terça-feira, 22 de novembro de 2016

O TIME QUE TINHA DOIS PRESIDENTES E DOIS GRUPOS DIFERENTES DE JOGADORES


Joãozinho

A Sociedade Esportiva Brazlândia foi fundada no dia 5 de junho de 1995. O clube era um antigo sonho do centro-avante João Jerônimo de Moura, o Joãozinho, e dos moradores da cidade de Brazlândia.
Joãozinho, maior artilheiro da história do futebol brasiliense, que passou por alguns clubes brasileiros e durante três anos atuou na Alemanha, voltou para o futebol brasiliense e resolveu, junto com um grupo de amigos, fundar um clube na cidade onde começou a jogar.


Moacir Ruthes

No dia 15 de janeiro de 2000, Moacir Ruthes, ex-Supervisor, foi eleito Presidente do Brazlândia, por unanimidade, por um conselho de 73 integrantes. O atacante Joãozinho questionou a eleição alegando que ele havia sido eleito também Presidente do clube para um terceiro mandato, afirmando que Moacir havia criado um conselho para conseguir se eleger e reivindicando a legalidade de sua eleição porque foi firmada em cartório e lavrada em ata. Mas o que constava na Federação Metropolitana de Futebol era que Joãozinho havia enviado à entidade, no dia 12 de janeiro, um comunicado (em papel não timbrado) de que as eleições no clube seriam naquele mesmo dia, às 19 horas. Detalhe: o fax chegou às 18:54 horas, ou seja, seis minutos antes da votação. No entanto, a outra convocação, feita pelo Vice-Presidente Valdson Pereira da Silva, foi publicada no Diário Oficial do DF, no dia 4 de janeiro e protocolada na FMF no dia 11 do mesmo mês. Anunciava as eleições para o dia 15 de janeiro às 20 horas, no Centro de Desenvolvimento Social da cidade.
A disputa dos dirigentes pelo cargo foi além das urnas, culminando em agressão física. No Conselho Arbitral, na sede da FMF, no dia 18 de janeiro de 2000, Joãozinho e Moacir Ruthes compareceram como representantes do Brazlândia. Depois de um bate-boca, Joãozinho espancou Moacir, que registrou queixa na polícia.
No dia seguinte, 19 de janeiro, Moacir deu o troco ao entrar com ação no foro de Brazlândia para assegurar o direito de dirigir o clube. O juiz Marcelo Castellano Junior concedeu liminar ao dirigente. No dia 20 de janeiro, o advogado do jogador entrou com pedido de revogação da liminar e de permanência de Joãozinho na presidência até o julgamento do mérito.

Enquanto o imbróglio não era resolvido, o Brazlândia foi “rachado” entre os dois presidentes, cada um tendo seu grupo de jogadores. Chegou-se ao absurdo de enquanto um time treinava no Estádio Chapadinha, a outra equipe fazia um coletivo no campo ao lado do estádio.
Joãozinho tinha 17 jogadores em seu time, que tinha como técnico Róbson Marinho, Moacir Ruthes trabalhava com 20 atletas, dirigidos pelo treinador Reginaldo Sebastião de Lima, o Pantera.
Por força da liminar, Joãozinho conseguiu que seu grupo estreasse no Campeonato Brasiliense, no dia 13 de fevereiro de 2000, quando empatou em 1 x 1 com o Sobradinho. Entrou em campo com Chagas, Shell, Brito, Marcão e Antônio; Fernando, Betinho, Márcio Caruaru (Eraldo) e Ivo; Joãozinho e Keba. Como só tinha, até então, 12 jogadores regularizados na FMF, havia apenas um jogador no banco de reservas.
Moacir Ruthes manteve seu grupo em treinamento e, no dia 16 de fevereiro de 2000 foi confirmado pelo juiz José Eustáquio de Castro Teixeira, da Circunscrição Judiciária de Brazlândia, como presidente do clube. Para o jogo do dia 20 de fevereiro, contra o Guará, foi selado um acordo de paz para formar um time apenas, sendo este formado pelos jogadores de Moacir, reforçados de última hora por cinco atletas contratados por Joãozinho. O time que jogou contra o Guará foi: Ronaldo (Nô), Fabrício, Zé Márcio, Luiz Cláudio e Rogério; Pão, Francinaldo (Agostinho), Paulinho (Ivo) e Keba; Neto e Bé. Técnico: Pantera. Venceu por 4 x 1.

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