segunda-feira, 1 de agosto de 2016

BRASÍLIA NA OLIMPÍADA DO RIO: Felipe Anderson - 1ª parte



Dos 465 atletas que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deste ano, apenas 11 (2,4% dos convocados) são nascidos no Distrito Federal. Desses, apenas três ainda moram em Brasília.

Serão dois no atletismo, uma na esgrima, uma no judô, uma na natação, dois nos saltos ornamentais, um no tiro com arco, uma no vôlei, um no vôlei de praia e um no futebol, Felipe Anderson, de quem passaremos a conhecer um pouco de sua história.

Nascido em Brasília, no dia 15 de abril de 1993, mas criado na cidade-satélite de Santa Maria, Felipe Anderson Pereira Gomes sempre gostou de jogar futebol nas ruas da cidade. Seus pais deram muito duro para criar a família, mas não tinham condições de pagar uma escolinha. Felipe continuou jogando bola nas ruas até o dia em que sua mãe conheceu um projeto social do 26º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, “Escola de Futebol e Cidadania Sociedade Esportiva Kandango” e o inscreveu nele.

O campo de terra batida, atrás do batalhão da Polícia Militar, foi o cenário onde o meia Felipe Anderson deu seus primeiros chutes na vida, ainda aos oito anos. O local abriga a escolinha de futebol há 17 anos. A intenção, como projeto social, é livrar crianças e adolescentes da criminalidade, especialmente em um local considerado violento como Santa Maria. Apesar da prioridade de formar cidadãos, o projeto revelou um grande jogador, que não demoraria a atrair a atenção de um olheiro.
Atualmente, Felipe Anderson dá assistência para as crianças que participam deste projeto social doando o material esportivo.

No time da polícia, Felipe Anderson fez muitos amigos e ganhou muita experiência. Seu professor era o Léviston.
Aqui em Brasília, também jogou, ainda menino, no Federal e no Gaminha. O Federal o levou pela primeira vez para jogar em um campo gramado. Foi disputar um torneio no Guará e despertou o interesse de muitas escolinhas que queriam contar com o jovem valor. As escolinhas ficavam muito longe e Felipe Anderson não tinha dinheiro para utilizar o ônibus. 
Um ano depois, ele foi para o Gaminha e disputou torneios da Federação Brasiliense de Futebol.


A vida de Felipe Anderson começaria a mudar no dia que o professor avisou aos garotos que o empresário Rafael Félix viria de Curitiba para assistir a um treino e tentar captar talentos. Além disso, existia uma possibilidade de um teste no Santos, clube que sempre deu espaço para jovens.
Felipe Anderson apegou-se ao futebol como a uma tábua de salvação. Aos 12 anos, viajou 16 horas, de ônibus, com apenas R$ 15,00 no bolso, para um teste em Curitiba.
Dos poucos que passaram, quase todos desistiram, com saudades de casa. Felipe Anderson resistiu. 
No Paraná, defendeu o Astral e atraiu a atenção do Coritiba.
A ida para Curitiba elevou o nível do seu futebol. Os adversários eram técnicos e os torneios mais profissionais. Eram times que disputavam o Estadual. Ele tinha 13 anos.

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