domingo, 9 de junho de 2024

# PASSARAM POR AQUI: Flávio Minuano



Flávio Almeida da Fonseca, o Flávio Minuano, nasceu em Porto Alegre (RS), em 9 de junho de 1944.
O saudoso narrador Geraldo José de Almeida o apelidou de Flávio “Minuano”, uma referência ao vento característico da região dos pampas gaúchos.
Flávio começou a jogar futebol no Real Madrid, equipe de várzea da cidade de Porto Alegre, de onde ele se transferiu para os infantis do Sport Club Internacional, em 1959.
No dia 2 de março de 1961 fez sua estreia no time principal do Internacional, em amistoso realizado contra o Juventude, em Caxias do Sul. 
O primeiro gol no Internacional viria menos de uma semana depois, em 8 de março de 1961, no estádio dos Eucaliptos, no amistoso em que o Internacional goleou o Floriano, de Novo Hamburgo, por 4 x 0.
Teve um ótimo início de carreira, conquistando o título gaúcho de 1961, em uma época que o Grêmio dominava o futebol do Estado do Rio Grande do Sul.
De 1961 a 1964, foram 67 jogos no Internacional, com 52 gols.
Foi para o Corinthians, primeiro por empréstimo, depois contratado em definitivo.

Sua estreia no Corinthians foi em 15 de março de 1964, pelo Torneio Rio-São Paulo, no Pacaembu: derrota de 2 x 1 para o Flamengo, do Rio de Janeiro.
O primeiro gol de Flávio com a camisa do Corinthians foi em 28 de março de 1964, pelo mesmo torneio, na vitória de 2 x 1 sobre o Fluminense, também no Pacaembu.
No Campeonato Paulista de 1964, com 22 gols marcados, Flávio só perdeu a artilharia para Pelé, que fez 34.
De 1964 a 1969, foram 228 jogos e 170 gols assinalados com a camisa do Corinthians.
Esses números colocam Flávio entre os dez maiores artilheiros da história do Corinthians.
No Corinthians, Flávio foi campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1966 e alcançou uma série de vitórias pessoais, como as artilharias do Campeonato Paulista de 1967 (21 gols) e do Rio-São Paulo de 1965 (14 gols).
Em 1968, entrou de vez para a história do Corinthians ao marcar o segundo gol da vitória por 2 x 0 sobre o Santos, na partida que quebrou o jejum de 11 anos sem vitórias do Corinthians contra o rival no Campeonato Paulista.

De São Paulo, Flávio transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde passaria a jogar pelo Fluminense, ainda em 1969.
A estreia de Flávio aconteceu em 15 de março de 1969: Fluminense 6 x 1 Madureira, com Flávio marcando três gols.
Pelo Fluminense conquistou os seguintes títulos: Campeonato Brasileiro de 1970 e Campeonato Carioca de 1969 e 1971. Além disso, foi artilheiro do Campeonato Carioca de 1969, com 15 gols, e de 1970, com 18 gols.
Em seu primeiro ano no Fluminense, Flávio foi o grande herói da conquista de 1969.
Foram 114 jogos e 93 gols marcados (média de 0,82 gols/jogo).
O último jogo foi em 10 de julho de 1971: Fluminense 3 x 3 Bangu, no Maracanã, pela Taça Guanabara de 1971.
No Campeonato Brasileiro de 1970 não pôde jogar as últimas quatro partidas, vindo a perder a artilharia nacional na última rodada, por diferença de um gol.
Após a sua passagem pelo Fluminense, Flávio se transferiu para o Futebol Clube do Porto, de Portugal, onde manteve a fama de goleador.
A direção do clube português desembolsou uma fortuna na época e foram muitos os torcedores que receberam com euforia o jogador na sua chegada ao aeroporto.
Foram 53 gols marcados pelo Porto, sendo 41 no Campeonato Português, 9 na Taça de Portugal e três em competições européias (um deles na vitória de 3 x 1 sobre o Barcelona, da Espanha).
Estreou de forma oficial com a camisa do Porto em 26 de setembro de 1971, no Estádio das Antas, contra o Boavista, em jogo válido pela terceira rodada do campeonato português da temporada 1971/1972, marcando dois dos seis gols da vitória do Porto. Flávio realizou duas boas temporadas: 1971/1972 - 32 jogos, 22 gols, e 1972/1973 - 32 jogos, 24 gols.
Porém, nas outras temporadas em que passou no futebol português, começou a perder espaço na equipe e a ser pouco utilizado. Foram 13 jogos na temporada 1973/1974, com 4 gols marcados, e mais 13 jogos em sua última temporada, 1974/1975, com apenas três gols marcados.
No total, foram 90 jogos, com 53 gols marcados.
Ainda em 1975, regressou ao Brasil sem ter conquistado qualquer título no Porto.

