corrigir essa informação, dizendo que nasceu no dia 17 de agosto de 1964, mas no
Hospital de Base de Brasília.
Seus pais são baianos de Correntina (BA), chegaram em
Brasília em 1957, antes da inauguração da Capital Federal, onde viria a nascer.
Ele e toda a família dele moraram no Guará. Toda a sua família foi ao jogo no
Abadião. Moura ficou emocionado ao ver seu pai (Seu Dourado) no estádio, com 88
anos, e sua mãe, Dona Neuzinha, de 85, torcendo por ele.
Hoje completando 53 anos, Moura está em Natal há 21
anos, onde é muito querido e até ganhou o título de cidadão natalense, achando
muito difícil um dia retornar à Brasília. É funcionário do América desde 1996.
Aposentou-se em 2001.
Moura começou sua carreira nos juniores do Clube de
Regatas Guará. Nessa condição, foi convocado para defender a seleção de juniores
do Distrito Federal no Campeonato Brasileiro da categoria, realizado no período
de 14 de dezembro de 1983 a 22 de janeiro de 1984. Juntamente com Santos, Ney e
Iranil foi um dos destaques da seleção brasiliense na competição, vencida pela
seleção do Paraná, que tinha entre outros destaques o goleiro Zetti.
Profissionalizou-se no ano seguinte. Muito jovem
ainda, ficou mais tempo na reserva do que entre os titulares.
Situação que se modificou um pouco em 1985, quando
atuou mais vezes no time titular, como ponta ou
centroavante, marcando
três gols no campeonato daquele ano. É bom registrar que o time onde Moura
atuava também não ajudava. No período em que passou no Guará, o clube foi
quinto nos anos de 1984 e 1985 e último colocado em 1986, competições
disputadas por oito equipes.
Em 1986, o Guará só marcou oito gols no campeonato
brasiliense. Moura foi o responsável por 50% deles, ou seja, quatro.
1987 foi um ano melhor, com o Guará chegando na
terceira colocação e Moura marcando seis gols no campeonato. Foi convocado para
a Seleção de Brasília que enfrentou o Flamengo no dia 5 de julho, mas não
jogou. Um mês depois (05.08), teve nova oportunidade de defender a seleção
brasiliense, no Campeonato Brasileiro de Seleções, quando o Distrito Federal
foi desclassificado por Goiás. Jogou apenas a segunda partida. Foi emprestado
ao Brasília para a disputa do Módulo Azul do Campeonato Brasileiro de 1987. O
Brasília não realizou boa campanha e não passou para a segunda fase da
competição.
No Tiradentes |
Transferiu-se para o Tiradentes em 1988. Moura foi
peça fundamental na conquista do título de campeão brasiliense pela primeira
vez na história do rubro-negro da Capital Federal. Marcou 16 gols, tornando-se
artilheiro da competição. Ao final do ano venceu o IV Troféu ABCD ofertado aos
Melhores do Esporte pela Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos,
levando a melhor sobre Zé Maurício e Beto Fuscão, seus companheiros de clube,
Bocaiúva (Taguatinga), Josimar (Brasília) e Pedro César (Guará). Ainda disputou
a Divisão de Acesso do Campeonato Brasileiro daquele ano, pelo Tiradentes,
marcando oito gols e ajudando o clube a chegar até a terceira e penúltima fase,
vencida pelo União São João, de Araras, campeão do torneio.
Quase marcou o mesmo total de gols no campeonato de
1989: 14, repetindo o feito de ser o artilheiro da competição, mas o Tiradentes
não foi bem no campeonato. Ficou na quinta colocação.
Em agosto de 1989, transferiu-se para o futebol
paulista, adquirido pelo São José, de São José dos Campos, dando início a
carreira longe de casa. O treinador do São José era Emerson Leão.
No São José, foram 69 jogos de Moura e 9 gols
marcados. Participou da campanha vitoriosa do vice-campeonato brasileiro da
Divisão Especial de 1989, que levou o São José para a Série A. Foi o artilheiro
do time na excursão pela Espanha, com três gols.
No Sport Recife |
De 1991 a 1993 foi jogador do Sport Clube do
Recife, sendo artilheiro e ídolo da torcida pernambucana. Foi campeão
pernambucano em 1991 e 1992, tornando-se artilheiro da
edição de 1991, com 26 gols. No mesmo período, defendeu o Sport em 38 jogos
pelo Campeonato Brasileiro, marcando apenas 4 gols.
Em seguida, teve passagem pelo futebol
internacional, no Cerezo Osaka, do Japão, em 1995, retornando ao Brasil no
mesmo ano para defender as cores do Paysandu, de Belém (PA). Na reserva,
disputou o campeonato paraense e o campeonato brasileiro deste ano. O Paysandu
foi vice-campeão estadual e, no Brasileiro, ficou com a 23ª e penúltima
posição, sendo rebaixado para a Série B.
No ano seguinte, 1996, Moura foi contratado pelo clube
onde conquistaria muitas vitórias e se tornaria fã incondicional da torcida: o
América, de Natal (RN). Jogando pelo América, ele conquistou o acesso à 1ª
Divisão do Campeonato Brasileiro, permanecendo na elite do futebol nacional por
dois anos seguidos.
Em 1998 conquistou a Copa do Nordeste numa final
emocionante contra o Vitória, da Bahia, no Machadão.
Participou de três jogos pelo Campeonato Brasileiro
da Série C em 1999, quando marcou um gol atuando pelo Potiguar, de Mossoró
(RN).
No ano de 2001, Moura decidiu encerrar a carreira,
mas não sua relação com o América, assumindo o cargo de gerente de futebol do
clube e, posteriormente, as categorias de base.
Permaneceu em Natal, onde montou sua escolinha de
futebol, a Moura Sports, que vem revelando algumas boas promessas.
Assumiu o cargo de técnico do América,
interinamente, na Série B de 2006. Depois disso, chegou a assumir o cargo de
forma efetiva, em 2008 e em 2010.
Com Juninho Pernambucano |
Fora dos gramados, Moura foi o primeiro
presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol Profissional do Estado do Rio
Grande do Norte, entidade fundada no dia 9 de fevereiro de 2007.
Tem dois filhos: Carlos Junior e Daniela.
Para encerrar, um registro: em entrevista a Pedro
Bial, no programa Fantástico, em 2002, o craque Juninho Pernambucano revelou que
quem o ensinou a bater falta foi Moura.
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