Quando finalmente terminou seu vínculo com o Porto e sua situação ficou regularizada para voltar ao futebol brasileiro, Flávio recebeu um convite do Internacional, que já montava sua equipe para o campeonato brasileiro daquele ano.
Faltando um turno para o Campeonato Gaúcho de 1975 acabar, o Internacional foi buscar Flávio no Porto. Flávio marcou os gols nas horas decisivas, deixou sua marca no heptacampeonato e acabou como artilheiro do Campeonato Brasileiro, com 16 gols.
Sua reestreia aconteceu no dia 1º de maio de 1975, num Gre-Nal, quando o Internacional venceu por 2 x 0, no Beira-Rio.
No dia 13 de julho de 1975, em outro Gre-Nal, voltou a balançar as redes ao marcar um dos gols da vitória do Internacional sobre o Grêmio, por 2 x 1.
O último jogo com a camisa do Internacional foi em 11 de julho de 1976, pelo Campeonato Gaúcho, na vitória sobre o Guarany, de Bagé, por 3 x 0.
Depois, acharam que ele não tinha mais nada a oferecer e o dispensaram. Com o passe na mão, em outubro de 1976 recebeu um convite do Pelotas. Consagrou-se artilheiro do campeonato gaúcho de 1977, ao lado de Luís Freire, do Esportivo, com 13 gols. Tornou-se ídolo da torcida do Pelotas. Fazia palestras na Escola de Educação Física, comentava futebol nas rádios e quando andava pela rua recebia todo o carinho do povo de Pelotas.
No início da temporada de 1977, em disputa do campeonato citadino, Flávio fez seis gols em três clássicos Brasil x Pelotas. Totalizou 24 gols pelo Pelotas nesse ano.
Logo após ser destaque no Pelotas, Flávio acabou chamando a atenção dos dirigentes do Santos, clube para onde se transferiu ainda em 1977, por empréstimo, como reforço para disputar o Campeonato Brasileiro.
Estreou no dia 18 de junho de 1977, na Vila Belmiro, na vitória do Santos sobre o Paulista, de Jundiaí, por 1 x 0. Já no jogo seguinte, 22 de junho, novamente na Vila Belmiro, o Santos venceu o XV de Piracicaba, por 3 x 0, tendo Flávio marcado um dos gols.
Jogou ainda no Figueirense em 1978, até chegar ao Brasília, em 1979.
Flávio veio para reforçar o Brasília no Campeonato Brasileiro de 1979. O primeiro jogo pelo Brasília aconteceu em 30 de setembro, no Pelezão. Aos 31 minutos do 1º tempo, Flávio marcou o único gol do jogo em que o Brasília venceu o Guará.
No jogo seguinte, em 3 de outubro, novamente no Pelezão, Flávio esteve presente, mas não marcou no empate de 2 x 2 contra o Comercial, de Campo Grande-MS.
Voltou a marcar um gol em sua terceira participação pelo Brasília, o que não foi suficiente para evitar a derrota de 2 x 1 diante do Itumbiara-GO.
Nos demais três jogos em que esteve presente, Flávio não marcou: em 20 de outubro, na vitória de 2 x 1 sobre o Mixto, no Pelezão; no dia 23 de outubro, na derrota de 2 x 1 para o Atlético Goianiense, no Serra Dourada e, por último, na goleada sofrida para o Gama (4 x 1), no dia 28 de outubro de 1979.
O Brasília ficou na nona e penúltima colocação no Grupo C e não passou para a Segunda Fase (apenas os quatro primeiros se classificavam).
Logo depois, no mês de novembro, Flávio ainda participou da excursão que o Brasília fez ao norte do País. Substituiu Edmar no 0 x 0 contra o Combinado Fast/Rio Negro, em 23 de novembro, em Manaus, e novamente entrou no lugar de Edmar na vitória de 3 x 2 sobre o Nacional da capital do Amazonas, em 25 de novembro.
Essa foi a curtíssima passagem de Flávio pelo futebol brasiliense.
Depois do Brasília jogou no Paysandu, de Belém-PA, em 1980, e encerrou a carreira no Jorge Wilstermann, da Bolívia, em 1981, aos 37 anos.
Na Seleção Brasileira, Flávio disputou 18 jogos, com 9 gols. O primeiro foi em 3 de março de 1963, no empate em 2 x 2 com o Paraguai, marcando um gol.
O 18º e último aconteceu em 28 de julho de 1968, com derrota de 1 x 0 para o Paraguai. Mesmo perdendo, conquistou a Taça Oswaldo Cruz, seu único título de campeão pela Seleção Brasileira.
Nos três primeiros jogos com a camisa da Seleção Brasileira, Flávio marcou quatro gols.
Flávio afirma ter feito mais de mil gols em toda sua carreira. Segundo a edição especial da revista Placar "Os Grandes Artilheiros", Flávio fez 448 gols em jogos oficiais, sendo o 17º maior artilheiro do futebol brasileiro.
Assim como tantos outros jogadores, Flávio Minuano não conseguiu enriquecer com o futebol. Com uma carreira brilhante, o artilheiro depende hoje de uma renda de dois salários mínimos que recebe como professor em uma escolinha de futebol em São Paulo, no distrito de Ermelino Matarazzo.
O saudoso Telê Santana, que foi seu técnico no Fluminense, dizia que viu poucos jogadores com o sentido de colocação de Flávio.



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